Yokohama e Toyota, no Japão, acolhem mais uma edição do Mundial de Clubes, onde o Chelsea, campeão europeu, e o Corinthians, vencedor da Taça dos Libertadores, partem como principais favoritos.

A abertura está marcada para 6 de dezembro, com o encontro entre o Sanfrecce Hiroshima, representante do país organizador e o Auckland City, representante da Oceânia. Os quartos-de-final realizam-se no dia 9 de dezembro, com o vencedor desta partida a defrontar os africanos do Al Ahly, e com o campeão asiático, o Ulsan Hyunday, a enfrentar o representante da América do Norte, o Monterrey.

mundial clubes 2012As meias-finais realizam-se a 12 e 13 de dezembro, já com a presença dos dois favoritos, com a final marcada para Yokohama, no dia 16 de dezembro.

Com as equipas europeias a dominar a competição nos últimos quatro anos, o Chelsea tem a pesada responsabilidade de ultrapassar os problemas vividos no passado recente e trazer, de novo, o troféu para a Europa. No entanto, o Corinthians, seu principal rival, já conta com um título mundial no seu currículo e poderá surpreender os ingleses no jogo decisivo.

Fazemos uma análise das sete equipas presentes, destacando as suas principais figuras e antecipando aquilo que poderão fazer neste torneio.

auckland cityAuckland City

A equipa neozelandesa é um nome reconhecido na competição, onde participa pela quarta vez desde 2005. O principal objetivo passa por repetir 2009, quando conseguiram ultrapassar o Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, atingindo os quartos-de-final e somando a sua primeira vitória na competição.

Orientado pelo catalão Roman Tribulietx, a equipa tem como sua principal figura um avançado que passou pelo Barça. Manel Exposito fez parte do plantel do Barcelona B, para além de ter percorrido várias equipas espanholas de segunda linha, antes de ter embarcado nesta aventura do outro lado do mundo. Ivan Vicelich, capitão da seleção neozelandesa com experiência em equipas europeias, será o líder da linha defensiva.

Factos

  • O Auckland City defrontou o campeão japonês, Kashima Reysol, no Mundial de Clubes da época passada, e perdeu por 2-0.
  • Oito atletas do onze inicial desse jogo poderão repetir presença este ano.
  • A única vitória do Auckland City em Mundiais de Clubes ocorreu na única vez que esta equipa participou na competição sem que ela se realizasse no Japão.

Prognóstico

Mais uma presença no Mundial sem registo de vitórias. Fica pela 1ª ronda.

sanfrecce hiroshimaSanfrecce Hiroshima

O Sanfrecce conquistou o seu primeiro título japonês e assegurou o lugar de representante do país organizador, fazendo a sua estreia num Mundial de Clubes. A equipa japonesa fez parte do grupo de fundadores da J-League, em 1992, mas passou por uma fase negra, andando pela divisão secundária entre 2002 e 2007.

A forte aposta na formação de jogadores tornou-se política do clube de Hiroshima no seu regresso à elite. Agora, ao conquistar o primeiro título, tem a hipótese de mostrar ao mundo inteiro alguns dos seus valores. Yojiro Takahagi será o principal fruto da Academia do Sanfrecce, tendo feito parte das conquistas do clube no último ano (soma o título da 2ª Divisão ao título da J-League). O experiente Hisato Sato será a principal referência ofensiva da equipa, enquanto Mikic, o único europeu do plantel, traz alguma experiência internacional a um conjunto marcado pela inexperiência.

Factos

  • Todas as três equipas japonesas que participaram no Mundial de Clubes venceram, pelo menos, um jogo e todas atingiram as meias-finais.
  • Apenas uma vez, em 2009, o representante do país organizador perdeu na sua primeira partida.
  • O jogador mais conhecido a vestir a camisola do Sanfrecce Hiroshima foi César Sampaio, médio que representou a seleção brasileira no Mundial de 1998.

Prognóstico

Vencendo na 1ª ronda, o Sanfrecce Hiroshima defronta os egípcios do Al Ahly e poderá repetir o feito de outras equipas japonesas, atingindo as meias-finais.

al-ahlyAl Ahly

O poderio dos egípcios do Al Ahly nas competições africanas nunca conseguiu replicar-se no Mundial de Clubes, onde o melhor resultado alcançado aconteceu em 2006, com um terceiro lugar. Nas outras duas presenças, o Al Ahly desiludiu. Num ano em que a equipa não teve competição interna (a Liga Egípcia está suspensa devido a confrontos violentos nos estádios), o conjunto orientado por Hossam El Badry conseguiu vencer a Liga dos Campeões Africanos, garantindo a sua quarta presença em Mundiais de clubes.

Na equipa egípcia joga um dos jogadores mais consagrados de África. Mohamed Aboutrika conquistou duas Ligas dos Campeões e duas Taças das Nações Africanas, sendo considerado o melhor jogador do continente em 2008. Sem nunca ter saído do seu país, nem jogado em nenhum Mundial, Aboutrika teve o seu momento de reconhecimento internacional ao jogar nos Jogos Olímpicos de Londres, onde levou o Egipto até aos quartos-de-final com dois golos marcados. Mohamed Geddo, na frente de ataque, e Hossam Ghaly, que já jogou em Inglaterra, no meio-campo defensivo, completam o trio de principais ameaças da equipa.

Factos

  • O Al Ahly nunca defrontou equipas japonesas no Mundial de Clubes, mas encontrou o Auckland City na 1ª ronda da sua melhor participação na competição, em 2006.
  • Aboutrika marcou 3 golos na campanha de 2006. Jogadores como Hossam Ashour ou Wael Gomaa também ainda continuam no plantel do Al Ahly.
  • Da Silva pode parecer um apelido familiar para os portugueses, mas este avançado de nome Dominique é internacional pela Mauritânia, onde nasceu com ascendência Senegalesa, tendo feito a sua carreira profissional entre a Tunísia e o Egito.

Prognóstico

Sem competição nacional, o Al Ahly não deixou de conquistar excelentes resultados a nível internacional. Uma presença nas meias-finais é possível, caso a equipa não volte a tremer no palco do Mundial.

ulsan hyundaiUlsan Hyunday

Outro estreante no Mundial de Clubes, os sul coreanos do Ulsan Hyunday chegam à competição com fama de equipa ofensiva, depois de conquistarem a Liga dos Campeões Asiáticos sem conhecer a derrota e somando 27 golos marcados em 12 partidas. Impressionante.

A força ofensiva tem três nomes em destaque. Lee Keun-Ho é um avançado móvel e muito rápido, que tem singrado também na seleção do seu país. Kim Shin-Wook é um gigante de 1m96, que ajuda a dizimar com o seu poder físico as defesas adversárias. O terceiro nome chegou durante esta temporada, para reforçar as opções do técnico Kim Ho Kon. Trata-se de Rafinha, brasileiro que jogava no Gamba Osaka do Japão, e acrescenta magia e velocidade a um grupo já de si bastante perigoso nesses tópicos. Um outro brasileiro, Maranhão, é uma presença habitual vinda do banco de suplentes, oferecendo uma capacidade de rotação e frescura a um conjunto que é muito difícil de parar.

Factos

  • Rafinha fez apenas quatro partidas pelo Ulsan Hyunday na Liga dos Campeões Asiáticos 2012, mas marcou cinco golos nessas presenças.
  • Por duas vezes, equipas sul coreanas atingiram as meias-finais.
  • Leandro Machado, avançado brasileiro que passou pelo Sporting, foi jogador do Ulsan Hyunday entre 2005 e 2007.

Prognóstico

Perante um Monterrey muito experiente, o Ulsan Hyunday terá que fazer um jogo perfeito, se quer atingir as meias-finais.

monterreyMonterrey

Apesar da estreia nesta competição, em 2011, ter sido para esquecer, o conjunto mexicano poderá agora beneficiar da aprendizagem acumulada. Há um ano atrás, o Monterrey chegava ao Japão com grandes esperanças de fazer uma boa figura no Mundial de Clubes, mas acabou por ficar apenas em 5º lugar, depois de perder nas grandes penalidades frente ao Kashima Reysol.

Este ano, regressam os craques César Delgado, argentino que passou pelo Lyon, o internacional chileno Humberto Suazo e o argentino Neri Cardozo, que foi titular na final do Mundial de Clubes de 2007 com o Boca Juniors. A experiência deste grupo não tem comparação entre a maioria dos participantes nesta competição. Bem conhecedores do ambiente do torneio, depois da experiência no ano passado, a equipa orientada por Victor Vucetich é a grande candidata a poder evitar a final previsível entre Chelsea e Corinthians.

Factos

  • Caso o Monterrey atinja as meias-finais, será a quarta vez que uma equipa mexicana joga nessa fase de um Mundial de Clubes.
  • A única vez que a final não foi disputada entre equipas da Europa e da América do Sul foi em 2010, quando o TP Mazembe, da RD do Congo, eliminou os mexicanos do Pachuca e os brasileiros do Internacional antes de perder, na final, com o Inter de Milão.
  • Suazo, Di Nigris e Mier, que marcaram golos na presença do Monterrey em 2011, poderão repetir o feito esta temporada.

Prognóstico

Depois da desilusão, a bonança. O Monterrey irá ultrapassar o Ulsan Hyunday e criar muitas dificuldades ao Chelsea, podendo mesmo ser a primeira equipa da América do Norte a atingir a final.

corinthiansCorinthians

O único detentor de um título Mundial de Clubes presente na prova vive uma época histórica, à qual só falta acrescentar mais uma conquista. Depois de vencer o Brasileirão em 2011, a equipa orientada por Tite conquistou a Taça dos Libertadores da América, uma competição que lhe fugia há muito tempo. Agora, com ligeiros acertos no seu plantel, os corinthianos querem repetir a glória de 2000.

A equipa baseia as suas principais forças na experiência de Danilo e Emerson Sheik e na juventude de Paulinho e Romarinho. Será de entre estes quatro elementos que a diferença se poderá fazer, no Japão. Emerson não é um jogador vistoso, mas tem-se revelado muito importante no esquema ofensivo da equipa, enquanto Romarinho vai encontrando o seu lugar, muito devido ao oportunismo revelado. Paulinho tem sido a âncora da equipa, com Danilo a organizar a saída para o ataque. Destaque ainda para a presença do peruano Guerrero e de Anderson Polga neste conjunto. Depois de nove temporadas de leão ao peito, o brasileiro poderá agora juntar um título mundial de clubes ao título mundial de seleções conquistado em 2002.

Factos

  • O Corinthians marca presença no Mundial de Clubes pela segunda vez, depois de ter vencido em 2000, onde participou como clube organizador.
  • O Brasil tem três títulos mundiais de clubes, conquistados nas primeiras três vezes que a prova foi organizada.
  • A solidez defensiva foi uma das chaves da vitória corinthiana na Libertadores deste ano. Em 14 jogos, apenas 4 golos sofridos.

Prognóstico

A situação atual do Chelsea enche de esperanças os adeptos brasileiros. O Corinthians parte mesmo como favorito a vencer a competição.

chelseaChelsea

Existem duas maneiras de olhar para este Chelsea. No papel, o atual campeão europeu tem um dos plantéis mais fortes do mundo. Em campo, convive há anos com o fantasma de uma época em que todos sabiam, exatamente, qual o seu papel na equipa. Sim, Mourinho ainda assombra os Blues.

A Roberto Di Matteo não bastou vencer a Liga dos Campeões. Um início de época tremido, sobretudo na prova que havia vencido em Maio passado, valeu-lhe o despedimento e a substituição por Rafa Benítez. No entanto, o espanhol não está a ter sucesso neste seu regresso ao ativo. Em três jogos, dois empates e uma derrota, são um cenário negro na véspera de viajar para o Japão.

No Mundial, não existe outra opção que não seja a de vencer. Fernando Torres, Juan Mata e Ramires estão entre os principais candidatos a empurrar a equipa para a vitória. Benitez aproveitará a viagem para encontrar a melhor forma de arrumar o seu onze, mas a sensação de caminhar sobre o fio da navalha poderá jogar contra a equipa inglesa e levar a que, doze anos depois, se volte a jogar uma final de Mundial sem o campeão europeu.

Factos

  • Em três participações de equipas inglesas, apenas no ano em que não tiveram adversários brasileiros o Mundial ficou nas mãos dos súbditos de Sua Majestade (Manchester United, em 2008)
  • Rafa Benítez conquistou o Mundial de Clubes em 2010, com o Inter de Milão, depois dos italianos terem conquistado a Liga dos Campeões sob as ordens de José Mourinho. Também esteve presente na final de 2005, orientando o Liverpool, perdendo para o São Paulo.
  • Nas últimas quatro edições da prova, o representante europeu conquistou sempre o título mundial.

Prognóstico

O Chelsea continuará a viver um período de infelicidade e, mesmo atingindo a final, não conquistará o título mundial.

Boas Apostas!