Fim de semana em cheio na Taça Davis. No Grupo Mundial disputam-se os quartos de final, com o destaque a ir para o retorno de Novak Djokovic à competição, liderando a Sérvia na receção à esquadra espanhola. Na Austrália, Nick Kyrgios enfrenta, virtualmente sozinho, a equipa norte-americana.
Bélgica dependente de Goffin
Na Taça Davis o privilégio de jogar em casa vem acompanhado com a escolha de superfície e a Bélgica jogou o seu trunfo. Em Charleroi, a eliminatória com a Itália será jogada em piso rápido, coberto, de forma a anular aquilo que poderia ser uma vantagem para os dois elementos transalpinos mais proeminentes: Fabio Fognini e Paolo Lorenzi. Ambas são particularmente fortes na terá batida embora se aguentem bastante bem em pisos sintéticos, basta lembrar os recentes resultados de Fognini nos dois Masters norte-americanos. Assim o confronto fica mais equilibrado mas com Steve Darcis a passar por uma mau momento de forma os belgas estão completamente dependentes da prestação de David Goffin e da sua capacidade para vencer os dois duelos individuais.
Kyrgios contra todos

Sem Kokkinakis e Tomic para o secundar, Kyrgios terá que anular os Estados Unidos sozinho.
Curioso será o embate entre Austrália e Estados Unidos. A seleção norte-americana é uma das mais fortes e equilibradas, com todos os tenista no top-30. A missão improvável de Nick Kyrgios é tentar bater, virtualmente sozinho, a formação visitante. Jack Sock (15º), está a jogar a alto nível e depois ainda há John Isner (24º), Sam Querrey (25º) e Steve Johnson (29º). Em pisos rápidos estão como em casa. Jim Courier sabe que tem arsenal para tentar colocar os EUA nas meias-finais da Taça Davis, coisa que já não acontece desde 2012. Por sua vez, Kyrgios tem do seu lado Jordan Thompson, septuagésimo nono do ranking individual, Sam Groth, que está no top-200, e um especialista em pares, John Peers.
Ausências falam mais alto
O embate entre França e Reino Unido, em Rouen, está completamente em aberto. Havia alguma expetativa que o número um mundial se juntasse à comitiva, depois de ter falhado a ronda anterior no Canadá. Mas Andy Murray, a recuperar de uma lesão persistente no cotovelo, anunciou com antecedência que tal não lhe seria possível. Infelizmente, Yannick Noah não teve oportunidade de aproveitar essa baixa. Tsonga, Monfils e Gasquet foram saindo da equação, com problemas físicos e assim o contingente francês será preenchido por gente competente mas com menor capacidade para desequilibrar. A verdade é que esta eliminatória promete ser muito disputada. Lucas Puille (17º) e Gilles Simon (30º) ficarão encarregues dos duelos individuais com Dan Evans (44º) e Kyle Edmund (47º). O encontro de pares também tem os ingredientes certos para ser épico. A dupla Jamie Murray/ Dom Inglot é forte mas enfrenta dois nomes que estão a dominar o circuito em tempos recentes, ainda que separadamente, Nicolas Mahut e Pierre-Hughes Herbert, número um e sete da hierarquia desta vertente do ténis.
Nole de volta à ação

Pepresentar o seu país pode ser a motivação extra que Djokovic precisa para reggressar ao melhor nível.
Por fim, temos o confronto entre Sérvia e Espanha. O grande destaque vai para o regresso de Novak Djokovic à competição, após lesão no cotovelo que o impediu de disputar o Masters de Miami. Agora o número dois mundial diz-se recuperado e retemperado pelo tempo que passou em família. Desde a altura em que cedeu a liderança do ranking a Murray, o tenista sérvio tem andado um pouco desligado. A precisar de descanso, de uma pausa, depois de seis anos de dedicação exclusiva ao ténis. Com o nascimento do primeiro filho Djokovic precisou de encontrar um outro equilíbrio na vida e os apaixonados do ténis não podem deixar de desejar essa evolução. Talvez ao representar o seu país ele consiga encontra a motivação extra para recuperar o seu melhor estado físico e emocional em court. Viktor Troicki será o companheiro capaz de partilhar com Nole as responsabilidades dos duelos individuais. É justo dizer que a seleção espanhola vai um pouco remendada para esta eliminatória. Rafael Nadal e Feliciano Lopez não demonstraram disponibilidade e, mais tarde, Marcel Granollers e Roberto Bautista Agut também saíram da equação. Claro que a Espanha não faltam tenistas talentosos e assim tanto Pablo Carreño Busta como Albert Ramos Vinolas são elementos que dão garantias. O problema maior está em encontrar um parceiro de jeito para Marc López, para o encontro de pares. O que vale é que para o outro lado esse também será o calcanhar de Aquiles.
Boas Apotas!