No sempre difícil apuramento da zona CONMEBOL para o campeonato do mundo, há novas caras à frente dos dois eternos rivais sul-americanos. Tite assume os destinos do Brasil numa altura em que a seleção está fora da zona de apuramento, enquanto Edgardo Bauza é quem mais ordena na Argentina. À entrada para a sexta jornada do grupo de qualificação para o Mundial 2018, Uruguai e Equador encabeçam a pauta classificativa.

Tite

A participação na edição Centenária da Copa América foi decisiva para Brasil e Argentina, seleções que protagonizaram percursos bem distintos na competição. A seleção brasileira foi eliminada logo na primeira fase do torneio, prestação que tornou a situação de Dunga à frente da equipa insustentável. Para o seu lugar chegou Tite, técnico quer dar uma nova cara ao futebol da “Canarinha” depois do sucesso alcançado no comando técnico do Corinthians. A primeira convocatória engloba vários jogadores que se sagraram campeões olímpicos recentemente, indício de uma renovação que há muito se impõe, mas são as ideias de jogo e a identificação com o atual contexto futebolístico que elevam as expectativas dos brasileiros. Tite quer fazer com que a “Canarinha” reentre na rota dos sucessos praticando bom futebol, premissa que suscita o apreço de qualquer adepto. A julgar pelo trabalho desenvolvido no “Timão” e no conjunto de jogadores em que parece confiar, estão todas as condições reunidas para que tal aconteça. Só o tempo dirá se estamos perante “o homem certo no lugar certo”, mas há algo que deve ser valorizado: O novo seleccionador trocou uma equipa campeã em título na etapa inicial do campeonato brasileiro para abraçar o desafio de orientar uma seleção que neste momento não se encontra em lugar de apuramento para o campeonato do mundo, entrando em cena pressionado.

Edgardo Bauza

Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press

Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press

Edgardo Bauza ainda não se estreou à frente da seleção, mas já conseguiu marcar pontos juntos do povo argentino. O sucessor de “Tata” Martino viajou até à Catalunha para falar com Leo Messi, conseguindo demover o astro argentino quanto à intenção de abandonar a seleção depois do desaire na final da edição centenária da Copa América. À imagem do que acontece com Tite no Brasil, também foi o “chamamento” que imperou na decisão de Bauza, até porque esta não é, decididamente, a melhor altura para assumir os destinos da seleção argentina. A AFA (Federação argentina) está votada a um marasmo que dura desde o falecimento de Julio Grondona e a situação é tudo menos estável. Desportivamente, importa recuperar um conjunto que tem convivido com o fracasso de perto nas últimas decisões. O curriculum de Edgardo Bauza fala por si só e a Libertadores conquistada ao serviço da Liga de Quito prova que falamos de um técnico talhado para surpresas. Na primeira metade deste ano, Bauza esteve ao serviço do São Paulo, conjunto brasileiro que conduziu até às meias-finais da Libertadores, etapa em que caiu às mãos do Atlético Nacional que se viria a sagrar campeão. A situação em termos de apuramento é estável, mas nada melhor que uma estreia com o pé direito para continuar a cimentar a boa imagem que já tem, resultante da capacidade que demonstrou em demover Leo Messi. Com a estrela “Culé” ao seu dispor, o caminho para a Rússia será bem mais breve.

Boas apostas!