Argentina – Bósnia-Herzegovina (Mundial 2014)

Jogar no país vizinho, território de eterna rivalidade, será apenas mais uma motivação que os argentinos encontram naquele que muitos pensam ser o seu Mundial – Messi chega a esta prova com tudo conquistado no seu currículo e um título dos alvicelestes no continente americano completaria a narrativa que compara o pequeno génio do Barcelona com o deus Maradona. Para os bósnios, este será o primeiro jogo da história da sua nação num Mundial, uma partida impregnada de simbolismo e logo frente a um dos grandes países do futebol. No entanto, a Bósnia está neste Mundial para ganhar e não, apenas, para marcar presença. Espera-se, por isso, um jogo muito competitivo no Maracanã.

A Argentina reúne um grupo fortíssimo que, na ausência do Brasil, dominou como quis a fase de qualificação, dando-se até ao luxo de levantar o pé do acelerador a partir de determinado momento. Alejandro Sabella aproveitou para testar as várias opções que os inúmeros potenciais titulares da sua equipa lhe oferecem, até chegar a um onze onde Messi sai mais protegido, jogando solto nas costas de um ponta-de-lança com escola, como é Higuaín, potenciando-se a explosividade de Di Maria e Aguero. No entanto, a fragilidade desta equipa está na ligação entre o ataque e as suas linhas mais recuadas. Gago e Mascherano não são jogadores que consigam impor uma elevada rotação nas transições e a integração dos seus laterais, Zabaleta e Rojo, no ataque, provocam, muitas vezes, um elevado desgaste. Neste primeiro encontro, um problema físico que afeta Higuaín poderá obrigar Sabella a modificar o seu plano, com Lavezzi a entrar na equipa. No que toca à preparação, a Argentina optou por não defrontar equipas de elevado nível. Empates com o Equador e a Roménia foram as exceções, com as vitórias frente a Bósnia-Herzegovina (em novembro), Trindade e Tobago e Eslovénia a fazerem lei.

Onze provável: Romero – Zabaleta, Garay, Fede Fernandez, Marcos Rojo – Gago, Mascherano – Aguero, Messi, Di Maria – Higuaín.

A Bósnia-Herzegovina chega, finalmente, a uma grande competição, depois de ter falhado um Mundial e um Europeu por playoffs perdidos frente a Portugal. A qualificação é um bom prémio para uma equipa que se construiu em volta de Dzeko, ponta-de-lança do Manchester City e jogador de maior relevo deste pequeno país. Com Safet Susic, os bósnios viram a sua defesa mais organizada, conseguindo libertar-se dos preconceitos das pequenas equipas, afirmando-se também com outras opções de jogo, sobretudo saídas de jogadores como Ibisevic, Pjanic e Lulic, todos eles de elevada qualidade e talento. É com estes nomes e com uma atitude guerreira que a equipa de Susic enfrentará os argentinos, tentando, desde já, marcar posição na corrida a um lugar nos oitavos-de-final. Na preparação, a derrota frente ao Egito terá sido o resultado mais inesperado, ainda que vitórias frente à Costa do Marfim e ao México deixam antever uma boa prestação para os bósnios.

Onze provável: Begovic – Mujdza, Bicakcic, Spahic, Kolasinac – Salihovic – Misimovic, Pjanic, Lulic – Ibisevic, Dzeko.

As duas equipas defrontaram-se por duas vezes em partidas amigáveis, uma delas há bem pouco tempo, mas a Bósnia nunca conseguiu marcar aos argentinos, que venceram confortavelmente os dois jogos.

Argentina	2-0	Bósnia e Herzegovina	Amigáveis 2013
Argentina	5-0	Bósnia e Herzegovina	Jogos Amigáveis 1998

Total favoritismo para os argentinos, que têm muitas opções e muito talento disponíveis, para além do facto de, tradicionalmente, as seleções conquistarem os títulos quando jogam no seu continente. Mas para os estreantes bósnios, a história escreve-se agora, e marcar um golo poderá despoletar uma excelente participação no Mundial.

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