O Estádio do Algarve vai receber os primeiros testes do campeão nacional com vista à temporada 2016/17. Primeiro defrontando o Vitória de Setúbal, depois o Derby County, Rui Vitória regressará a um lugar que não lhe trará boas recordações, mas que não deixa de ter sido um importante passo para a aprendizagem e conhecimento adquiridos ao longo de uma época em que foi do pior ao melhor. O contexto desta temporada é radicalmente diferente, tanto como o momento de construção do plantel, pelo que se espera, destas partidas, mais sobre o que as individualidades têm para mostrar (e garantir um lugar nas escolhas do técnico), do que sobre o que a equipa poderá vir a ser.
Espaço para os reforços
Rui Vitória viu sair dois jogadores que foram fundamentais nos melhores momentos do Benfica 2015/16, sendo que a prioridade passa agora por encontrar quem possa substituir Renato Sanches e Nico Gaitán. Na posição mais central do meio-campo, Guillermos Celis e André Horta estarão na disputa da posição, com Celis a ser um jogador mais rotinado numa posição de equilíbrio, mesmo tendo feito toda a sua carreira, até ao momento, na Liga colombiana, enquanto André Horta, mais jovem, conhece perfeitamente o campeonato português e tem tido uma evolução de zonas mais adiantadas no terreno para o enquadramento como 8. Esse trabalho iniciado já no Vitória de Setúbal, no ano passado, poderá permitir-lhe, num contexto de jogo onde o Benfica entre como dominador, a titularidade.
André Horta é candidato a titular encarnado
A função de Gaitán é, por um lado, mais complicada de substituir, mas também terá mais candidatos para o fazer. Franco Cervi apresenta-se como o protótipo mais próximo do antigo jogador encarnado, argentino, com experiência a jogar pelas faixas, mas também esse apetite pelo centro do terreno que transformam as diagonais em situações de perigo constante para o adversário. Mas as esperanças dos adeptos estão no sérbio Andrija Zivkovic, que apesar de partir da faixa direita, terá mais dotes de criador. Daí que não será de espantar que os olhos estejam no pequeno sérvio nesta Algarve Cup. Outro jogador que terá, com certeza, a atenção dos adeptos é André Carrillo, que no atual contexto deverá ser uma espécie de complemento ofensivo, com a sua velocidade e qualidade técnica. A questão que mais pesará será sobre a sua condição após uma temporada quase sem jogar.
Repensar os titulares
Nélson Semedo quer tomar conta da faixa direita
Entre os jogadores que estiveram na linha da frente do título passado, alguns podem ver os seus lugares em perigo para a nova temporada. A primeira grande questão está na linha defensiva, onde a saída de Jardel chegou a ser falada, mas para a qual o Benfica mantém vários jogadores com possível estatuto de titular. Caso fique no plantel, Jardel até parece ser o jogador com lugar mais garantido, porque André Almeida verá Nélson Semedo com opções de o ultrapassar, a posição central que sobra tem Luisão e Lindelof como grandes candidatos e Lisandro López como um jogador que não quererá ficar para trás nas contas e Eliseu, mesmo depois do título europeu, terá a sua posição disputada por Grimaldo.
No meio-campo, Pizzi e Salvio vêem o seu espaço muito reduzido, havendo até a hipótese de jogadores como Carcela e Gonçalo Guedes, perante a boa adaptação dos reforços, não figurarem nas contas finais do plantel de Rui Vitória. O ataque é o espaço onde Jonas e Mitroglou parecem mais indiscutíveis, levantando-se assim a questão do desejo de Raul Jiménez em estar nos Jogos Olímpicos, algo que parece já não ir acontecer, mas que só será justificável se o mexicano tiver direito a uma luta pela titularidade. A Algarve Cup, entretanto, será espaço para vermos o que valem outros nomes que ainda se mantém em teste para saber se terão lugar no plantel.
Boas Apostas!
