O destino tem destas coisas. Paulo Bento estrear-se-á no comando técnico do Olympiacos em Portugal. O Arouca é o adversário do hexacampeão grego no “play-off” de acesso à fase de grupos da Liga Europa e a eliminatória começará na vila situada no distrito de Aveiro.

Depois de Leonardo Jardim, Vitor Pereira e Marco Silva, Paulo Bento é o quarto treinador português a assumir os destinos da equipa do Olympiacos. Chegou a Atenas na semana passada para suceder a Victor Sánchez, técnico espanhol que esteve pouco mais que um mês à frente da equipa e abandonou o clube depois de ter falhado o acesso à fase final da Liga dos Campeões, ao perder diante dos israelitas do Hapoel Beersheba na terceira pré-eliminatória. Numa altura em que o futebol grego é amplamente dominado pela formação do Pireu, replicar o sucesso para as provas europeias é fundamental, até porque são as injecções financeiras proporcionadas pelas participações europeias que permitem manter um nível competitivo diferenciado no plano interno. Ainda que seja presença habitual nestas lides europeias, o conjunto ateniense não tem alcançado resultados em simbiose com as suas ambições, sobretudo na Liga Europa, prova em que uma equipa com o nível competitivo do Olympiacos deve aspirar a chegar longe.

Novo ciclo

Foto: Olympiacos

Foto: Olympiacos

Com apenas uma semana de trabalho à frente do novo projeto, o Olympiacos que se apresentará em Arouca pouco se aproximará daquilo que Paulo Bento pretende para a equipa. Victor Sánchez assumiu os destinos da equipa em junho e não teve grande margem para dar um cunho próprio ao jogo do Olympiacos, escudando-se na herança deixada por Marco Silva. A equipa falhou o acesso à Liga dos Campeões e a paciência do proprietário Evangelos Marinakis rapidamente se esgotou, terminando a ligação entre o treinador espanhol e o clube após dois encontros oficiais. Victor Sánchez foi, sobretudo, vítima da falta de ritmo que a equipa denotou nos dois jogos da fase preliminar na Liga dos Campeões. No embate com um adversário com mais minutos nas pernas numa etapa precoce da temporada, que foi capaz de colocar maior intensidade no jogo, o Olympiacos não foi além de um empate um nulo na Grécia, perdendo posteriormente por uma bola a zero em Israel. No regresso ao futebol europeu depois de uma passagem fugaz pelo Cruzeiro, Paulo Bento vai mover-se num contexto que conhece muito melhor, conduzindo uma equipa adaptada a outras filosofias e certamente bem mais aberta à absorção das suas ideias.

As escolhas

“Temos praticamente uma semana de treinos, ainda não dá para tirar grandes conclusões. Tentámos observar o nosso grupo de trabalho e tirar as melhores decisões possíveis sobre o que fazer no jogo de quinta-feira, de estudar o nosso adversário também, e escolher a melhor estratégia para este primeiro jogo desta eliminatória, de um objetivo importante. Mas ainda é cedo para tirarmos conclusões”, admitiu Paulo Bento na conferência de imprensa de antevisão à primeira mão da eliminatória com o Arouca. Para este primeiro encontro, é expectável que Paulo Bento não proceda a grandes alterações numa equipa que conta com os portugueses Diogo Figueiras, Manuel da Costa (tem nacionalidade portuguesa embora tenha nascido em França e seja internacional por Marrocos) e André Martins. Assim, Kapino deverá ser o guarda-redes eleito, jovem guarda-redes formado no rival Panathinaikos. Os reforços Diogo Figueiras e Alberto de la Bella deverão ser os dois escolhidos para as alas, enquanto que o eixo poderá ficar aos cuidados de Botía e Manuel da Costa. Defensivamente, este Olympiacos tem algum trabalho a fazer, uma vez que o setor recuado deu sinais de pouco entrosamento sob a égide do anterior treinador. No meio-campo, Cambiasso oferece experiência e estabilidade no meio-campo defensivo, contando com o auxílio de Milivojevic, que compõe juntamente com o argentino um “duplo pivot” no meio-campo do 4-3-3 grego. Bouchalakis goza de maior liberdade e assume-se como um autêntico elo de ligação entre o meio-campo e o ataque. Na frente de ataque, surgem algumas duvidas, uma vez que à direita poderá surgir “Chori” Dominguez ou Pardo (ex-Braga), à esquerda Fourtounis ou Sebá (ex-Porto) e na frente Brown ou Pulido. Se Paulo Bento apostar na continuidade, é expectável que aposte em “Chori” Domínguez, Fortounis e Ideye, procurando explorar a velocidade e capacidade de explorar em profundidade dos flanqueadores que possui.

Boas Apostas!