Arsenal – Chelsea (Taça de Inglaterra)
No sábado Arsenal e Chelsea disputam o último troféu da temporada em Inglaterra, em Wembley, sob reforçadas medidas de segurança. Os Gunners, que pela primeira vez em duas décadas ficaram fora do top-4, têm na Taça de Inglaterra a derradeira hipótese de aplacar a frustração. Mas uma crise no setor defensivo mais pedras no sapato de Wenger. Conte avisa os jogadores que têm que igualar a motivação do adversário, ou vão sofrer uma desilusão.
Pela primeira vez desde que Arsène Wenger se mudou para o Arsenal, e já lá vão vinte anos, o clube londrino termina o campeonato abaixo do quarto lugar. Fala, por extensão, a participação na Liga dos Campeões da próxima época, um golpe rude nas aspirações dos Gunners. O treinador francês desvaloriza dizendo que o Arsenal não depende dos milhões da Liga Milionária mas todos sabemos que a competição de elite é muito mais do que um maná financeiro. É fundamental para aliciar os jogadores de topo, aqueles que os Gunners precisam para concorrer com alguns dos planteis mais recheados de talento do mundo. Se já antes se falava com elevado grau de probabilidade na saída de Alexis Sánchez, de longe o elemento mais diferenciador do Arsenal, agora isso é praticamente certo.
O quinto posto na Premier League ainda deixam o Arsenal com mais ganas de vencer a final em Wembley, a única oportunidade de aplacar a frustração por uma época que saiu completamente ao lado. Pode ser, igualmente, uma espécie de jogo de despedida para o chileno, Mesut Ozil ou mesmo para Wenger, que ficou de anunciar o seu futuro e ainda não se pronunciou. Antonio Conte disse há dias que considerava os Gunners favoritos para a final da Taça de Inglaterra precisamente por ser uma partida de tudo ou nada para eles. Em circunstâncias normais ficaria tentada a concordar. Mas uma desgraça nunca vez só e o Arsenal está a braços com uma crise defensiva. Laurent Koscielny foi expulso no fim de semana passado, por falta feia sobre Enner Valencia e falha o jogo por castigo. E Wenger revelou que Gabriel Paulista sofreu uma lesão séria, pelo que deixa de ser opção. Shkodran Mustafi tinha sido poupado frente ao Everton (3-1) mas soube-se agora que o central alemão sofreu um traumatismo cerebral o que deve indeferir a sua utilização. Ultimamente o Arsenal tem alinhado com três defesas e isto pode obrigar a reverter para o esquema de quatro, clássico.
Onze Provável: Cech – Bellerín, Holding, Mertesacker, Monreal – Oxlade-Chamberlain, Ramsey, Xhaka – Ozil, Alexis Sánchez – Welbeck.
O técnico italiano alertou os jogadores para a necessidade de igualar a determinação e motivação do adversário, para não sofrerem dissabores. O Chelsea corre o risco de ter entrado em descompressão e festejo, absolutamente naturais, depois de se sagrar campeão de Inglaterra. É complicado para o grupo, nesta altura, voltar a enfiar o entusiasmo na gaveta para se compenetrar no derradeiro jogo da temporada, para a possibilidade de fazer a dobradinha. Ainda por cima, a Taça de Inglaterra é um troféu que os Blues já não ganham há cinco anos, quando venceram o Liverpool (2-1). O Arsenal venceu a Taça de Inglaterra pela última vez na temporada de 2014/ 15, frente ao Aston Villa (4-0), repetindo o feito do ano anterior – nessa altura o adversário da final foi o Hull City (3-2 no prolongamento).
À exceção de Ruben Loftus-Cheek, que tem um problema nas costas, Antonio Conte tem todo o plantel à sua disposição.
Onze Provável: Courtois – Azpilicueta, David Luiz, Cahill – Moses, Matic, Kanté, Alonso – Pedro Rodríguez, Diego Costa, Hazard.
Chelsea | 3-1 | Arsenal |
Premier League 2016/17
|
Arsenal | 3-0 | Chelsea |
Premier League 2016/17
|
Ao longo da temporada cada qual venceu o jogo em casa. Os 3-0 do Arsenal no Etihad foi mesmo o tratamento de choque que soltou a fera, leia-se Conte, e deu origem à mudança tática que definiu o Chelsea esta época. Os Blues venceram em Stamford Bridge, também de forma folgada. Os Gunners saíram com o troféu na última vez que as duas formações disputaram a Taça de Inglaterra, em 2002. Ranieri era o treinador dos Blues, à data, com Frank Lampard, Gronkjaer e Gudjohnsen no onze inicial. John Terry entrou ao intervalo. Do lado dos Gunners alinharam jogadores como Patrick Vieira, Thierry Henry ou Dennis Bergkamp.