As meias-finais da Liga Europa têm no duelo espanhol, entre Sevilla e Valência, um forte motivo de interesse. A história da competição tem estado marcada pela presença de equipas portuguesas e espanholas nos momentos decisivos e este ano não será exceção. Se no outro confronto estará o Benfica, deste lado do caminho para a final de Turim, as duas equipas espanholas apresentam, cada uma delas, um trio de jogadores portugueses, aumentando assim para três quartos a possibilidade de vermos algum português levantar o troféu no final da prova.
Voz de capitão
A cumprir a sua quarta época em Valência, Ricardo Costa quase pode dizer que nasceu para ser capitão de equipa. Depois da formação feita no Boavista, o defesa-central mudou-se para o rival FC Porto, para jogar na equipa B. As qualidades de liderança sempre estiveram muito presentes na personalidade de Ricardo Costa, que assim o provou ao ficar sete temporadas nos séniores dos Dragões. Saiu de Portugal com direção à Alemanha, onde representou o Wolfsburg, passou por França e, em Valência, demonstra com clareza que é um elemento de qualidade para uma equipa que luta pela Europa. Para além disso, Ricardo Costa tem pontuado o seu percurso com presenças na Seleção Nacional, com duas fases finais de Mundiais e um Europeu no seu currículo. Ricardo Costa apresenta a possibilidade de poder jogar como central, mas também ocupar as faixas laterais. Seja com que treinador for, tem-se mantido como opção, visto pelos adeptos, também, como um elemento muito importante na estrutura.
Com Ricardo Costa estão em Valência João Pereira e Rúben Vezo. O lateral-direito titular da Seleção Nacional completa a sua segunda temporada no Valência, mas vai experimentando dificuldades para se afirmar no campeonato espanhol. A sua experiência em dois grandes de Portugal, Benfica e Sporting, não tem sido suficiente para convencer totalmente o seu novo técnico. Quem parece conquistar Pizzi é Rúben Vezo, o jovem sadino que chegou a Espanha este janeiro. Apesar de só poder ser utilizado na Liga, Rúben já marcou um golo e vai começando uma carreira internacional com nota bastante positiva.
Ano um na Andaluzia

Trio de lusos em terra de sevilhanas
O Sevilla teve uma má temporada no ano passado e, só com a chegada de Unai Emery, conseguiram alcançar o apuramento para a Liga Europa. Este ano, o objetivo passava por repor o emblema no seu “lugar natural”, tentando fazer carreira na Europa, à imagem de 2006 e 2007, quando venceram a Taça UEFA, para além de lutar por um lugar na Liga dos Campeões. E a verdade é que a equipa mantém-se viva em ambos os objetivos. Depois de Beto ter chegado no ano passado, vindo de Braga, este ano mais dois portuguese se juntaram ao guarda-redes que conquistou a baliza dos sevilhanos com a sua habitual raça e defesas impossíveis. Diogo Figueiras foi contratado devido à sua boa temporada no surpreendente Paços de Ferreira e faz a sua adaptação a um nível de exigência que não lhe era conhecido. A grande sensação dos três portugueses do Sevilla tem sido, no entanto, Daniel Carriço.
O jogador formado no Sporting já antes tinha sido convidado para assinar pelo clube andaluz, mas só este ano acabou por chegar à cidade, emprestado pelo Reading. De qualquer maneira, o emblema espanhol foi lesto a anunciar a vontade de o contratar definitivamente, tendo em conta que Carriço vem demonstrando boa capacidade técnica para evoluir quer a central, quer no meio-campo. Para além disso, como já lhe era reconhecido em Alvalade, Carriço é também um líder natural, que muito poderá ajudar o Sevilla a posicionar-se entre os melhores da Liga Espanhola.
Duas equipas, seis portugueses, dois candidatos a usar a braçadeira por alguns anos. Também em português se vai escrevendo a história do duelo espanhol na Liga Europa.
Boas Apostas!