Valência – Zenit (Liga dos Campeões)
Vários talentos formados e desenvolvidos em Portugal cruzam-se neste jogo da primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Os dois treinadores, e Hulk, saíram do FC Porto para a Europa do futebol por muitos milhões. Garay e Witsel atingiram a maioridade futebolística na Luz. Para o Valência é o regresso à Liga dos Campeões depois de duas épocas de fora. Para Nuno Espírito Santo é a estreia, enquanto técnico, nesta competição.
Na temporada passada o Valência viu as competições europeias na televisão, nem para a Liga Europa se conseguiram classificar. Foi um golpe nas aspirações do clube Ché, depois de acumular uns oitavos de final na Liga dos Campeões e uma semifinal na segunda prova europeia se via de fora desses grandes palcos. Novo dono, aposta num novo treinador jovem e ambicioso, investimento considerável em jogadores com o dedo de Jorge Mendes e um trabalho bem feito aos longo do último ano voltaram a colocar o Valência debaixo dos holofotes. O quarto lugar na Liga Espanhola na temporada passada, logo atrás dos Colchoneros, deu-lhe a oportunidade de lutar por uma vaga na fase de grupos da prova de elite europeia. Apesar de ter saído a fava, os homens orientados por Nuno não fraquejaram e conseguiram bater o Mónaco nas duas mãos do play-off para seguir em frente (3-1 no Mestalla e 2-1 no principado).
Esta entrada forte talvez tenha apresentado fatura. A vista ao Rayo, em Vallecas (0-0) assim como a receção ao Deportivo da Corunha (1-1) saldaram-se em empates e só no último fim de semana os Ché se estrearam a vencer no campeonato espanhol. Ainda assim, foi preciso trabalhar muito e o golo da vitória, da autoria de Paco Alcácer, só surgiu nos descontos.
O Valência tem os dois guarda-redes principais – Diego Alves e Matt Ryan – com lesões sérias e demoradas no joelho. Mas por aquilo que vimos na deslocação a Gijón a equipa Ché não tem razões para estar alarmada. Jaume fez uma exibição segura e foi determinante na conquista da vitória e dos três pontos.
Onze Provável: Jaume – Cancelo, Mustafi, Abdennour, Gayá – Parejo, Javi Fuego, Enzo Pérez – Feghouli, Negredo, Rodrigo.
A forma do Zenit tem andado algo inconstante. Depois de quatro triunfos consecutivos na Liga Russa a equipa de André Vilas-Boas venceu apenas um dos últimos quatro desafios, frente ao Rubin Karzan (1-3). Sofreu dois desaires caseiros – Krasnodar e Krylya Sovetov – e no mais recente também lhe custou o treinador. AVB foi castigados com seis jogos de suspensão por alegadamente ter dado um encosto ao quarto árbitro. No meio desta confusão o treinador português achou por bem partilhar numa conferência de imprensa que lhe tinham proposto a renovação do contrato e como não tinha aceite estaria de saída do Zenit no final da temporada.
No fim de semana o clube de S. Petersburg lá voltou aos resultados positivos. Foi só um empate mas sendo frente a um concorrente direto – O CSKA – em Moscovo e depois de ter estado a perder por dois soube a vitória.
Na época passada o clube atingiu os quartos de final da Liga Europa, depois de ter ficado aquém na fase de grupos da Champions.
Onze Provável: Lodygin – Smolnikov, Garay, Lombaerts, Anyukov – Hulk, Danny, Shatov – Dzyuba.
Não há registo de confrontos entre os dois emblemas. Nuno Espírto Santo conhece bem aquilo que vai encontrar, e sabe que o Zenit não é só Hulk. No Mestalla o Valência tem que ser favorito, até porque o clube russo não tem grande historial nas visitas a Espanha. Mas não será fácil.