Alemanha – Argélia (Mundial 2014)
Um encontro que gera imensa curiosidade nestes oitavos-de-final é este Alemanha – Argélia, que traz as raposas do deserto, pela primeira vez, a esta fase de um Mundial, com a possibilidade de enfrentar um dos conjuntos que fazem parte do livro negro da história do futebol argelino. Em 1982, o encontro da vergonha entre Áustria e Alemanha, colocou a Argélia fora de prova. Trinta e dois anos depois, a oportunidade de vingança, olhos nos olhos. A Argélia do poder de fogo de Slimani e da criatividade de Brahimi e Feghouli, frente a uma Alemanha que parece sólida, como sempre, com Thomas Muller a caminhar para fazer história em Mundiais de futebol. No campo, como será?
A Alemanha entrou da melhor maneira neste Mundial, ao bater Portugal por 4-0. No entanto, quando se esperava um passeio germânico na fase de grupos, o Gana pareceu ser possuidor da poção mágica para parar a máquina alemã, vergando os homens de Joachim Low a um empate a duas bolas. Na última jornada, em gestão de esforço e de resultado, a Alemanha retomou o caminho das vitórias, mas o resultado de 1-0 frente aos Estados Unidos parece longe de poder afirmar uma Alemanha a toda a potência. Para este encontro, a melhor notícia que Joachim Low poderia ter é, no entanto, a disponibilidade de todas as suas principais apostas, visto que só Podolski estará excluído, por razões físicas. Schweinsteiger recuperou os seus índices físicos durante a primeira fase deste Mundial e parece ter ganho espaço a Khedira, que sofreu com as condições meteorológicas. Na defesa, a linha de quatro apresentada no primeiro encontro mantém a solidez e, com Thomas Muller a marcar em quantidade, parecem sobrar poucas dúvidas sobre quem merece ser titular no ataque. Os alemães entram como grande favoritos neste encontro e esperam poder desfazer a muralha argelina bem cedo, de modo a gerir a vantagem até ao apuramento. Mas será na sua defesa, não dando espaços para a ilusão argelina, que a Alemanha poderá começar a ganhar o jogo.
Onze provável: Neuer – Boateng, Hummels, Mertesacker, Howedes – Schweinsteiger, Lahm, Kroos – Ozil, Muller, Gotze.
Para a Argélia, o grande objetivo deste Mundial está cumprido, ao alcançar um apuramento histórico para os oitavos-de-final. Os argelinos começaram muito bem frente à Bélgica, apesar de não resistirem à reação dos europeus e ter perderem por 1-2, seguiu-se a sua melhor exibição no Mundial, ao bater a Coreia do Sul por 4-2, para fechar o apuramento com um empate a uma bola com a Rússia, numa partida onde voltou a mostrar muito bons indícios, juntando-lhes garra e melhor organização defensiva. É no setor recuado que a equipa africana gera mais preocupações, porque há alguma dificuldade de construção nos centrais argelinos, sobretudo com Bougherra a sentir dificuldades físicas e a estar em dúvida. No entanto, com um bloco baixo muito compacto, o contra-ataque é fortíssimo, a partir das suas alas, buscando em Slimani uma referência que, ganhando velocidade sobre a linha de centrais, se pode tornar letal. Se a Alemanha lhe irá permitir alguma oportunidade, ou não, poderá ser a chave deste encontro.
Onze provável: M’Bolhi – Mandi, Halliche, Bougherra, Mesbah – Medjani, Bentaleb – Feghouli, Brahimi, Djabou – Slimani.
A história, no entanto, está do lado dos argelinos, que venceram nos dois encontros disputados com a Alemanha, um amigável em 1964 e o encontro do Mundial 1982, em Espanha.
A Alemanha tentará contrariar a história, amparando-se no seu favoritismo, frente a uma equipa que já cumpriu as suas ambições e nada mais tem a perder neste Mundial. Um jogo que a cada minuto de resistência africana fará aumentar a tensão e a emotividade. Uma partida para perceber como todos os minutos são decisivos e fundamentais para o resultado final.
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