A cidade de Trondheim, na Noruega, assistiu à consagração “merengue”. “Hasta el final”: O Real Madrid inspirou-se no seu grito de guerra e conquistou a terceira edição da Supertaça Europeia da sua história “in extremis”, ao empatar já em tempo de compensação e marcar o golo da vitória à beira do fim do prolongamento. O Sevilha de Jorge Sampaoli sucumbiu frente ao rival da capital espanhola mas deixou boas indicações para a temporada que se avizinha.

Resistir para sorrir

Foto: Ángel Martínez

Foto: Ángel Martínez

A resistência à derrota é uma marca identitária do Real Madrid. Protagonista habitual em contexto de decisão, Sérgio Ramos é o expoente individual dessa ideia de resposta às adversidades e voltou a assumir um papel preponderante ao marcar o golo que adiou a decisão para prolongamento, depois de ter cometido a grande penalidade que permitiu ao Sevilha dar a volta ao resultado. O capitão madridista, natural de Sevilha, voltou a demonstrar o instinto que possui para finais e foi decisivo, à imagem do que já tinha acontecido nas finais de Lisboa (2014), Marrakech (2015) e Milão (2016). Numa noite em que o Real Madrid não pôde contar com o virtuosismo do famoso trio “BBC”, brilharam atletas que são símbolos do madridismo em virtude do percurso trilhado no clube. Dani Carvajal apontou o golo que definiu a atribuição do troféu aos 119 minutos, premiado por uma corajosa incursão pela direita do ataque à beira do apito final. Desgastada e reduzida a 10 unidades, a defesa do Sevilha não foi capaz de travar o internacional espanhol.

Privado dos serviços de Cristiano Ronaldo, Pepe, Toni Kroos e Gareth Bale, o Real Madrid apresentou-se em Trondheim com um onze repleto de alterações comparativamente à final da Liga dos Campeões disputada em Milão. Kiko Casilla, Raphael Varane, Marco Asensio – autor do primeiro golo – Álvaro Morata, Mateo Kovacic e James Rodríguez não defrontaram o Atlético de Madrid na final da Liga dos Campeões, mas foram titulares em Trondheim. Karim Benzema (problemas físicos) e Luka Modric começaram a Supertaça Europeia no banco.

Bons ares de Sevilha

Foto: Jan Kruger - UEFA/Getty Images Europe

Foto: Jan Kruger – UEFA/Getty Images Europe

Jorge Sampaoli é a garantia de que o bom futebol permanecerá em Sevilha. A avaliar por aquilo que foi possível observar nesta Supertaça Europeia, podemos esperar uma equipa com uma identidade forte, fiel a um conjunto de princípios que são uma ode ao futebol de vertigem. O conjunto andaluz não conseguiu levantar o troféu, mas deixou apontamentos muito interessantes para a temporada que se avizinha, desde logo pela vontade que patenteia em atacar. A equipa do Sevilha, versátil do ponto de vista táctico – a dificuldade na primeira fase de construção levou a uma alteração imediata na composição do setor recuado -, procura jogar subida no terreno, atacar com muitos, embora tenha evidenciado alguma dificuldade na exploração dos espaços – mérito da organização defensiva do Real Madrid, aspecto em que a equipa evoluiu soba égide de Zidane. A proposta de Sampaoli acarreta os seus riscos, espelhando a personalidade forte de um treinador que afirmou estar orgulhoso por ter visto a sua equipa discutir a Supertaça Europeia olhos nos olhos. Tal como o próprio admitiu, a qualidade individual fez a diferença em Trondheim, com o Real Madrid a superiorizar-se apesar de todas as ausências.

Boas Apostas!