Portugal – Gana (Mundial Sub-20)
A equipa portuguesa fechou a fase de grupos com brilhantismo, batendo Cuba por 5-0, e terminando assim com duas vitórias e um empate, num total de dez golos marcados e quatro sofridos. Já o Gana precisou de golear os Estados Unidos da América no último jogo, por 4-1, para conseguir passar como um dos melhores terceiros classificados. No Grupo A, os ganeses haviam perdido para a Espanha e para a França, acabando com três pontos e cinco golos marcados, tantos quantos os sofridos.
Para Portugal, os oitavos-de-final apresentam um desafio interessante, com o Gana a surgir como um conjunto muito parecido com o que os portugueses enfrentaram frente à Nigéria. Recuando a essa partida, é bom notar que os portugueses tiveram alguma facilidade em chegar aos golos mas, ao permitir que o adversário dominasse a posse de bola, viu bastante dificultada a sua missão. Parece, ainda assim, que a criatividade de Bruma, aliada à intensidade colocada em jogo pelas duas peças mais criativas do meio-campo, João Mário e Tozé, oferecem suficientes armas para que os portugueses voltem a ultrapassar um adversário de perfil físico elevado.
José Sá teve problemas físicos mas estará recuperado para manter a titularidade, ele que tem sido um dos elementos em maior destaque no onze de Edgar Borges. Na linha defensiva, a equipa parece ter encontrado alguma constância e equilíbrio com João Cancelo na lateral-direita e Mika na lateral-esquerda, enquanto Tiago Ilori e Tiago Ferreira assumirão o corredor central. Depois de ter testado Agostinho Cá frente à Coreia do Sul, o técnico português recuperou Alves para jogar a 6, parecendo ser um jogador que oferece maior capacidade defensiva à equipa, alimentando também a saída de bola, fazendo com que esses atributos sejam mais importantes do que a dinâmica de Cá nas penetrações (tendo em conta que Tozé jogará um pouco mais à frente, em lugar de André Gomes). Para fazer companhia a Bruma, que continuará a ser a peça mais procurada para levar a bola até à baliza adversária, Aladje como pivô e Ricardo Pereira a partir da esquerda, deverão completar um onze que procurará, desde o primeiro minuto, assegurar a vitória.
O Gana teve o azar de o sorteio o colocar no grupo da morte, com Espanha e França, deixando para a última jornada a oportunidade de dar um ar da sua graça. Agora, frente ao conjunto português, os ganeses tentarão voltar a utilizar a sua capacidade física para se imporem frente a um adversário que lhe é superior técnica e taticamente. A equipa africana mostrou bastantes dificuldades frente a espanhóis e franceses, deixando indicações sobre o que poderão fazer os portugueses para os eliminar. No entanto, frente aos Estados Unidos, o Gana conseguiu, finalmente, mostrar os seus atributos ofensivos, com Assifuah a bisar. Um dos destaques dos ganeses tem sido o jovem Moses Odjer, no meio-campo, jogador que deverá ser tomado em linha de conta pelo meio-campo português, no momento de delinear a estratégia rumo aos quartos-de-final.
Com os portugueses a entrarem como favoritos, será bom ter em conta que o Gana tem uma larga tradição nesta competição, podendo estar em condições de dificultar bastante a vida do conjunto nacional. Ainda assim, com Bruma a beneficiar de espaço, será quase impossível que os africanos possam parar Portugal nesta fase da competição.
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