Época emocionante na Conferência Oeste, com cinco equipas a terminar a fase regular com uma percentagem de vitórias superior aos 68%! Muito equilíbrio e muita qualidade, numa Conferência onde Oklahoma City Thunder e San Antonio Spurs estiveram sempre por cima, ainda que com pouca vantagem em relação aos seus seguidores. Outra das grandes histórias da época aconteceu com os LA Lakers, que conseguem, na última semana, garantir o sétimo lugar, enquanto perdem a sua maior estrela, Kobe Bryant. Quem pode dizer que sabe o que vai acontecer daqui à final?
Oklahoma City Thunder
Será que os Thunder precisavam mesmo de trocar James Harden ou poderia a administração ter seguido outro caminho e tentar conciliar as suas três estrelas numa equipa que parece destinada a ser campeã num futuro próximo? As opiniões dividem-se, mesmo perante os resultados alcançados nesta fase regular. Por um lado, Kevin Martin parece ter ocupado na perfeição a vaga deixada em aberto pela saída de Harden, apresentando-se como um sexto jogador com alta capacidade anotadora. A isso deve somar-se o facto da equipa ter terminado a fase regular em primeiro lugar, depois do segundo do ano passado. Mas por outro lado, os Oklahoma parecem agora menos dominantes, tendo sobretudo perdido a intensidade que James Harden permitia manter durante um jogo inteiro. Este ano pôde-se também assistir à evolução de Serve Ibaka, que continua a desenvolver-se como um jogador importantíssimo neste conjunto. Para além da capacidade no jogo interior, o internacional espanhol tem agora também capacidade de tiro exterior, tornando-o mais difícil de defender. Scott Brooks sabe que a tarefa no playoff não será fácil, com adversários muito fortes em todas as rondas, mas o objetivo está definido e nada menos do que repetir a temporada passada será satisfatório. Kevin Durante e Russell Westbrook não se perdoariam.
Previsão: Para começar, os Thunder enfrentam James Harden e os Rockets na primeira ronda, algo que certamente prefeririam evitar. Depois, Clippers ou Grizzlies serão o cliente seguinte. Nenhuma facilidade pelo caminho para chegar a uma final de Conferência onde estarão duas equipas fortíssimas, sejas elas quem forem, depois de ultrapassarem tão fortes adversários. No fundo, tudo dependerá de Kevin Durant e Russell Westbrook. Foram eles que trouxeram os Thunder até aqui. Serão eles que terão que os levar até bem perto de poderem conquistar o título da NBA.
San Antonio Spurs
Velhos são os trapos. Tony Parker e Tim Duncan recorreram às suas sete vidas de gatos para, uma vez mais, levarem a mais europeia das equipas norte-americanas a um passeio pela fase regular da NBA. Nada parece tão certo como assumir que os Spurs vão estar no topo da Conferência, a cada ano que passa. No entanto, San Antonio acabou por perder a liderança para os Oklahoma City, e com ela a vantagem de poder decidir uma possível final no seu pavilhão. Mas atenção ao que falta para ali chegar. Até porque há um historial que os Spurs terão que rebater. Depois de nos últimos dois anos terem vencido a Conferência na fase regular, falharam em ambos os casos um título nos playoffs. Por outro lado, a última vez que terminaram em segundo, em 2005, acabaram por se sagrar campeões. Ainda assim, não está fácil a vida para Gregg Popovich. Com Boris Diaw afetado por lesão e com difíceis perspetivas de vir a ser utilizado o resto da temporada, a equipa perde uma das peças da sua rotação. Os playoffs apresentam diferentes desafios para um conjunto que vive muito da constante troca dos seus jogadores, tornando-o numa equipa muito mais parecida com aquelas que evoluem na Euroleague. Como nota de curiosidade, a equipa assinou com Tracy McGrady para o ter nos playoffs. Será que os velhos trapos podem, ainda, ter uma palavra a dizer em 2013?
Previsão: Vão encontrar o adversário que ninguém quereria encontrar nesta primeira ronda, uns LA Lakers feridos no seu orgulho. Felizmente, para os Spurs, não haverá Kobe, o que quase sugeriria uma final antecipada na Conferência. Mesmo assim, será um caminho complicado para seguir em frente, onde terão que vir a encontrar uma das equipas que mais corre na Liga, os Denver Nuggets para, se tiverem o sucesso do seu lado, voltarem a dar de caras com os jovens de Oklahoma. Desafios altíssimos para Gregg Popovich, que terá dificuldades imensas para conseguir ultrapassar qualquer uma destas fases.
Denver Nuggets
Quem diria que em Denver vive uma das equipas mais emocionantes da NBA? Foi um segredo bem guardado durante boa parte da temporada, aquilo que George Karl vinha construindo desde o ano passado, quando trocou Carmelo Anthony por uma nova vida para os seus Nuggets. Com um conjunto de jogadores que fazem tudo depressa e bem, Karl viu na chegada de Iguodala a presença de um jogador de nível All-Star para dar consistência ao seu projeto. Mas nem sequer Iguodala é a peça mais essencial desta equipa. Ty Lawson fez uma época fabulosa, Danilo Gallinari mantém o seu nível de atirador implacável, Kenneth Faried é um monstro defensivo. André Miller e JaVale McGee também fizeram épocas muito interessantes, oferecendo consistência nas opções de George Karl. Mas toda a história bonita tem também um lado negro. Gallinari não dará o seu contributo à equipa nos playoffs, devido a lesão. Wilson Chandler, de quem se esperava bastante neste ano de regresso à NBA, depois da aventura chinesa, também acabou afastado pelas mesmas razões durante grande parte da temporada, tendo agora nas mãos a responsabilidade de ocupar o vazio deixado em aberto pelos seus colegas. JaVale McGee acabará por ser chamado a apresentar-se a um nível mais alto, tal como Anthony Randolph esperará ter mais minutos de jogo.
Previsão: Terminar em 3º lugar, com a conjugação de resultados na última semana, leva os Denver a encontrar os Golden State Warriors, um adversário que parece acessível aos seus intentos. Na segunda ronda, mesmo sem um ou dois jogadores tão importantes, a diferença de estilos de jogo entre Nuggets e Spurs poderá fazer a eliminatória cair para qualquer um dos lados. Daí que a esperança tem lugar no horizonte de Denver. Apesar das contrariedades, será sempre uma equipa a ter em conta até à final da Conferência.
Los Angeles Clippers
O patinho feio da cidade de Los Angeles conquistou, pela primeira vez na sua história, o título da sua Divisão, deixando para trás os Lakers. Com um plantel fortíssimo onde sobressaem Blake Griffin e Chris Paul, que são também dois dos mais fortes jogadores da Liga. Chris Paul, ainda assim, é um jogador bem mais difícil de parar do que o seu colega de equipa, que ainda sente algumas dificuldades perante defesas mais intensos. A presença de DeAndre Jordan no jogo interior ajuda a aliviar a pressão sobre Griffin, mas mais ninguém na equipa tem a capacidade de se sacrificar pelo alívio do melhor marcador dos Clippers – Ryan Hollins não conta… -, pelo que fica muitas vezes exposto aos adversários. Jamal Crawford foi uma das excelentes notícias da equipa nesta temporada, tendo-se revelado uma fonte quase inesgotável de pontos vindos do banco. A equipa tem outros pontos fortes na experiência de jogadores como Matt Barnes, Caron Butler e Chauncey Billups, parecendo ter uma das suas maiores fraquezas no banco, onde Vinny Del Negro continua a despertar dúvidas sobre as suas capacidades para liderar uma equipa que tem aspirações a lutar pelo título da Conferência. Com tanta gente experiente à volta de Blake Griffin, esse crescimento tem que ser evidente este ano ou no próximo. Com ou sem Del Negro como timoneiro.
Previsão: Uma primeira ronda complicada, frente aos Memphis Grizzlies, mas com a vantagem de poder decidi-la em casa, deverá acabar por ser ultrapassada. Frente aos Oklahoma City, o máximo que os Clippers podem ambicionar este ano é a atrapalhar o vencedor da fase regular no Oeste. Vencer-lhes dois jogos poderá já significar um crescimento suficiente para este conjunto.
Memphis Grizzlies
Uma grande desilusão para os Grizzlies, não ter conseguido garantir a vantagem do fator casa logo na primeira ronda, onde voltará a enfrentar os LA Clippers, a sua besta negra na passada temporada. Por outro lado, isso poderá até acabar por dar alguma força ao conjunto de Lionel Hollins, tendo em conta que terão a oportunidade de dar a provar aos seus rivais aquilo que sofreram no ano passado. Rudy Gay prometeu estar ao seu melhor nível durante a primeira metade da temporada, mas a desconfiança em relação à sua capacidade física levou a equipa a enviá-lo para Toronto numa troca a meio da temporada. Zach Randolph é assim o jogador que mais contribui com pontos para a sua equipa, a par de Mike Conley e Marc Gasol. É à volta destes três atletas que Lionel Hollins constrói as suas aspirações de ultrapassar uma primeira ronda, contando ainda com a capacidade defensiva de Tony Allen para dar consistência a um cinco que tem em Tayshaun Prince uma opção muito diferente – e certamente provisória – de Rudy Gay. Os problemas de Hollins tornam-se mais fundos a partir daqui. O banco dos Memphis está a anos-luz do dos seus adversários diretos, algo que será uma fragilidade difícil de ultrapassar nos playoffs.
Previsão: Apesar de uma excelente fase regular, a equipa caiu para o 5º lugar da Conferência e terá muitas dificuldades para bater os LA Clippers na primeira ronda. Zach Randolph e Marc Gasol terão que superar-se, para além dos seus companheiros no banco, se o conjunto de Memphis quiser manter esperanças na competição.
Golden State Warriors
Podes dispensar um dos teus melhores jogadores e transformares-te numa equipa muito melhor? Parece óbvio que sim, é o que pensa Mark Jackson e os Golden State Warriors. Numa troca arriscada, a equipa cedeu Monta Ellis e recebeu Andrew Bogut, um jogador atormentado pelas lesões. Depois de no ano passado ter sido uma das piores equipas da Conferência, este ano marca o seu regresso aos playoffs, onde só esteve uma vez, em 2007, nos últimos dezoito anos. Stephen Curry é agora a referência ofensiva dos Warriors, para além de ser uma das maiores ameaças da Liga para lá da linha de três pontos. David Lee mantém-se como uma forte opção interior, ajudado por Bogut, que regressou na segunda metade da temporada a um bom nível. Klay Thompson continua a sua evolução e Harrison Barnes, apesar de tudo, conseguiu dar uma boa resposta à equipa na sua temporada de rookie. Finalmente, a experiência de Jarrett Jack e Carl Landry, que começam a maioria das partidas no banco, fazem dos Warriors uma excelente aposta para o futuro. Este ano, apesar de tudo, parece ainda faltar alguma consistência, devido à muita juventude no cinco inicial.
Previsão: Frente aos Denver Nuggets, os Golden State Warriors apostam nas fraquezas deixadas em aberto pelas lesões de Gallinari e Faried. Se a equipa de Denver sentir muita essas faltas, abre-se uma janela de oportunidade para uns Warriors que, com muita juventude, poderão facilmente acreditar no rápido crescimento das suas oportunidades. Mas, em situação normal, os Denver vencem e os Golden State terão tempo para pensar como melhorar no próximo ano.
Los Angeles Lakers
Aconteceu tudo aos Lakers, este ano. Para começar, um início de época a roçar o inacreditável, ao ponto de despedir o técnico Mike Brown ao fim de cinco jogos. Depois, a escolha de Mike D’Antoni, que pareceu um claro erro de casting durante grande parte da temporada. Pelo meio, os boatos sobre a saída de Pau Gasol, com uma lesão a afetar o espanhol e a deixá-lo de fora durante parte da temporada. A lesão de Steve Nash e as dificuldades de adaptação de Dwight Howard. Finalmente, quando tudo se parecia encaminhar para um final de alguma felicidade, Kobe Bryant lesionou-se e não poderá jogar mais, num playoff onde os Lakers até entram em sétimo lugar, quando durante muito tempo pareciam não ter a mínima esperança de jogar. O que sobra para os Lakers, neste momento? Tudo. É que apesar da situação ter sido negra durante quase toda a temporada, o conjunto de LA chega aos playoffs sem nada a perder. O objetivo impossível foi alcançado e poderão enfrentar os seus adversários com a leveza de quem sobreviveu à morte certa. Isso torna os Lakers num temido adversário. Como demonstraram nos últimos dias, tudo o que os enfraqueceu torna-os agora mais fortes. E com Nash a recuperar a forma e a dupla Gasol-Howard em bom momento, não será fácil pará-los.
Previsão: Não têm nada a perder. Frente aos San Antonio Spurs, vão dificultar a vida dos seus adversários, podendo aspirar a uma vitória que os leve, quem sabe, até à final da Conferência. Se quiser apostar numa surpresa nestes playoffs, é nos Lakers que pode pôr o seu dinheiro.
Houston Rockets
A equipa texana transformou-se, construindo um Big Three à sua escala, com James Harden, Jeremy Lin e Omer Asik. Com Kevin McHale como treinador, James Harden aproveitou o tempo de jogo e a bola para mostrar todas as suas qualidades. No entanto, apesar de se ter elevado no quadro das estrelas da Liga, à sua volta nem tudo funcionou como esperado. Jeremy Lin apresenta as vantagens e desvantagens que já lhe eram reconhecidas no passado, não tendo a capacidade física de grande parte dos seus opositores. Omer Asik terá que ser mais efetivo no momento do lançamento, algo que não lhe era pedido em Chicago, mas que agora tem que apresentar como parte do seu arsenal. Mas existem outras coisas boas nesta equipa. Chandler Parsons explodiu como uma referência ofensiva, Carlos Delfino é uma opção de banco bastante aceitável e a troca feita com Sacramento abre também boas perspetivas de futuro para este conjunto. Essa será a nota a reter nestes Rockets – vivem o ano um do seu futuro. Podiam ter conseguido ficar melhor classificados se fossem mais consistentes, mas a aposta passa sobretudo pelos próximos anos. Terão um embate à medida das suas ambições, frente a Oklahoma City, onde poderão ganhar experiência e provar um pouco daquilo que desejam conseguir numa nova oportunidade.
Previsão: Uma equipa com muita qualidade, mas com fragilidades físicas e de experiência. Poderão conseguir vencer um jogo frente aos Thunder e, a partir daí, tornarem-se num adversário muito complicado para o vencedor da fase regular. Mas apesar da vontade de James Harden em começar a vencer já, este ainda não é o ano para os Houston Rockets comprovarem todo o seu potencial.
Boas Apostas!