Para nós portugueses João Sousa foi uma das figuras da temporada tenística. Para o luso o ano de 2015 não podia fechar de melhor maneira. Em Valência conquistou o seu segundo troféu num torneio ATP derrotando na final o espanhol Roberto Bautista-Agut. O objetivo é dar um salto em 2016 e para isso o vimaranense passou uma semana a treinar, em exclusivo, com Rafa Nadal, em Manacor.
Fechar 2015 em beleza
João Sousa terminou a temporada de 2015 na trigésima terceira posição do Ranking ATP, superando a melhor marca de sempre de um tenista português no circuito profissional que também já lhe pertencia. A cereja no topo do bolo aconteceu mesmo no último torneio em que o vimaranense participou, o ATP 250 de Valência, onde bateu, na final, o espanhol Roberto Batista-Agut (3-6, 6-3, 6-4). Foi a quarta final do ano, de uma prova ATP, em que o português marcou presença. Em Genebra perdeu para o brasileiro Thomaz Bellucci (7-6, 6-4), em Umag não resistiu a Dominic Thiem (6-4, 6-1) e em São Petersburgo ainda venceu um parcial a Milos Raonic, mas não chegou (6-3, 3-6, 6-3). Ter conquistado o seu segundo troféu de carreira a fechar a época só tornou a vitória ainda mais saborosa.
Por troca com Philipp Kohlschreiber, que desceu uma posição, estabeleceu a melhor classificação de sempre de um tenista luso, que já lhe pertencia. É agora o trigésimo terceiro jogador mais cotado do circuito profissional e não pretende ficar por aqui. Para o próximo ano o treinador Frederico Marques já definiu novas orientações: reduzir ao mínimo a participação nos eventos da série 250, apostar forte nos ATP 500 e Masters 1000. É aí que estão as altas pontuações e os grandes prémios monetários. Para tentar um salto na hierarquia Sousa tem que se mudar para o lago dos peixes graúdos.
Ir mais longe
E o primeiro passo já foi dado. Na primeira semana de dezembro, João – acompanhado do treinador Frederico Marques e do preparador físico Marc Marti – passou uma semana a treinar em exclusivo com Rafael Nadal, em Manacor. A ideia da equipa que acompanha o português é que para dar haver uma evolução significativa ele precisa de desafios maiores e de se habituar ao contacto com os líderes do ranking. Sempre apreciei essa máxima: quando fores o maior da tua rua muda-te para uma maior.
A intensidade e entrega aos treinos do antigo número um mundial é lendária e segundo João Sousa e sua comitiva a experiência só confirmou as altas expetativas. Foi uma semana a treinar cinco a seis horas diárias com o espanhol – com a participação do tio Toni e de Francis Roig – a que se acrescentavam as preparações físicas respetivas nas excelentes instalações que Nadal possui em Manacor.
A semana passada nas Baleares também teve os seus momentos de descontração e convívio mas Sousa não foi para lá de férias. As sessões com Nadal foram de exigência máxima e cobriram diversos aspetos técnicos – linha de fundo, movimentações, serviço, aproximações à rede e tantos outros aspetos – que ambas as equipas definiram como áreas a explorar.
O vimaranense regressou depois a Barcelona para continuar a sua preparação mas não se cansa de repetir como foi positiva a experiência. João estreia-se na época de 2016 a 11 de janeiro, em Auckland, Nova Zelândia, na semana que antecede o Open da Austrália. E nós estamos curiosos para acompanhar a evolução.