Em Itália, a semana futebolística ficou marcada pela disputa da primeira mão das meias-finais da Taça de Itália. Juventus e Lazio alcançaram resultados que deixam boas perspetivas para os duelos relativos à segunda mão.

Juventus derrota Nápoles em jogo polémico

Foto: "Getty Images"

Foto: “Getty Images”

O desaire do Nápoles no Juventus Stadium, em Turim, despoletou uma reação enérgica do intempestivo presidente De Laurentiis, indignado com as duas penalidades assinaladas da favor da “Vecchia Signora”. Se a noite em Turim até começou de feição para o Nápoles, conjunto que se adiantou no marcador aos 35 minutos por intermédio de Callejón, o resultado final acabaria por sorrir à Juventus, formação que apesar de ter sofrido a jogar em casa, alcançou uma prometedora vantagem de dois golos antes da visita ao San Paolo. O rumo dos acontecimentos começou a alterar-se no início da segunda parte, aos 47 minutos, quando o árbitro Paolo Valeri assinalou uma falta de Koulibaly sobre Paulo Dybala no interior da área – o próprio argentino encarregou-se de converter em golo, estabelecendo a igualdade.

Aos 64 minutos, o “momento horribilis” do jogo para os adeptos do Nápoles. Gonzalo Higuaín, “persona non grata” em Nápoles desde a traição ao emblema local, voltou a encontrar os caminhos para a rede da antiga equipa e deu vantagem aos donos da casa num lance em que o guarda-redes Pepe Reina facilitou ao sair em falso, permitindo que a bola caísse nos pés de Chiellini antes de Gonzalo Higuaín concluir. Ainda que tivesse permitido a cambalhota no marcador, o 2-1 era um resultado positivo para os napolitanos, recuperável no San Paolo. Cinco minutos depois de ter cometido um erro clamoroso, Reina voltou a estar em evidência pelas piores razões, ainda que o lance seja bastante polémico. Após uma grande transição juventina, o guarda-redes espanhol saiu aos pés de Cuadrado e derrubou o colombiano, com o árbitro da partida a apontar novamente para a marca do castigo máximo. Chamado a bater, Paulo Dybala voltou a não vacilar.

Juniores como forma de protesto

Ainda com as emoções do jogo à flor da pele, De Laurentiis, igual a si mesmo, reagiu ao desaire destacando a prestação da equipa de arbitragem pela negativa. O presidente do Nápoles admitiu que como forma de protesto, a equipa poderá apresentar-se na partida da segunda mão com uma equipa totalmente composta por elementos pertencentes à equipa “Primavera” do Nápoles, ou seja, atletas com idade de júnior.

Lazio vence “derby” e tem um pé na final

Foto: "EPA"

Foto: “EPA”

O “derby” que divide a cidade de Roma é um dos encontros mais emocionantes à escala global. Separadas por uma das maiores rivalidades à escala global, a animosidade apodera-se da capital italiana em dia de embate entre Lazio e AS Roma. Numa temporada em que as duas formações têm estado a bom nível de um ponto de vista global, a sorte ditou um embate entre as duas no acesso à final da Taça de Itália. A AS Roma aparenta estar mais forte que a rival ao surgir como principal perseguidora da Juve na luta pelo título e até venceu o primeiro duelo com a principal rival na atual temporada, mas um “derby”, na sua essência, tem sempre um desfecho imprevisível.

Na noite do Olímpico de Roma, a Lazio entrou em cena com responsabilidade acrescido por atuar enquanto visitada nesta primeira mão. Com as duas equipas praticamente nas suas melhores versões para encarar este desafio – do lado da AS Roma, Luciano Spalletti optou por algumas alterações pontuais como a aposta em Alisson para a baliza -, a AS Roma apresentou-se disposta a assumir o jogo. Jogou mais tempo sobre o meio-campo adversário nos primeiros minutos, teve mais bola e criou sobretudo em ataque posicional. A Lazio de Simone Inzaghi retraiu-se e demonstrou sempre uma grande preocupação em não sofrer golos por jogar “em casa”, limitando as suas investidas ao contra-ataque. Depois de ter criado calafrios ao adversário em pelo menos duas situações de contra-ataque, claudicando apenas no capítulo da finalização, a Lazio chegou ao primeiro golo do desafio aos 29 minutos, por intermédio de Milinkovic-Savic. A toada do jogo alterou-se, a Lazio cresceu, mas foi sempre mais forte do ponto de vista estratégico, impedindo a AS Roma de penetrar a organização defensiva “laziale”. Inconformada com o rumo dos acontecimentos, a AS Roma prestou-se a mais riscos para tentar chegar ao golo mas raramente conseguiu chegar com perigo à baliza contrária, excepção feita a uma ocasião clamorosa falhada por Dzeko a cara de Strakosha. Definitivamente, não era a noite da AS Roma. Na etapa final do encontro, a sensivelmente 10 minutos do último apito, a Lazio dilatou a vantagem. Immobile finalizou da melhor forma após um grande trabalho de Keita pela direita do ataque, conferindo à Lazio uma vantagem prometedora, que abre as portas da final da Taça de Itália.

Boas Apostas!