Portugal – Uruguai e Espanha – Rússia. Os dois primeiros compromissos dos oitavos-de-final do Mundial 2018 estão definidos na sequência de uma terceira jornada imprópria para cardíacos nos grupos A e B. O golo do empate iraniano, inócuo para a equipa asiática, atribuiu a Portugal uma missão bem mais difícil do que aquela que teria em caso de vitória.

Uruguai merece muito respeito

Foto: "D. Gray/Reuters"

Foto: “D. Gray/Reuters”

Em traços gerais, a seleção do Uruguai mantém a base dos últimos anos, continua a ser liderada pelo experiente e incontestável Óscar Tabárez e a dupla Luís Suárez – Edinson Cavani mantém-se como principal referência. As principais mutações na equipa sul-americana residem no meio-campo: a equipa “charrúa” passou a privilegiar a aposta em jogadores “diferentes” para o setor, mais fortes em termos técnicos e melhores em construção. O “músculo” de jogadores como Arévalo Ríos – aos 36 anos já não consta entre os convocados – e Carlos Sánchez  – este segundo convocado – tende a ser substituído por jogadores de outra natureza como Betancur, Vecino ou Torreira. Se no ataque reside a dupla mais mediática desta equipa uruguaia, na defesa, a equipa sul-americana conta com outra tão ou mais eficiente: Godín e Giménez, companheiros no Atlético de Madrid que são dois autênticos baluartes da estabilidade defensiva de uma equipa que sofre poucos golos, sobretudo tendo em consideração que estamos a falar de uma equipa sul-americana. Nos 270 minutos jogados em solo russo, o Uruguai ainda não encaixou nenhum tento, importando sublinhar que defrontou um Egito sem Mohamed Salah, a Arábia Saudita, uma das equipas mais vulneráveis da prova, e no encontro com a Rússia jogou em superioridade numérica desde muito cedo. Para o embate frente a Portugal, Óscar Tabárez deverá optar por um 1x4x4x2 clássico, sistema que só alterou na última jornada, frente à equipa anfitriã.

Espanha defronta a Rússia

Num campeonato do mundo em que nenhuma seleção tem impressionado a nível exibicional, a seleção espanhola é das que melhor se tem portado, relativizando a inesperada saída de Julen Lopetegui a 48 horas da estreia.  Apesar de algumas falhas clamorosas em termos defensivos, sobretudo no último desafio frente a Marrocos, “La Roja” continua a ser uma equipa dominadora, que gosta de ter a bola e a trata como poucas seleções no mundo. Andrés Iniesta continua a ser o maestro de uma orquestra que, tal e qual como a generalidade das seleções em prova, ainda não demonstrou a sua melhor versão. Os espanhóis venceram o grupo A, terminando com os mesmos cinco pontos que Portugal.

A prestação da seleção russa não gerava grandes expetativas na nação anfitriã, mas a goleada imposta à Arábia Saudita (5-0) e a vitória diante do Egito (2-1) fizeram com que os índices de confiança na equipa disparassem. Frente a duas seleções claramente inferiores, a Rússia não sentiu dificuldades, mas o terceiro e último encontro na fase de grupos funcionou como “reality check” para os pupilos de Cherchesov, derrotados por três bolas a zero pelo Uruguai. O facto de ter ficado reduzida a dez elementos ainda no primeiro tempo não é justifica tudo, dado que nessa altura a seleção soviética já perdia por duas bolas a zero. Frente a Espanha, numa partida em que terá menos bola, a organização defensiva da equipa russa estará a toda a prova. O favoritismo está todo do lado da equipa espanhola.

Boas Apostas!