Milos Raonic – Andy Murray (Open da Austrália)
A segunda meia-final do Major Australiano coloca frente a frente Andy Murray e Milos Raonic. O escocês venceu o intrépido David Ferrer nos quartos de final, num embate fisicamente muito desgastante. O canadiano esteve a altíssimo nível e não deu hipóteses a Gael Monfils para conquistar o privilégio de disputar, pela segunda vez na sua carreira, uma semifinal de um evento do Grand Slam. Os dois tenistas estão empatados nos confrontos diretos, com três vitórias para cada lado.
Milos Raonic está ao rubro este ano. Depois de uma temporada de 2015 diminuída pelas lesões, o canadiano perdeu peso e está em grande forma física. Ainda não sofreu nenhuma derrota e soma dez vitórias e um título – em Brisbane, onde bateu Roger Federer (6-4, 6-4) – desde o início da época. Nos oitavos de final teve uma exibição soberba para eliminar Stan Wawrinka, em cinco sets (6-4, 6-3, 5-7, 4-6, 6-3) e na ronda seguinte só confirmou a solidez do seu jogo. Gael Monfils fez o que estava ao seu alcance mas Raonic tinha um plano para cumprir. Com tremenda segurança, a fazer serviços poderosos a mais de duzentos quilómetros hora, e a insistir em direcionar vários à figura do adversário, o francês mal teve ocasião para fazer as suas costumeiras acrobacias.
Assim, Milos atinge a segunda meia-final de uma prova do Grand Slam, depois de em 2014 se estrear nessa etapa em Wimbledon. No ano passado foi afastado em Melbourne por Djokovcic, nos quartos de final. Desta feita pode voltar a cruzar-se com o sérvio, se ambos se qualificarem para a final.
Andy Murray marca pela sexta vez presença na meia-final do Open da Austrália. Para chegar aqui teve que se superiorizar a David Ferrer, nos quartos de final. Foi um encontro muito duro porque, como sabemos, o espanhol de trinta e três anos é um poço de energia e vende sempre cara a derrota. Os dois tenistas entraram mal na partida. De início não foi particularmente bem jogada e abundaram os erros para os dois lados. Mas à medida que foram encaixando o duelo subiu de nível e os pontos foram-se tornando mais longos, mais complexos. Murray fez sessenta e quatro erros não forçados ao longo dos quatro parciais (6-3, 6-7, 6-2, 6-3).
O título do Major Australiano tem escapado ao escocês, apesar de já ter disputado quatro finais. A primeira perdeu para Roger Federer, as seguintes para Novak Djokovic. O vencedor de Wimbledon e da medalha de ouro olímpico em 2012 ambiciona a conquista de outros títulos do Grand Slam.
Murray está a viver uns dias conturbados no entorno familiar e há-se ser difícil abstrair-se disso para descansar o que precisa e jogar ao nível necessário para disputar um Major. A esposa, Kim Sears, que habitualmente está no camarote a apoiá-lo ficou em Inglaterra já que o nascimento do primeiro filho do casal pode acontecer a qualquer momento. Para piorar, o sogro, Nigel Sears, sofreu um desfalecimento em court, há dias, quando estava à assistir ao encontro da atleta que treina, Ana Ivanovic.
2015 | Madrid | Murray | 2 | 6 | 7 | QF | ||||
Raonic | 0 | 4 | 5 | |||||||
2014 | Finais do World Tour | Murray | 2 | 6 | 7 | |||||
Raonic | 0 | 3 | 5 | |||||||
2014 | Indian Wells | Raonic | 2 | 4 | 7 | 6 | R16 | |||
Murray | 1 | 6 | 5 | 3 | ||||||
2012 | Tokyo | Raonic | 2 | 6 | 6 | 7 | SF | |||
Murray | 1 | 3 | 7 | 6 | ||||||
2012 | US Open | Murray | 3 | 6 | 6 | 6 | R16 | |||
Raonic | 0 | 4 | 4 | 2 |
Andy Murray e Milos Raonic defrontaram-se por seis vezes, com três vitórias para cada lado. Curiosamente, dois deles resultaram em vitórias por abandono – o canadiano em Miami e o escocês em Toronto, ambos em 2012 – portanto deve ser contabilizado um 2 a 2. Na temporada passada só se cruzaram uma vez, no Masters de Madrid, e foi Murray a vencer em sets diretos.