Japão – Grécia (Mundial 2014)

Duas equipas que perderam na primeira jornada entram em campo para uma partida decisiva no que toca às suas aspirações para se manterem em prova. O Japão perdeu pela margem mínima frente à Costa do Marfim, enquanto a Grécia sofreu uma pesada derrota por 0-3 com a Colômbia. Ambos os técnicos terão medido o que correu menos bem nesses jogos, de modo a retificar para a partida da noite de quinta-feira. No entanto, com uma Colômbia em grande momento de forma e uma Costa do Marfim a confiar na sua experiência acumulada, nipónicos e gregos terão vida difícil, caso não consigam revolucionar a sua forma de encarar as partidas.

O Japão sentiu-se desiludido por não ter tido a força de gerir um resultado que chegou a ser-lhe favorável. O golo de Honda, a fechar o primeiro quarto de hora de jogo, oferecia ao Japão caminho livre para garantir uma vitória, mas ao conjunto de Alberto Zaccheroni faltou, sobretudo, força anímica para se manter em pressão sobre os africanos. A reação da Costa do Marfim no segundo de tempo era esperada, mas ao conceder dois golos de rajada, o Japão perdeu o pé na onda laranja que invadiu o relvado do Recife. Para a partida frente à Grécia, não será o caso de se dizer que existe muito a mudar no onze japonês. Zaccheroni joga com as cartas que tem à sua disposição, reconhecendo que, num grupo muito equilibrado, as oportunidades de lutar pelo apuramento estarão ainda em aberto na última jornada. Ainda assim, só uma vitória garante ao Japão alguma vantagem para essa decisão.

Onze provável: Kawashima – Uchida, Yoshida, Morishige, Nagatomo – Endo, Yamaguchi – Okazaki, Honda, Kagawa – Osako.

Já para a Grécia, a entrada no Mundial com uma derrota por 0-3 levantou mais questões sobre as opções de Fernando Santos ou, em última análise, sobre as reais possibilidades dos gregos nesta competição. Depois de uma boa fase de qualificação, onde a Grécia conjugou, diversas vezes, disciplina defensiva com qualidade na transição, parece que este Mundial surge num período de baixa de forma da equipa helénica. A segunda metade da temporada não foi a melhor para alguns dos jogadores essenciais da equipa e a falta de capacidade para segurar o jogo ficou bem evidente frente a um adversário de muito maior qualidade, a Colômbia. Felizmente para Fernando Santos, o Japão representa um desafio bem mais ao seu alcance, em termos de intensidade de jogo, e o mau resultado da primeira jornada poderá também espicaçar alguns jogadores que quererão deixar marca num Mundial onde poderão fazer a sua despedida da seleção. Assim que se esperam algumas mudanças táticas, mas, sobretudo, ao nível da compreensão de que, num Mundial, não há folgas.

Onze provável: Karnezis – Torosidis, Sokratis, Manolas, Holebas – Maniatis, Katsouranis – Kone, Karagounis, Samaras – Mitroglou.

As duas seleções defrontaram-se, por uma única vez, na Taça das Confederações em 2005. Nessa ocasião, a equipa nipónica superiorizou-se, vencendo por 1-0.

Ainda estamos para ver o melhor do Japão e da Grécia neste Mundial. As estreias foram uma desilusão, mas ambos os conjuntos têm qualidades para ambicionar a mais. A chave do jogo estará no lado que melhor for capaz de reagir perante a adversidade e ultrapasse a pressão.

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