Espanha – Holanda (Mundial 2014)
As memórias cruzam-se entre mundiais, quando acumulamos uma série de edições vividas apaixonadamente. Mas, da África do Sul ao Brasil, um pequeno pulo e, de uma final à primeira jornada do outro lado, um jogo com as mesmas equipas em campo, apesar de diferentes os intervenientes, mas com muitas estrelas a cumprirem o ciclo de quatro anos e a regressarem com nova ambição para lutar por um título.
A Espanha ganhou todas as três grandes competições em que participou, desde 2008, somando no seu currículo dois campeonatos europeus e um mundial. Nunca ninguém antes havia exercido tal ciclo de domínio. Voltar a vencer, apesar do sonho e do crédito que é dado a esta seleção espanhola, parece não ser o mais provável. Mas a Espanha será sempre um elemento bem complicado de ultrapassar. Para a Holanda, a história é hoje bem diferente. Louis Van Gaal operou uma profunda transformação na equipa laranja e, apesar de uma fase de apuramento a roçar a perfeição, a verdade é que os holandeses não assustam, hoje, como faziam há quatro anos.
Cheguemos, então, à Bahía, território que já foi dominado por espanhóis e holandeses, simbolicamente acolhendo o regresso de duas esquadras que querem dominar no Brasil. O Grupo B apresenta uma constituição algo traiçoeira, visto que, para além dos dois finalistas de 2010, temos ainda o Chile, uma das mais perigosas equipas da América do Sul e a Austrália, que apesar de frágil, tem conseguido superar-se nas suas mais recentes presenças em Mundiais. Assim que este primeiro jogo poderá oferecer um importante crédito, em forma de três pontos, a um dos conjuntos, enquanto, por outro lado, poderá haver um favorito a ter que lutar pelos pontos nas duas jornadas seguintes. Quem quer ficar com a fava?
A Espanha sabe bem o que é encarar grupos difíceis. Na fase de qualificação teve que ultrapassar a França, moldando-se, uma vez mais, com cara de campeão quando a exigência assim lhe pediu. Na preparação, apenas uma derrota, na deslocação à África do Sul, tendo batido a Guiné Equatorial, a Itália, a Bolívia e El Salvador. Vicente del Bosque apostará no conjunto de jogadores que mais garantias lhe oferece, em termos de experiência e de reconhecimento de um estilo de jogo que tornou a Espanha numa referência. A baliza estará, definitivamente, entregue a Casillas, que depois da lesão de Valdés não mais viu o seu lugar em perigo. Na linha defensiva, a dúvida estará na utilização de Juanfran ou Azpilicueta, podendo o lateral do Chelsea ser preferido, pela capacidade de entrega na execução das tarefas defensivas e no apoio ao ataque. A meio-campo, o típico duplo-pivô constituído por Sergio Busquets e Xabi Alonso será garante de segurança, enquanto na frente de ataque a boa forma demonstrada por David Villa nas últimas semanas poderá permitir-lhe a titularidade, em detrimento de um Diego Costa que ainda procura recuperar o ritmo depois da lesão.
Onze provável: Iker Casillas – Azpilicueta, Sérgio Ramos, Piqué, Jordi Alba – Xabi Alonso, Sergio Busquets – David Silva, Xavi, Iniesta – David Villa.
Depois de uma fase de qualificação onde não encontrou adversário à sua altura, a Holanda entrou em período de experiências e somou três amigáveis sem conhecer o sabor da vitória, com empates frente à Colômbia e ao Equador e uma derrota com a França. No entanto, Louis Van Gaal não se desviou da sua ideia de renovar a equipa, e os resultados nos dois últimos ensaios, com o Gana e o País de Gales, parecem oferecer-lhe garantias de que a Holanda poderá ter uma presença interessante nesta competição. Para a maioria dos adeptos será interessante descobrir novos valores do país das túlipas, que apresentará uma linha defensiva composta por muita juventude. A tentar levar a equipa, de novo, a uma avançada etapa da competição estarão, no entanto, Sneidjer, Van Persie ou Robben, figuras incontornáveis da caminhada até à final de há quatro anos.
Onze provável: Cillessen – de Vrij, Vlaar, Indi Martins – Janmaat, de Guzmán, de Jong, Daley Blind – Sneidjer – Robben, Van Persie.
Há quatro anos, a Espanha precisou de prolongamento para levar de vencida uma Holanda muito defensiva. Desta vez, até por não se tratar de uma final, esperam-se esquemas táticos um pouco mais libertos. Ainda assim, o empate é um resultado que as equipas não costumam desdenhar em jogos de estreia de grandes competições.
Holanda | 0-1 (a.p.) | Espanha | África do Sul 2010 |
Holanda | 1-0 | Espanha | Jogos Amigáveis 2002 |
Espanha | 1-2 | Holanda | Jogos Amigáveis 2000 |
Espanha | 1-1 | Holanda | Jogos Amigáveis 1987 |
A Espanha tem mais experiência e melhor organização coletiva. A Holanda revela algum toque de rebeldia oferecido por um conjunto de jogadores que sente ter ainda tudo a provar. No entanto, de ambos os lados, grandes craques mundiais podem decidir o jogo em pequenos pormenores. Uma coisa é certa neste jogo: nenhuma defesa poderá falhar, sob o risco de oferecer ao adversário toda a vantagem.
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