Benfica e Chelsea são unanimemente considerados favoritos para chegar à final da Liga Europa. Ditou o sorteio que ambas as equipas comecem as meias-finais fora do seu estádio, frente a equipas que chegam com alguma surpresa mas muita qualidade a esta fase adiantada da prova. Para Fenerbahce e Basileia, todos os sonhos são ainda possíveis.
Sem Luisão, mas com ilusão
A ausência do capitão encarnado é a má notícia que Jorge Jesus recebeu, em vésperas de sair para a Turquia. No entanto, com Jardel a ser um dos “suplentes” mais utilizados, pouca diferença se deverá sentir no confronto com o Fenerbahce. O Benfica vive um período de grande confiança, somando vitórias atrás de vitórias, e nem o ambiente dos adeptos turcos poderá afetar uma equipa habituada a jogar num inferno de igual estampa. Jesus também não contará com Enzo Pérez e André Almeida, sendo que no lugar de argentino deverá aparecer André Gomes, tentando assim estancar, junto a Matic, a força e criatividade do meio-campo do Fenerbahce. Como sempre, a capacidade ofensiva dos encarnados deverá causar mossa no adversário. Salvio e Gaitán nos extremos, Lima e Cardozo no centro deverão ser apostas do técnico português, que conta também com Rodrigo ou Ola John para poder alimentar o ataque. O objetivo encarnado passará por marcar e tentar vencer frente ao Fenerbahce, aliviando assim a pressão para o jogo da segunda mão, que se disputará no Estádio da Luz.
O Fenerbahce tem um onze bem experiente, o que lhe valeu chegar tão longe, perante a equipas com menor experiência a este nível. Mesmo frente à Lazio, o facto dos italianos terem rodado o seu onze acabou por beneficiar a equipa turca. Agora, nas meias-finais, o teste é mais exigente. Kocaman, o treinador turco, contará com o seu público para empurrar uma equipa para quem a Liga Europa é o derradeiro objetivo da temporada. Webó, na frente de ataque, funciona como pivô, abrindo espaços para Sow e Kuyt aparecerem de trás. Isto obrigará os laterais encarnados a trabalho redobrado, não tanto pela velocidade, mas pela colocação de ambos os jogadores. No meio, Raul Meireles e Topal assumem as tarefas guerreiras da equipa, tentando manter um ritmo agressivo e intenso. A equipa turca revela algumas fragilidades na defensiva, onde Yobo e Korkmaz deverão ser os centrais eleitos, pelo que a velocidade encarnada poderá ter espaços para aproveitar. Caso consiga vencer a guerra do meio-campo – e mesmo sem Enzo Pérez e André Almeida, os encarnados têm condições para o conseguir -, o Benfica deverá confirmar o seu estatuto já em Istambul.
Outro paciente inglês
O Basileia causou sensação ao eliminar o Tottenham nos quartos-de-final e volta a enfrentar um adversário londrino, numa das melhores épocas de equipas suíças nas competições europeias. Com uma linha defensiva bastante organizada e um conjunto que não desiste de nenhuma bola, o Basileia tem condições para voltar a surpreender. No entanto, o Chelsea parece afirmar-se como uma barreira bem mais elevada do que os Spurs foram. As chaves do Basileia voltarão a estar em Schar e Dragovic, dois centrais poderosos, no médio Frei e no trio de avançados que causou extremas dificuldades ao Tottenham. Streller surge mais no centro, com Stocker e o egípcio Salah a funcionarem como setas que exploram os espaços mais próximos das laterais. Nota ainda para o outro egípcio, Elneny, que também se mostrou a muito bom nível na ronda anterior.
Para o Chelsea, mantém-se a dúvida sobre a que competição dar maior importância: tentar alcançar uma final europeia ou garantir a qualificação para a Liga dos Campeões na Premier League. Rafael Benítez tem tentado gerir as expetativas e as condições dos seus jogadores, aproximando-se do sucesso em ambos os casos. Será, ainda assim, natural, vê-lo mudar alguns dos seus jogadores, chamando John Terry, Frank Lampard e Victor Moses para o onze titular. O facto dos ingleses parecerem tão superiores no papel pouco quererá dizer nesta partida. Benítez terá consciência disso, mas deverá estar mais apostado a encerrar as contas no jogo da próxima semana, no seu estádio, em vez de arriscar um excessivo gasto de energias em Basileia.
Boas apostas!