Rafael Nadal – David Ferrer (ATP – Roland Garros)
Um dia depois de completar vinte e oito anos, o n.º 1 um do mundo, Rafa Nadal, enfrenta o seu amigo David Ferrer, nos quartos-de-final do seu torneio de eleição, no que será uma reedição da final de Roland Garros do ano passado. Nessa altura, Rafa foi dominante e em tudo superior, mas desde essa altura a cabeça do melhor tenista de sempre em terra batida conheceu momentos de dúvida profunda, de que agora parece estar a ultrapassar. Num desses, foi derrotado por Ferrer na final de Monte Carlo, pela primeira vez em quase dez anos. Há quem pense que este encontro tanto pode vir a ser um presente de aniversário para o maiorquino como uma evidência de que os seus melhores anos já estão para trás. Não é a idade que está em causa – veja-se o trinta Ferrer, provavelmente no pico da sua carreira. É o modo como se encara e nos adaptamos a essa maturidade. E Nadal anda ainda em busca desse equilíbrio.
Depois de muita especulação, Rafa Nadal continua a ser rei em Paris. O homem oito vezes campeão em Roland Garros está determinado a fazer tudo para levantar a nona Taça dos Mosqueteiros, e assim quebrar mais um recorde, ser o primeiro a fazê-lo em cinco edições consecutivas. O líder do ranking ATP tem sido uma máquina de eficiência e concentração desde que pôs os pés na capital francesa, no fundo, aquilo a que nos habituou nesta década de domínio absoluto em terra batida. Bateu os adversários das quatros rondas iniciais sem ceder um único set para manter o seu impressionante registo de no Major de Paris, sessenta e três vitórias e apenas uma derrota. Robby Ginepri, n.º 279, foi esmagado com os parciais de 6-0, 6-3 e 6-0. O austríaco Dominic Thiem, quinquagésimo sétimo ATP, teve idêntica sorte (6-2, 6-2, 6-3). Leonard Mayer talvez tenha beneficiado das dores nas costas que Nadal supostamente sentiu durante a partida de ambos, já que neste caso os sets forem um pouco menos desequilibrados (6-2, 7-5, 6-2). Dusan Lajovic, octogésimo terceiro, nem teve tempo para respirar e já o marcador marcava 5-0, no primeiro set (6-1, 6-2, 6-1). No fim, o detentor de treze títulos no Grand Slam, vinte e sete Masters e quarenta e quatro troféus em pó de tijolo, nos quais se incluem os oito em Paris, teve sempre uma palavra de incentivo para os adversários que acabava de eliminar. De Thiem disse que apostava nele para liderar a próxima geração e que a qualidade do ténis de Lajovic o faria rapidamente subir no ranking. Mas a verdade é que a competição a sério, para Nadal, começa esta quarta-feira, com um verdadeiro desafio. Esperemos que ele reaja tão bem ao teste como fez em Roma, quando teve que defrontar Andy Muray.
Aos trinta e dois anos, David Ferrer está num dos melhores momentos da sua carreira. Mantém-se no Top-5 do ranking Emirates ATP e, ao bater o sul-africano Kevin Anderson, garantiu a sua décima presença consecutiva em torneios de Grand Slam. Mas foi uma vitória sofrida. Os dois primeiros sets correram bastante bem mas, no terceiro parcial, o espanhol viu a vida andar para trás. Viu-se empurrado para um tie-break que acabou por perder. Felizmente para o número cinco do mundo, Anderson ficou esgotado com essa disputa e não foi capaz de manter a energia no set decisivo (6-3, 6-3, 6-7, 6-1). Nas rondas anteriores afastou Sijsling (6-4, 6-3, 6-1), Bolelli (6-2, 6-3, 6-2) e Seppi (6-2, 7-6, 6-3).
Esta época Nadal venceu três troféus em torneios ATP. Em Doha bateu Gael Monfils, no Rio de Janeiro Dolgopolov e no Mutua de Madrid foi a vez de Nishikori. Ferrer revalidou o título em Buenos Aires. Rafa conta trinta e oito vitórias e seis derrotas, David trinta e uma e dez, respetivamente. São ambos exímios tenistas, com um gosto particular pela terra batida. Já se defrontaram vinte e sete vezes em partidas oficiais, com o jogador mais cotado a levar clara vantagem, vinte e uma contra apenas seis. Contudo, convém anotar que Ferrer levou a melhor em dois dos três encontros mais recentes, na final de Monte Carlo. Mas estamos em Paris e aqui Nadal é sempre favorito. São dois jogadores que se conhecem muito bem, talvez até bem demais, com grande respeito mútuo. Nenhum dos dois espera facilidades. Nadal disse que achava que estava a jogar um pouco melhor do que da última vez que se cruzou com Ferrer, mas que o outro estava a jogar de forma muito consistente desde Madrid. Que para lhe vencer não poderá ter um minuto de desconcentração. Ferrer sabe que mesmo fazendo tudo bem ainda precisa de um bocadinho de sorte. Afinal, são os quartos-de-final, e este é o Roland Garros.
A Bet365 oferece-lhe 50€ de bónus para apostar neste jogo: http://bitly.com/50eurbonus