Depois de conquistado o título em 2012, os Miami Heat partiram para a nova temporada da NBA como grandes favoritos à reconquista da competição. A verdade é que a equipa de Lebron James não desiludiu. Por outro lado, a falta competição encontrada na sua Conferência terá facilitado tão grande domínio. O segundo classificado, os New York Knicks, foram uma equipa inconstante e mais ninguém no leste dos Estados Unidos da América parece capaz de intimidar os atuais campeões.

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Miami Heat

miami heatMiami passou a ser, definitivamente, a cidade do Rei Lebron James. Um jogador ao nível dos melhores da história, com a capacidade de enfrentar jogadores de todas as cinco posições de campo, o homem que marca mais pontos, ganha mais ressaltos e faz mais assistências nos Heat. Tratou-se de uma época irrepreensível para alguém que, depois de conquistado o primeiro título, se sente agora confiante e ambicioso para continuar numa senda de vitórias. Os Heat não encontraram grande competitividade dos seus adversários de Conferência, terminando a temporada como a equipa com mais vitórias (66). Com um record de 15-1 na sua divisão, percebe-se bem a quem pertence o Este. Mas os homens de Erik Spoelstra querem mais. Dwyane Wade e Chris Bosh continuam a ser parceiros imprescindíveis para James, que pôde ainda contar com a capacidade anotadora de Ray Allen e uma maior constância competitiva de Mario Chalmers. Para além disso, a equipa encontrou numa segunda linha, composta por Shane Battier, Norris Cole, Chris Andersen e Udonis Haslem, a combatividade e perseverança necessárias para quem quer ser campeão.

Previsão: Não restam grandes dúvidas de que os Miami Heat estão nestes playoffs para assegurarem o título. É possível imaginá-los perder uma ou duas partidas, nas rondas finais, mas quase impossível de acreditar que alguém poderá afastar os Miami Heat numa série de sete jogos.

New York Knicks

new york knicksO conjunto de Nova Iorque optou pelos veteranos e pode dizer-se que teve sucesso. Passaram de ser os sétimos classificados da Conferência, no ano passado, para serem segundos, para além de terem dado sinais de serem a única equipa capaz de disputar, de alguma forma, o domínio dos Miami Heat. Para isso terão contribuído as lesões e o desgaste dos seus principais adversários, mas muito se deve também à capacidade de Carmelo Anthony e do fortalecimento das opções do plantel aos comandos de Mike Woodson. J.R.Smith foi um sexto jogador excecional, resolvendo muitos jogos que foram ficando por decidir até perto do final. Sendo verdade que as lesões também afetaram os Knicks, a verdade é que este grupo sempre encontrou forma de resolver as suas fragilidades com as opções que tinha no seu plantel. Raymond Felton, Tyson Chandler ou Steve Novak tiveram fases de grande forma, com Jason Kidd e Pablo Prigioni a oferecem a sua experiência em prol da equipa. Com Amar’e Stoudemire também de regresso e a generalidade da equipa disponível para ajudar nesta fase decisiva, parece que os Knicks estão aí para fazer difícil a vida aos Miami Heat.

Previsão: Começam com um encontro frente aos rivais Boston Celtics na primeira ronda, sendo que o orgulho de Kevin Garnett e Paul Pierce poderá atrasar a resolução desta primeira barreira. O adversário seguinte não parece que possa trazer dificuldades para uma equipa que se medirá com os melhores na final da Conferência. No entanto, não será este ano que Carmelo Anthony jogará uma final da NBA.

Indiana Pacers

indiana pacersFicará por saber quanto valeria esta equipa com todas as suas peças na máxima força. No entanto, com Danny Granger lesionado durante quase toda a temporada e Roy Hibbert a dar sinais de regressão na sua evolução, os Pacers de Frank Vogel mantém-se como a terceira equipa mais forte da Conferência Este. Trata-se de um conjunto que tem vários jogadores de reconhecida qualidade, apresentam peças que são capazes de decidir partidas muito disputadas e têm um técnico de reconhecida qualidade. No entanto, falta-lhes um jogador dominante que sirva de referência para quem quer conquistar títulos. Por isso mesmo, depois de uma temporada em que chegaram a namorar o segundo lugar, chegam aos playoffs com fraquíssima chama, tendo inclusive perdido as últimas três partidas da fase regular. Paul George assumiu-se como o substituto de Granger, tornando-se no atleta com mais pontos da equipa, enquanto David West acabou por ter maiores responsabilidades no jogo interior da sua equipa. Com George Hill a ser agora o base titular da equipa – Darren Collison saiu para Dallas na pré-temporada -, os Indiana Pacers contam ainda com o jovem Lance Stephenson no cinco inicial, tornando-o uma equipa bem diferente daquilo que era no ano passado.

Previsão: Enfrentam os Atlanta Hawks na primeira ronda e, apesar de deverem encontrar uma equipa complicada, terão oportunidade de se apresentar frente aos New York Knicks na segunda ronda. No entanto, não parecem capazes de mostrar a mesma capacidade que os levou a vencer os Miami Heat, por duas vezes, em 2012. A equipa precisa claramente de mexer no seu plantel para poder competir com os mais fortes da sua conferência.

Brooklyn Nets

Brooklyn NetsOs Nets não jogavam os playoffs desde 2007, mas a mudança para Brooklyn valeu-lhes uma nova identidade que teve efeito imediato na sua performance desportiva. Mas não foi uma caminhada fácil para os Nets, subir de décimo-segundo da Conferência em 2012, para quarta equipa mais forte. Avery Johnson teve que conviver com a pressão do início de temporada, lutando para construir um plantel que muitos diziam aquém das ambições dos seus donos. Isso mesmo terá valido a sua saída no final de dezembro, quando P.J. Carlesimo assumiu as rédeas dos Nets. O experiente técnico teve o condão de acalmar as hostes em Brooklyn, conseguindo fazer de Brook Lopez um jogador mais essencial na equipa – duplicou o número médio de ressaltos em comparação com a época passada -, sacando de Deron Williams a liderança necessária para a equipa e buscando em jogadores muito desvalorizados, como Andray Blatche ou Reggie Evans, uma força anímica que transformou os Nets numa equipa competitiva em todos os campos. Com Joe Johnson ao seu melhor nível, os Nets poderão assumir-se como uma forte equipa nos playoffs, faltando-lhe no entanto qualidade no banco para competir por mais do que uma presença na segunda ronda.

Previsão: Sem Derrick Rose em campo, os Brooklyn Nets poderão passar, facilmente, os Chicago Bulls e enfrentar os Miami Heat, na segunda ronda, sem nada a perder. Para o conjunto de P.J.Carlesimo, essa poderá ser uma boa oportunidade para crescer e ganhar “calo” para os próximos anos. Se Rose entrar em campo, no entanto, o efeito psicológico da sua presença poderá ser devastador. Algo improvável, mas que valerá acompanhar ao minuto.

Chicago Bulls

chicago bullsPerante a lesão da sua principal estrela, Derrick Rose, a presente temporada constituiu-se como um grande desafio para os Bulls, que tentaram minimizar os efeitos desse buraco que se abriu no ataque da sua equipa, com efeitos mentais também devastadores. O conjunto de Tom Thibodeau atravessou a temporada sem um verdadeiro base, algo que também não parecia muito prometedor. Kirk Hinrich foi fazendo o que pôde, mas obviamente que ele não poderia nunca ser um substituto de Rose. Foi com Nate Robinson a sair do banco que os Bulls tiveram mais semelhanças com a equipa do ano anterior, mas partindo do princípio que Rose era insubstituível, Luol Deng e Carlos Boozer foram-se assumindo como peças primordiais no sistema ofensivo. Joakim Noah também sentiu alguns problemas físicos, mas acabou por melhorar a sua prestação para a equipa. Richard Hamilton acabou por sentir os efeitos da sua veterania, e também não foi capaz de dar suficiente apoio a um conjunto que viveu um ano de orfandade. Derrick Rose já foi dado como apto para a competição, mas tem vindo a atrasar o seu regresso. Um aparecimento nos playoffs teria um efeito, sobretudo, psicológico, numa equipa que precisa desse empurrão para acreditar em si própria. Caso Rose decida mesmo resguardar-se para a próxima temporada, não se encontra no conjunto de Chicago quem possa torna-los superiores ao cinco de Brooklyn.

Previsão: Derrick Rose não deverá arriscar. Mesmo que chegue a entrar em campo, quando a primeira ronda chegar a Chicago para o seu terceiro encontro, poderá ser já demasiado tarde para uma equipa com pouco ânimo. Tudo o que seja criar dificuldades aos Brooklyn Nets, levando-os, por exemplo, à negra, será já de assinalar para a equipa dos Bulls.

Atlanta Hawks

atlanta hawksA equipa de Atlanta desceu um degrau, de quinto para sexto lugar da Conferência Este, na comparação com o ano passado, mas perante o fortalecimento dos Nets e a saída de Joe Johnson sem que ninguém, de significativo, chegasse para o seu lugar, pode até dizer-se que Atlanta foi capaz de manter o seu nível sem grandes diferenças. Muito se deverá, também, às poucas expetativas que oferecia o conjunto liderado por Larry Drew para a presente temporada. E se elas já eram baixas, depois da lesão de Louis Williams, mais terão descido. Josh Smith marcou menos pontos em média, mas tornou-se na figura principal deste conjunto, com Al Horford a ser quem mais evoluiu, aumentando as suas médias em praticamente cinco pontos e três ressaltos, notando-se que na temporada passada jogou muito menos jogos, devido a lesão. Jeff Teague continua a evoluir como um base de alguma fiabilidade, mas Kyle Korver, de quem se esperava pudesse suprir alguns dos pontos perdidos com a saída de Johnson, esteve longe de ser um jogador constante. Sem Williams e Pachulia nos playoffs, os Hawks perdem muita força no seu banco, sendo agora uma equipa mais fácil de ser ultrapassada do que no passado.

Previsão: Os Indiana Pacers parecem ser desafio demasiado alto para a equipa de Atlanta, que luta contra a perda de jogadores e as lesões. Al Horford afirmou-se como um verdadeiro líder, mas sente falta, à sua volta, de quem possa transformar-se num perigo para os seus adversários. O seu duelo com Roy Hibbert será um dos mais interessantes duelos a seguir nesta primeira ronda, mas mesmo que Horford se demonstre melhor, a sua equipa deverá ficar pelo caminho.

Boston Celtics

boston celticsA lesão de Rajon Rondo quase prometeu acabar com esta geração de Celtics, mas Doc Rivers soube encontrar as últimas vidas dos seus principais jogadores para os levar, uma vez mais, aos playoffs, onde tentarão voltar a bater as probabilidades, como fizeram o ano passado, quando chegaram à final da Conferência depois de terem sido apenas quarto classificados na fase regular (ainda que muito disso se deva à lesão de Derrick Rose e consequente sucesso dos Philadelphia 76ers na primeira ronda…). Avery Bradley e Courtney Lee viram-se obrigados a assumir maiores responsabilidades, ainda que continuem a ser Paul Pierce e Kevin Garnett quem sejam a alma e os pontos desta histórica equipa. Os Boston Celtics tiveram ainda que sobreviver à saída de Ray Allen, o que talvez tenha sido a maior dificuldade para esta equipa, que tinha em Allen pontos assegurados em todas as partidas. Jason Terry e o regressado Jeff Green fizeram o que puderam para fazer esquecer Allen, tarefa demasiado complicada para o dedicado Terry e dividida com outras responsabilidades para Green. Jordan Crawford chegou de Washington a meio da temporada e acabou por ser uma solução bastante utilizada por Doc Rivers, algo que deverá continuar a acontecer nos playoffs. Por outro lado, Jared Sullinger está lesionado, falhando a oportunidade de se estrear na fase avançada da competição logo no seu ano de rookie.

Previsão: Nunca digam que um velho roqueiro está morto, este é o pensamento que o adversário dos Celtics deverá ter em mente. Para mais, tratando-se dos Knicks, rival histórico da equipa de Boston. Serão jogos entre equipas muito experientes, com os Knicks a apresentarem-se mais frescos e com mais opções no banco. Isso deverá significar uma saída de cena para os Celtics logo na primeira ronda. No entanto, não espera uma vida fácil quem tiver um motivado Garnett pela frente.

Milwaukee Bucks

milwaukee bucksDe regresso aos playoffs depois de dois anos a ficar de fora, os Milwaukee Bucks surgem no lugar que nenhuma outra equipa desejaria. Ter que enfrentar os Miami Heat é uma quase garantia de uma vida curta nesta fase da competição. Para além do mais, os Bucks trocaram de treinador durante a temporada, afastando Scott Skiles, que apesar de tudo estava na luta para trazer a equipa de volta aos playoffs, para dar o lugar a Jim Boylan, que fazia parte da equipa técnica, mas tinha como única experiência de liderança um período como interino nos Chicago Bulls, em 2007-08. Tendo trocado Andrew Bogut por Monta Ellis, os Bucks apresentavam, no início da época, uma excitante dupla de bases, com Brandon Jennings. A divisão de bola pelos dois, no entanto, parece ter sido um problema mais complicado do que o previsto, transformando os Bucks numa equipa aparentemente mais forte, mas com fragilidades também mais evidentes. Ersan Ilyasova, por seu lado, parece ter tocado no teto das suas capacidades o ano passado, perdendo algum do fulgor e influência na equipa. A grande surpresa é mesmo o crescimento de Larry Sanders, que agarrou o lugar de poste titular e fez uma época memorável. Se o jogador da VCU continuar a evoluir, a saída de Bogut poderá vir a ser vista como um dos grandes negócios deste último ano. Nota ainda para a chegada de J.J. Redick, para a parte final da temporada, jogador que junto a Mike Dunleavy, oferece uma capacidade de tiro exterior invejável a esta equipa. Mas, uma vez mais, frente aos Miami Heat, o que poderão eles fazer?

Previsão: Um único objetivo para este conjunto nos playoffs. Ganhar uma das partidas disputada no seu pavilhão. No entanto, é até possível que fiquem aquém dessa vitória. Os Miami Heat são demasiado fortes, por si só e em comparação, para permitir distrações nesta fase da época.

Boas Apostas!