Real Madrid – Chelsea (Liga dos Campeões)
Real Madrid e Chelsea constavam entre os 12 emblemas fundadores da Superliga Europeia e a UEFA ameaçou mesmo expulsar os dois emblemas da presente edição da Liga dos Campeões. O projeto fracassou, a maior parte dos clubes retratou-se da posição tomada (o Chelsea foi um deles) e “Merengues” e “Blues” enfrentar-se-ão esta terça-feira (27), na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões 2020/21, em Valdebebas.
Análise Real Madrid
Liderado por Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, o projeto da Superliga Europeia não foi avante, pelo menos para já. Enquanto isso, o histórico da capital espanhola ambiciona cimentar o estatuto de maior vencedor da história da Liga dos Campeões, procurando erguer o troféu pela 14ª vez na história. Os “Merengues” não eram tidos como principais favoritos à conquista do troféu à entrada para a presente edição da competição e também não o são neste momento, mas a capacidade desta equipa em contexto de decisão é sobejamente conhecida e a realidade é que o Real está a três jogos de voltar a ocupar o trono do futebol europeu. Na La Liga, os três principais candidatos continuam muito juntos e a revalidação do título espanhol é um objetivo para o Real, mas os comandados de “Zizou” não apostarão na revalidação em detrimento da possibilidade de singrarem na Europa.
Para chegar a esta etapa da Liga dos Campeões, depois de ter ultrapassado um grupo composto por Inter, Gladbach e Shakhtar Donetsk, o Real Madrid começou por eliminar a Atalanta com dois triunfos (0-1, 3-1). Na mais recente eliminatória, a vitória caseira por três bolas a uma diante do Liverpool permitiu garantir o acesso a esta fase, dado que o encontro em Anfield culminou com um empate sem golos. Numa meia-final, definir e medir o favoritismo é sempre algo difícil, mas as cotações pendem para o lado do Real Madrid. Os espanhóis são uma equipa talhada para grandes momentos tal como já demonstraram ao longo da presente época e, mesmo sem encantar, demonstraram muita competência em todos os momentos dos jogos com o Liverpool, postura que querem replicar neste desafio.
O Real não perde desde 17 de fevereiro, mas empatou três dos últimos quatro encontros que disputou. Após a igualdade sem golos em Liverpool, o Real também ficou a “zeroa” diante do Getafe”, venceu posteriormente em Cádiz (0-3) e o mais recente compromisso com o Bétis também se traduziu num empate sem golos. Há 360 minutos que o Real, privado do capitão Sérgio Ramos, não sofre golos. Há muito mérito de Thibaut Courtois que tem estado em grande na defesa das redes do Real e a realidade é que esse é um dado importante à entrada para uma eliminatória a duas mãos.
Para além de Ramos, Vázquez e Mendy também são baixas, ambos lesionados.
Onze provável: Courtois, Carvajal, Militão, Varane, Nacho, Casemiro, Modric, Kroos, Vinícius, Asensio, Benzema
Análise Chelsea
“Carrasco” do Porto nos quartos de final, o Chelsea quer voltar a alcançar uma final da Liga dos Campeões. Os “Blues” iniciaram a época sob tutela de Frank Lampard e debelaram a fase de grupos sob a orientação do ex-internacional inglês, mas foi já às ordens de Thomas Tuchel que debelaram as últimas duas eliminatórias, a primeira frente ao Atlético de Madrid com duas vitórias e a segunda frente ao Porto, com triunfo na primeira mão por dois tentos sem resposta e derrota por uma bola a zero na segunda – de resto, os “dragões” foram responsáveis por uma das duas únicas derrotas do Chelsea desde que Tuchel assumiu os destinos da equipa.
Os londrinos melhoraram em vários capítulos desde a chegada de Thomas Tuchel e são agora uma equipa mais organizada sem bola, criteriosa e agressiva na pressão sobre o adversário. Recuando às duas eliminatórias anteriores, o Chelsea esteve em melhor plano do ponto de vista exibicional nos dois encontros com o Atlético que frente ao Porto, muito por mérito dos portugueses que deram boa luta aos londrinos. O grande golo de Mehdi Taremi foi o único tento sofrido pelo Chelsea na era Tuchel nesta Liga dos Campeões e a realidade é que a equipa tem estado muito segura do ponto de vista defensivo: o golo do iraniano, há quatro jogos atrás, foi o último tento consentido pelo Chelsea que após esse encontro eliminou o Manchester City da FA Cup (1-0), empatou com o Brighton (0-0) para a Premier League e no último sábado (24) voltou a manter a sua baliza inviolável ao vencer o “derby” londrino com o West Ham (0-1). Há 270 minutos que o Chelsea não sofre um golo, regsito que pretende ampliar neste desafio.
Ofensivamente, o Chelsea apontou apenas dois tentos nos últimos três encontros e a realidade é que a equipa tem estado um pouco aquém nesse sentido. Individualmente, jogadores como Werner ou Havertz não têm estado à altura das expectativas geradas aquando das suas contratações, não obstante o facto de lhe serem reconhecidas inegáveis qualidades. Nesta visita a Madrid, será curioso aferir se Tuchel optará por uma solução mais fixa com Olivier Giroud como elemento mais avançado ou se optará por Havertz na liderança do ataque.
Mateo Kovacic é baixa por lesão.
Onze provável: Mendy, Azpilicueta, Thiago Silva, Rudiger, James, Chilwell, Kanté, Jorginho, Mount, Werner, Havertz
Dica de Prognóstico
O equilíbrio deverá imperar em Valdebebas, perspetivando-se que a eliminatória chegue à segunda mão em aberto. Atendendo ao que as duas equipas têm exibido, o medo de sofrer poderá sobrepor-se à vontade de vencer durante boa parte do encontro, algo que influenciará a estratégia inicial das duas equipas.