Marselha – Nantes (Ligue 1)

Marselha e Nantes não são as únicas equipas de alto perfil que estão caídas para o fundo da tabela da Ligue 1. Tanto um como outro têm problemas a resolver, com situações mais ou menos profundas e soluções mais ou menos evidentes. Podemos entender que o atual momento do Marselha está longe de ser ideal. Com a transmissão de posse do clube entre donos, vive-se uma espécie de “terra de ninguém” enquanto se afinam estratégias para devolver o Marselha aos lugares cimeiros. Parece que isso irá mesmo acontecer, mas o tempo entre o agora e o chegar lá poderá ser demorado. Para o Nantes, uma história diferente. Com um dono que, demasiadas vezes, parece ir além das suas obrigações na frente do clube, a chegada de René Girard sabia-se ser um risco. Deste convívio ainda não estão a sair resultados desportivos. Teste à paciência de Waldemar Kita?

Seis jogos e apenas uma vitória para o Marselha. Mas quem não esperava algo a este nível, tendo em conta que o plantel do Marselha foi mantido no congelador até ao último dia do mercado, apenas para se perceber que o novo dono não chegaria a tempo de fazer qualquer tipo de investimento no mesmo, para além de que, posteriormente a isso, já anunciou que não sabe ainda se haverá mexidas em janeiro ou, se, apenas no mercado de verão? Pois. O Marselha é a soma exata de todas as malfeitorias operadas no clube nos últimos tempos. Uma equipa sem identidade, desequilibrada nas suas opções, com um técnico que se tem sacrificado pelo clube, mas que pouco recebe em troca por essa dedicação. Depois de um empate sem golos com o Lyon no fim-de-semana, o que se passou na quarta-feira terá sido uma imagem fiel, e triste, do que é hoje o Marselha. A vencer por 2-1em Rennes, a equipa marselhesa sofreu dois golos nos últimos dez minutos apenas para sair com mais uma derrota. Franck Passi não contará com Machach, suspenso, neste encontro, enquanto Alessandrini, Abou Diaby e Lass Diarra estão lesionados.

Onze Provável: Pelé – Sakai, Hubocan, Doria, Bedimo – Anguissa, Vainqueur – Thauvin, Cabella, N’Jie – Gomis.

Difícil, também, este início de temporada para o Nantes, onde muitos esperavam um choque de personalidades entre o presidente, Waldemar Kita, e o técnico, René Girard, que obviamente precisa de tempo para conseguir impor as suas ideias e adaptar o plantel para a realidade e o ritmo de jogo pretendido. Não é fácil trabalhar com Girard, um treinador com ideias muito próprias, bastante disciplinador e que, habitualmente, é conhecido por não dar o flanco no comprometer das suas vontades. Um pouco à imagem do presidente do Nantes, aliás. A época começou com um bom sinal, vencendo fora no terreno do Dijon, mas logo depois vieram as derrotas e algo se quebrou no conjunto canarinho. Monaco e Bordéus podem ser vistos como tropeços naturais, mas ao sofrer uma goleada caseira com o Metz, a crise parecia ser uma palavra que se permitia entrar pela porta em Nantes. A reação, no entanto, tem sido lenta. Empates em Nancy e, a meio da semana, na receção ao Saint-Étienne mostram uma equipa a tentar sair do fundo. René Girard sentirá que Marselha é um bom local para pontuar pelo terceiro jogo consecutivo, mas também confirmou que continua a lidar com lesões, como são os casos de Touré, Djidji, Iloki e Diego Carlos, todos prováveis ausências.

Onze Provável: Riou – Dubois, Kwateng, Vizcarrondo, Lucas Lima – Kacaniklic, Harit, Gillet, Thomasson – Bammou, Stepinski.

Na temporada passada, o Nantes veio até Marselha empatar, um resultado que poderia servir os intentos imediatos de René Girard. Franck Passi, não perdendo, talvez até nem se desse por insatisfeito.

Num jogo entre equipas que jogam sobre brasas, a ansiedade poderá toldar os pensamentos e as ações dos jogadores. Mas esperam-se erros e, com isso, golos, numa partida sem vencedores antecipados.