Nos quartos-de-final da Liga Europa, o Benfica recebe o Newcastle, equipa inglesa que não tem boas recordações da sua última viagem à cidade de Lisboa (quando perdeu por 1-4 frente ao Sporting). A sorte dos Magpies em Portugal é quase nula, já que nunca venceram em território nacional. Caberá aos encarnados fazer valer a sua qualidade e a tradição, para levar uma vantagem confortável na viagem a Inglaterra.
A prioridade é ganhar tudo
Já não se ouve Jorge Jesus dividir prioridades na antevisão dos encontros do seu Benfica – a partir daqui, a prioridade é ganhar tudo. Isso mesmo deverá temer Alan Pardew, técnico do Newcastle, que depois de mais uma derrota no fim-de-semana passado já nem pode utilizar a desculpa europeia para esconder a má temporada da sua equipa: a proximidade da linha de água na Premier League não aconselha discursos diletantes (o Martin O’Neill que o diga). Mesmo que possa mexer numa ou duas peças da sua estrutura habitual, o Benfica tem dado ares de imbatível nas últimas semanas. Vários dos jogadores saídos do banco comportam-se ao nível dos titulares e a rotação não significa uma perda de qualidades. Para além disso, com o Estádio da Luz a encher-se para ver o Benfica em fato europeu, o ambiente será terrível para o onze inglês (ou deveríamos dizer francês?)
É este o ambiente que espera o Newcastle na Luz
Com 10 franceses no seu plantel, Alan Pardew tem transformado o ADN operário do Newcastle numa mistura de classe e bom tratamento de bola. No entanto, essa mistura vai funcionando melhor na Europa do que na Premier League. A única derrota na competição aconteceu – lá está -, em Bordéus, e as recentes eliminações de Metalist Kharkiv e Anzhi, ambas sem sofrer golos, demonstram que o acerto defensivo será uma das poderosas chaves deste conjunto. No entanto, há que compreender que não é fácil passar pelo Estádio da Luz sem sofrer golos. Será por isso natural imaginar um Newcastle cuidadoso e ponderado no momento de partir para o ataque, não arriscando nunca para lá dos mínimos, tudo fazendo para conduzir a eliminatória para a resolução no seu território. Uma tarefa bem complicada, senão impossível, para uma equipa que quer fazer frente ao poder das águias.
Ingleses ao poder?
Para além do Newcastle, outras duas equipas inglesas mantém-se na corrida da Liga Europa, sendo que Chelsea e Tottenham apresentam mais sérias aspirações à conquista da competição. A equipa de André Villas-Boas recebe o Basileia, um adversário traiçoeiro, mas cujo valor é claramente inferior ao do Tottenham. A notar no conjunto suíço, a experiência de jogadores com Marco Streller, Dan Degen e Philipp Degen, todos caras conhecidas do futebol do seu país. Já os Spurs tentam demonstrar que são muito mais do que um conjunto onde se joga com Gareth Bale mais dez. Em White Hart Lane, será essencial que consigam golos, de modo a não ficarem dependentes de um resultado em solo suíço, onde o Basileia consegue apresentar melhores argumentos – ao ponto de ainda nunca ter vencido fora de casa.
Rondon é homem golo do Rubin Kazan
O Chelsea continua a sua semana diabólica, recebendo agora o Rubin Kazan, uma das equipas que tem crescido na sombra, na presente Liga Europa. Tendo defrontado equipas como o Inter de Milão, o Atlético de Madrid e o Levante, apenas com os madrilenos provou o sabor da derrota. Orientados há 13 épocas por Kurban Berdyev, a equipa de Kazan tem um plantel cheio de jogadores internacionais, fugindo um pouco ao que é o modelo de jogo tipicamente russo. Natcho e Pablo Orbaiz representam um meio-campo de força, com José Rondón a semear perigo no contra-ataque. Apesar de fragilizados pela quantidade de partidas seguidas, o Chelsea é, ainda assim, favorito a vencer esta partida. Serviços mínimos para poder assegurar a continuidade em prova quando visitar o frio da Rússia.
E ainda…
Fenerbahce e Lázio de Roma disputam um lugar nas meias-finais da Liga Europa, não deixando de ser surpreendente a presença da equipa turca neste estágio da competição. Depois de uma fase de grupos de grande sucesso, ficando à frente de Borussia Moechengladbach e eliminando o Ol. Marselha, os turcos tiveram a sorte do seu lado, tendo que enfrentar BATE Borisov e Viktoria Plzen para atingir os quartos. Já para os italianos, a caminhada tem sido exatamente o oposto, deixando pelo caminho aos alemães do Bor. Moechengladbach e o Estugarda. Com tudo para chegarem à ronda seguinte, os romanos precisam de sobreviver à viagem a Istambul sem grandes perdas. É isso mesmo que o favoritismo na eliminatória lhes concede.
Boas apostas!
