Miami Heat – San Antonio Spurs (NBA Finals)
Se dúvidas houvesse quanto à capacidade dos San Antonio Spurs para lutarem, ombro a ombro, com os Miami Heat pelo título da NBA, o que aconteceu no primeiro jogo desta série é uma boa prova em contrário. Perante uma equipa de Miami, a jogar em casa, com muito menos dias de descanso, os San Antonio Spurs aproveitaram a fragilidade dos campeões para, no momento decisivo do encontro, colocar-se em vantagem e fechar o jogo com uma vitória que muda as contas iniciais da final.
Agora, são os San Antonio quem tem a vantagem caseira. E, para os Spurs, isso parece ser de grande valor, embora os Miami Heat não vejam como essencial a possibilidade de jogar em casa, tendo em conta que não sentirão, da parte dos seus adeptos, esse caloroso apoio que, noutras latitudes, parece ser decisivo.
Os Miami Heat perderam este jogo pelo cruzamento de dois fatores. Por um lado, o menor tempo de descanso foi flagrante, sobretudo para uma equipa que tem muito menos por onde rodar os jogadores em campo. Do banco saíram Ray Allen, Norris Cole e Chris Andersen, como vem sendo hábito, juntando-se a eles Mike Miller (com minutos acima dos dois dígitos), mas só o veterano ex-Boston Celtics trouxe pontos nessa mesma medida. Por outro lado, LeBron James esteve em dia não. Números de 7 em 16 lançamentos de campo, 1 em 5 lançamentos da linha de três pontos ou os 18 pontos com que contribuiu para a equipa, parecem estar aquém do esperado. Ainda assim, LeBron somou um triplo duplo, com 18 ressaltos e 10 assistências, o que indica que o MVP da fase regular teve menos bola para decidir – boa defesa dos Spurs – e procurou espaços mais interiores para ajudar a sua equipa. No final, não se pode dizer que tenha resultado, pelo apresentado no marcador. A jogada decisiva do jogo, um espetacular lançamento de Tony Parker, vindo do chão para colocar a vantagem dos Spurs em quatro pontos, quando faltavam apenas cinco segundos, surge, literalmente, debaixo do nariz de James, no que pode ser considerado um erro defensivo tremendo.
Já os San Antonio Spurs viveram um dia quase perfeito, muito devendo à genialidade de Gregg Popovich. O técnico da equipa texana soube ler a partida, ao ponto de abdicar do jogo interior – onde os Miami seriam, supostamente, mais frágeis, mas possuem alternativas mais agressivas -, procurando buscar no jogo exterior um ritmo mais forte e uma dureza assinalável. Assim, com Tony Parker (21 pontos, 6 assistências) a liderar a equipa, Danny Green e Manu Ginobili tiveram exibições fabulosas, impedindo, com a sua atitude defensiva, um maior sucesso dos Heat no momento do lançamento. De notar, ainda, a excelente presença de Tim Duncan e Kawhi Leonard, uma dupla que impressiona pela qualidade e vontade que oferecem ao conjunto dos Spurs.
No segundo jogo, Erik Spoelstra precisa de encontrar maneiras de, repousando os seus principais jogadores, alcançar a vitória – perder seria praticamente fatal para as aspirações dos Heat. LeBron James estará mais em jogo, com mais bola, e com a equipa a sacrificar-se mais para que a sua principal estrela possa somar pontos e decidir para os Heat. Por outro lado, Chris Andersen terá que, também, estar mais em campo, castigando assim o jogo interior dos Spurs. Da parte da equipa de San Antonio, jogar com um cinco mais baixo parece ser uma boa solução, dado o facto de para além dos jogadores assinalados, a equipa conta ainda com Gary Neal em excelente momento – e Popovich tem ainda mais jogadores no banco, com as mesmas caraterísticas, ainda por utilizar. Num jogo onde o equilíbrio continuará a ser a nota principal, os Miami Heat precisam mesmo de vencer. E isso poderá ser o motor da equipa da casa.
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