Produto da “cantera” do River Plate, Tomás Martínez desvinculou-se a título definitivo do emblema de Buenos Aires e assinou contrato com o Braga até 2021, obrigando a formação arsenalista a investir cerca de dois milhões de euros na aquisição seu passe. Chega ao futebol português seduzido pela possibilidade de poder disputar as competições europeias, após uma época em que passou por períodos de empréstimo ao Tenerife e ao Defensa y Justicia.

Tomy MartinezHumberto Grondona apadrinhou a estreia de Tomás Martínez com a camisola da seleção argentina, ao convocar o médio nascido em Béccar para o Sudamericano de sub-20 disputado em janeiro de 2015, no Uruguai. O médio formado nos “Millo” não podia pedir melhor estreia, tanto do ponto de vista coletivo como individual. Participou em sete dos nove encontros disputados pela equipa que viria a erguer o troféu, marcou um golos e fez quatro assistências. Satisfeito com o contributo dado por Tomás Martínez, Humberto Grondona voltou a incluí-lo na lista de convocados para o Mundial de sub-20, disputado em maio do mesmo ano na Nova Zelândia. A passagem argentina pelo torneio foi fugaz, mas o jovem médio nascido em março de 1995 voltou a esta em destaque. Marcou no encontro inaugural frente ao Panamá (2-2) e foi totalista nos três encontros da fase de grupos, assumindo-se como um dos principais rostos do talento de uma geração que inclui nomes como Angel Correa ou Gio Simeone. O 3-4-3 de Grondona não resultou e a Argentina foi eliminada prematuramente, mas Tomás Martínez aproveitou para deixar apontamentos muito interessantes.

Cedido a Tenerife e Defensa y Justicia

Cedido ao Tenerife na primeira metade da última temporada, Tomás Martínez não foi capaz de se impor nas Canárias. A temporada foi algo atribulada e, enquanto esteve emprestado ao emblema do segundo escalão espanhol, não foi primeira escolha nem para Raúl Agné, nem para José Luís Martí, treinadores que passaram pelo clube durante a estadia do médio argentino. Em fevereiro insatisfeito com o pouco tempo de jogo, Tomás Martínez pediu à direção para regressar à Argentina e foi autorizado, alistando-se no Defensa y Justicia até junho – disputou nove jogos e fez três golos.

A responsabilidade do “10”

Tanto no Sudamericano como no Mundial, Tomás Martínez apresentou-se com o dorsal “10”, camisola com um simbolismo peculiar sobretudo quando falamos da seleção argentina. Martínez é um jogador dotado em termos técnicos, com um toque de bola interessante, que se sente confortável no centro do terreno – as suas caraterísticas indiciam que pode ser um elemento importante num meio-campo a três, como elemento mais próximo do último terço. Assertivo no passe, com uma visão de jogo interessante e lesto na forma como se movimento, oferece um recurso interessante do ponto de vista ofensivo. Em Portugal, num futebol com menos espaço, terá que ganhar alguma intensidade ao nível da execução.

Boas apostas!