Pouco depois da “badalada” que assinalou a hora de jogo, a Luz “tremeu” com o golo de Haris Seferovic, suíço que materializou a boa entrada benfiquista na segunda parte e sentenciou o “clássico” entre “encarnados” e “dragões”, uma vez mais marcado pelo equilíbrio. O Benfica, vencedor de quatro das últimas cinco edições do campeonato nacional, bateu o campeão em título e ascendeu à liderança, partilhada com os minhotos do Braga.

Foto: "Paulo Calado"

Foto: “Paulo Calado”

Em termos de espetacularidade, o “clássico” entre Benfica e Porto ficou aquém da rivalidade que separa os dois emblemas. Durante largos minutos, o receio de perder superiorizou-se à vontade de ganhar, sobretudo durante a primeira meia hora. Poucas ocasiões de golo, uma ou outra tentativa de chegar à área contrária pelo ar. Primeiro tempo muito quezilento com várias faltas cometidas por ambas as equipas que se recusaram a correr grandes riscos, ainda ambas que tenham gozado de maior ascendente em fases diferentes da primeira etapa. O Benfica, com Lema em estreia absoluta a titular, resguardava-se defensivamente e o Porto pouco fazia para conseguir desequilibrar o setor mais recuado das “águias” – o argentino, tal e qual como Grimaldo, foi “amarelado” logo no primeiro tempo. Antes da recolha aos balneários, Seferovic ainda apareceu isolado na cara de Casillas, mas atirou ao lado: mesmo que tivesse encontrado o caminho para as redes, o lance teria sido invalidado por fora-de-jogo.

Crescimento do Benfica

Em casa e com o apoio da sua massa adepta, o Benfica viu-se obrigado a assumir a responsabilidade e consequentemente fazer mais e melhor no segundo tempo. O segredo esteve na entrada em cena na etapa complementar: viu-se um Benfica diferente para melhor, mais alto na pressão, determinado em condicionar o adversário desde cedo, forte nas divididas e mais sagaz no ataque, capaz de envolver mais homens no processo ofensivo. O crescimento no meio-campo foi evidente e o trio portista foi perdendo capacidade de resposta à emancipação contrária. Depois de uma primeira ameaça que obrigou Iker Casillas à primeira grande defesa do jogo, a bola caiu nos pés de Seferovic que, na cara do golo, atirou para o 1-0, premiando o maior ascendente benfiquista no início da etapa complementar, em contraste com um Porto em decrescendo. De dispensado a titular e decisivo: quem diria que, após as contratações de Ferreyra e Castillo e com a manutenção de Jonas, Seferovic se encontrasse na atual posição.

Com meia hora para reagir à desvantagem, Sérgio Conceição lançou Jesús Corona e André Pereira: o primeiro rendeu Maxi Pereira, o segundo, entrou para o lugar de Tiquinho Soares, desinspirado na viagem até à capital.

Embora igualmente nivelada por baixo em termos de qualidade de jogo – Benfica e Porto têm capacidade para fazer bem melhor – a segunda parte foi mais interessante em termos coletivos e também individuais. Do lado do Benfica, Salvio esteve “endiabrado” – Militão que o diga -, ao passo que do lado portista, Yacine Brahimi foi sempre uma dor de cabeça para os defesas contrários, destacando-se um lance na esquerda do ataque em que tirou o marcador direto do caminho e rematou cruzado, com muito perigo para a baliza de Vlachodimos.

Terceiro jogo consecutivo em inferioridade numérica

Conti em Chaves, Rúben Dias em Atenas e Lema na Luz, a sete minutos dos 90. Pela terceira vez consecutiva, o Benfica viu um dos seus centrais ser expulso e terminou reduzido a dez unidades. Se nos dois encontros anteriores o Benfica tinha sofrido golos após as expulsões em causa, desta feita, os “encarnados” conseguiram manter a coesão e apesar do perigo que rondou a baliza de Vlachodimos na sequência de vários livres dos quais o Porto dispôs nas imediações da área do adversária, os comandados de Rui Vitória conseguiram segurar a vantagem. A Luz aplaudiu Lema de pé após a expulsão, em estreia absoluta por força das necessidades. Bonito.

Benfica no topo a par do Braga

O Braga entrou em campo na véspera do “clássico” e não conseguiu mais que empatar a um golo com o Rio Ave, naquele que foi o segundo encontro em que os “Guerreiros do Minho” perderam pontos na atual edição da Liga NOS. Por esta altura, os minhotos lideram a par do Benfica, embora os “encarnados” tenham vantagem no “goal average”. O Porto surge em terceiro com 15 pontos, o Rio Ave na quarta posição com 14 e o Sporting, derrotado em Portimão por quatro bolas a duas, é 5º com 13 pontos.

Boas apostas!