Paços de Ferreira – Desportivo Chaves (Liga NOS)
Interessante frente-a-frente na décima jornada da Liga NOS, com o Paços de Ferreira a receber o seu antigo técnico, Jorge Simão, que este ano orienta o Desportivo de Chaves numa temporada que tem sido, a todos os níveis, muito boa para os flavienses. O sexto lugar, apesar de não terem vencido nenhum dos últimos dois encontros, comprova que a opção do técnico poderá ter sido segura e consciente, enquanto os pacenses, com menos quatro pontos, seguem na segunda metade da tabela.
A equipa do Paços de Ferreira vive os problemas de crescimento naturais dos projetos que, mudando de treinador, não têm a capacidade de também melhorar substancialmente as qualidades do seu plantel. Carlos Pinto enfrenta, assim, duas dificuldades. Por um lado, a sua adaptação pessoal a um nível de exigência superior, na Liga NOS. Por outro, um plantel aos quais nem sempre sobram opções. O 12º lugar na tabela não é preocupante, num momento em que ainda é o equilíbrio que reina no meio da tabela da competição. Depois de terem empatado em casa com o Nacional da Madeira, a equipa de Carlos Pintos somou um triunfo gordo frente à mesma equipa, em jogo da Taça da Liga, seguindo-se partida no Estádio da Luz que, não dando pontos, terá fortalecido o sentido da equipa e a sua crença nos princípios do treinador – a equipa do Paços de Ferreira foi elogiada pela sua atitude e defrontar, de forma aberta e ofensiva, um conjunto como o Benfica, ajudou a entender acertos que ainda terão que ser feitos na cobertura da zona intermediária e na leitura que a linha defensiva faz do movimento dos adversários e respetiva reação. Mário Felgueiras, Romeu, Rabiola e Christian estão lesionados e poderão falhar o encontro frente ao conjunto transmontano.
Onze Provável: Rafael Defendi – Bruno Santos, Pedro Monteiro, Miguel Vieira, Filipe Ferreira – Leandro Silva, Mateus Silva – Ricardo Valente, Pedrinho, Ivo Rodrigues – Welthon.
O Desportivo de Chaves mostrou, cedo, que para alcançar o seu objetivos – os 40 pontos e a manutenção – tinha quem soubesse organizar o seu conjunto. Jorge Simão revelou muito rapidamente um enorme conhecimento das necessidades do plantel e de uma forma de jogar que lhe garante somar pontos. Não sendo uma equipa muito dada ao risco, o Desportivo garante aquilo que, num passado recente, tem sido uma espécie de modelo para equipas que se chegam aos lugares cimeiros e garantem posições europeias. Sobriedade defensiva, forte capacidade de pressão na zona intermediária, jogadores criativos a partir das alas e uma referência no corredor central que alimente estes jogadores com segundas bolas. Seguindo esse plano a equipa chegou ao topo, mas nas últimas jornadas tem sentido dificuldades. A derrota em Braga não espanta, por significar uma saída para um nível que lhe é superior, o empate frente ao Feirense revela um dos problemas que vêm sendo constantes, fazer brilhar este sistema quando joga em casa frente a equipas que se desposicionam pouco. No entanto, fora de casa, os transmontanos voltam a encontrar o seu contexto favorito. Mesmo com Fábio Santos e Felipe Lopes lesionados e alguns jogadores condicionados, o Paços de Ferreira que se cuide.
Onze Provável: Ricardo – Paulinho, Ponck, Leandro Freire, Nélson Lenho – Perdigão, R. Battaglia, Rafael Assis, Fábio Martins – Braga – Rafael Lopes.
Nos últimos dez anos, estas equipas apenas se encontraram em partidas da Taça de Portugal. Na Primeira Divisão portuguesa, apenas conviveram uma vez, em 1991/92.
As qualidades ofensivas dos pacenses estarão à prova num jogo frente a uma equipa que prefere jogar fora de casa. O Chaves pode bem voltar a pontuar.
