Dia zero para o Liverpool 2016/17, ontem, em Basileia. Os “Reds” perderam a final da Liga Europa e não conseguiram dar o primeiro passo tendo em vista a recuperação do prestígio europeu de outrora. Para o clube inglês com mais edições da Liga dos Campeões no palmarés (5), levantar o troféu seria uma mera formalidade, atribuindo maior importância à possibilidade de regressar à elite europeia na próxima época. O título da reflexão que se segue sugere uma constatação óbvia, sobretudo quando falamos de Jurgen Klopp, um treinador que reconheceu “ter demasiadas medalhas de prata em casa”.
Jurgen Klopp foi muito direto na abordagem à final da Liga Europa: “Se perdermos, a época será um insucesso”. O treinador alemão chegou à cidade portuária inglesa em Outubro, estreando-se em White Hart Lane com um empate sem golos diante do Tottenham. Na altura, à 8ª jornada, o Liverpool ocupava a 10ª posição com 12 pontos. Em termos classificativos – terminou no 8º lugar – o efeito Klopp não se fez sentir de modo significativo. O mérito do treinador alemão passou, sobretudo, por devolver o bom futebol ao relvado de Anfield e a esperança a um conjunto de jogadores que tinha caído num certo descrédito perante a massa associativa do clube. Embora tenha sido finalista da Taça da Liga, o grande momento da temporada do Liverpool corresponde à participação na Liga Europa, encarada com seriedade pelos “Reds”. O envolvimento na segunda competição de clubes mais importante à escala continental não foi descurado pelo colosso inglês, que olhou para a prova como uma porta para o regresso ao convívio entre os “tubarões” do continente. Gorada a possibilidade de qualificação para a Liga dos Campeões através do campeonato, o Liverpool correu pelo objetivo de garantir uma lugar através da Liga Europa, tendo em conta que a conquista do troféu significaria o apuramento direto para a fase de grupos da Champions versão 2016/17.

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De outro ponto de vista, vencer a Liga Europa permitiria reentrar na rota dos títulos europeus, que fogem há mais de uma década ao Liverpool. Klopp voltou a fazer com que os adeptos sonhassem com o trono europeu, mas falhou na decisão. A final da Liga Europa não altera a esperança nas hostes dos “Reds”, mas atrasa as pretensões do Liverpool em voltar a estar entre os principais candidatos a dominar o futebol europeu, sucumbindo diante do Sevilha numa altura em que os espanhóis são quem mais ordena no “Velho Continente”.
O Liverpool regressa à realidade da temporada 2013/14, ocasião em que esteve ausente das competições europeias. Ao analisarmos a época em causa, é possível realizar uma abordagem de um ponto de vista optimista: A ausência das provas europeias permitiu que a equipa se focasse totalmente na Premier League, alcançando o estatuto de vice-campeão, com apenas dois pontos de atraso face ao Manchester City. Por muitas medalhas de prata que Klopp possua, está longe de ser um perdedor. O técnico alemão quer vencer em contexto interno para devolver o “pedigree” europeu ao Liverpool e desta feita tem a oportunidade de trabalhar com o plantel desde o primeiro momento.