Golden State Warriors – Cleveland Cavaliers (NBA)
O primeiro encontro das NBA Finals 2017 entregou-nos tudo aquilo que havia prometido. Grande competitividade entre as duas equipas, fantásticas exibições dos melhores jogadores e a superioridade esperada para os Golden State Warriors, que acabaram por vencer por 113-91.
O início da partida fica marcado por duas equipas que queriam, desde cedo, deixar a sua marca no encontro. Perante uma atmosfera favorável aos Warriors, a equipa de Cleveland tentava impor-se defensivamente e aparecer sempre com muita agressividade no ataque ao cesto adversário. Desde cedo também se começaram a evidenciar duelos que poderiam marcar a sorte do marcador. Kyrie Irving e Stephen Curry, LeBron James e Kevin Durant, sobrando para Kevin Love e Klay Thompson o papel de desequilibradores para além dos focos. A vantagem no final dos primeiros doze minutos era de apenas 5 pontos para Golden State, o que dava margem de manobra para a equipa de Cleveland.
No entanto, o segundo período começava a evidenciar os problemas que a equipa visitante viria a ter. Kevin Durant estava gigante, demonstrando que era o jogador com mais sede de final no conjunto das duas equipas. E, de certa forma, acabava por ser ele o homem a fazer a diferente. Defensivamente, a preocupação dos Cavaliers estava demasiado focada no tiro exterior e por mais do que uma vez deixaram Durant cavalgar para o cesto sem oposição. Outros dados, no entanto, começaram a justificar uma cada vez maior diferença. Se, ao intervalo, os Warriors tinham apenas cedido 1 turnover, os Cavaliers já somavam 12. Com uma diferença de tentativas de lançamento em 17 (some-se aos turnovers a vantagem no ressalto ofensivo), ficava muito complicado para o conjunto de Cleveland lutar pela partida.
Os 8 pontos de diferença ao intervalo não eram, no entanto, impeditivos para os Cavaliers. O intervalo acabaria por mudar completamente essa ideia, porque foram os Golden State Warriors a chegar muito mais inspirados e a somar, desde logo, um parcial de 13-0 que elevou a diferença do marcador para valores que nunca mais permitiram aos Cavaliers entrar na partida. No final do encontro, os Warriors tinham lançado 20 vezes mais do que o seu adversário, com um aproveitamento bem superior (42% para 34%). Isso levou a que os Cavaliers acabassem com mais ressaltos defensivos, mas com estatísticas vergonhosas em dois tópicos. Zero roubos de bola realizados (para 12 dos Warriors) e 20 bolas perdidas (para apenas 4 da equipa de Golden State). E assim se explica a diferença entre as duas equipas.
O acerto de Stephen Curry e a energia de Kevin Durant são as marcas distintivas dos Golden State Warriors nesta final. Draymond Green acaba por ser o elemento mais presente no jogo interior, sempre pronto a sacrificar-se defensivamente pela sua equipa, enquanto Klay Thompson, muito importante nos equilíbrios defensivos e na forma como aumenta a capacidade de ameaça ofensiva da equipa, marcando apenas 6 pontos, terá ficado aquém no Jogo 1.
Os Cleveland Cavaliers não conseguiram ir buscar ao banco a capacidade atiradora que poderia equilibrar a partida, mas perdem o jogo, essencialmente, nos erros que cometeram e que podem evitar, no planeamento defensivo e na forma como impedem as segundas bolas ao seu adversário. LeBron James completou um duplo-duplo ainda na primeira parte, enquanto Kyrie Irving e Kevin Love complementam a capacidade do seu líder. Fica curto, no entanto, o plantel, para o confronto frente a uma equipa que está ao mais alto da suas capacidades.
Sem muito tempo para reformular estratégias, os Cleveland Cavaliers irão encarar este segundo jogo como um novo laboratório para tentar perceber como vão travar os Golden State Warriors quando a final viajar para sua casa.