Tottenham – Chelsea (Premier League)

O Tottenham vai tentar aproveitar as dificuldades do Campeão para levar a melhor no primeiro jogo da temporada em Wembley. Para o Chelsea, tão mau ou pior que a derrota frente ao Burnely em Stamford Bridge foi perder Cahill e Fàbregas, com Hazard e Bakayoko ainda debilitados. Conte vai ter que improvisar qualquer coisa e só há soluções menos más.

Bastava ser um dérbi londrino entre duas equipas de topo da Premier League para o jogo de domingo ser programa obrigatório. Mas há aqui ainda mais pontos de interesse, que podem ter influência nas semanas que se seguem. Esta época o Tottenham terá no Estádio de Wembley a sua casa emprestada, em virtude das obras para terminar o novo estádio em White Hart Lane. A experiência de jogar num estádio emprestado nas competições europeias, no ano passado, foi um desastre e por isso há alguma preocupação em ver como os Spurs se vão ambientar agora. Houve a preocupação em alterar ligeiramente as dimensões do relvado para se aproximar das do The Lane. Wembley era sobretudo mais largo do que o que o Tottenham estava habituado o que, segundo as estatísticas, dificultava a eficácia defensiva da equipa. Faz sentido, mais espaço para cobrir.

Ao dia de hoje a equipa de Mauricio Pochettino continua a única da Premier League que não fez uma contratação que seja no mercado de verão. A política de contenção salarial dos Spurs, o recusar-se a embarcar na loucura dos gastos que os clubes normalmente adotam, está muito certa. Mas quando se quer competir com os milionários tem que haver algum investimento, embora criterioso. Sobretudo para dar opções ao plantel para além do onze habitual, quando se vai competir no campeonato e Liga dos Campeões. Parece que o acordo com o Ajax, por Davinson Sánchez, pode estar por detalhes. Mas é necessário alternativa a dois elementos-chave, pelo menos. Se Harry Kane, Dele Alli ou Christian Eriksen se lesionam não há ninguém no plantel que possa assumir.

Na partida de estreia os Spurs foram a St. James Park enfrentar o regressado Newcastle. Não foram explosivos – nem é suposto à primeira jornada – mas mostraram concentração e eficiência. Alli e Ben Davies fizeram a despesa dos golos.

Eric Lamela e Danny Rose estão lesionados. Nkoudou e Trippier ainda estão a recuperar de lesões menores e por isso o jovem Kyle Walker-Peters deve manter a posição na lateral direita.

Onze Provável: Lloris – Dier, Alderweireld, Vertonghen – Walker-Peters, Wanyama, Dembélé, Davies – Alli, Eriksen – Kane.

O Chelsea entrou com dois pés esquerdos na defesa do título. Pior, ou tão mau como, estar a perder por três a zero ao intervalo, em Stamford Bridge, frente ao Burnley FC – um adversário que só venceu um jogo fora durante toda a temporada passada – foi ter perdido dois elementos-chave quando plantel está tão parco de opções. As expulsões de Gary Cahill e Cèsc Fàbregas condicionaram a partida mas vão ainda afetar mais este segundo compromisso. Durante o verão Antonio Conte desfez-se de meio plantel – uns a título definito, outros por empréstimo – sem dúvida para libertar espaço para contratar jogadores. Mas as entradas foram poucas. Neste momento ele vai ter que improvisar. Não mais nenhum centrocampista para render Fàbregas, agora que Matic se mudou para Old Trafford. Ou mete um miúdo ou desvia David Luiz do centro da defesa para fazer dupla com Kanté. Há quem fale na possibilidade de Tiemoué Bakayoko ir a jogo, o mesmo se aplica a Hazard. Mas ambos estão a recuperar a forma depois de cirurgias e só deviam voltar ao ativo em setembro. Arriscar a saúde de dois elementos que serão estruturais num dérbi de alta-intensidade, faz algum sentido? As opções vão do mau ao desastroso.

Onze Provável: Courtois – Azpilicueta, Christensen, Rudiger – Moses, Kanté, David Luiz, Alonso – Willian, Morata, Boga.

Chelsea	4-2	Tottenham	Taça de Inglaterra 2016/17
Tottenham	2-0	Chelsea	Premier League 2016/17
Chelsea	2-1	Tottenham	Premier League 2016/17

Na época passada Spurs e Blues defrontaram-se três vezes – as duas do campeonato e na meia-final da Taça de Inglaterra – e foi sempre a equipa caseira a levar a melhor.