Dmitry Tursunov – João Sousa (Wimbledon)
João Sousa tem a obrigação de passar a primeira ronda de Wimbledon, este ano. O português caiu mais um lugar no ranking ATP. É agora trigésimo primeiro mas continua a beneficiar do estatuto de cabeça de série. Pela frente vai ter o veterano Dmitry Tursunov, que está há dezassete anos no circuito profissional e chegou a ser número vinte mundial. Mas de lá para cá o russo passou quase tanto tempo a jogar como parado, com diversas lesões.
Dmitry Tursunov chegou a número vinte mundial em outubro de 2006, agora está no lugar quatrocentos e cinquenta e três do ranking ATP. Foram dezassete anos de sua carreira flagelada por lesões, que estiveram presentes desde o início. Logo em 2000 partiu uma perna e teve que ficar cinco meses de fora. Dois anos mais tarde foram as costas e mais seis meses de recuperação. Mas de 2009 pra cá foi um verdadeiro calvário: três cirurgias ao tornozelo, fascite plantar e outras mazelas menores obrigaram-no a estar quase tanto tempo fora como a jogar ténis. O mais duro foram mesmo as constantes idas e vindas. De cada vez ter que fazer a recuperação física, ganhar ritmo, fortalecer a parte mental e sofrer novo contratempo. Hoje diz que aprecia e se preocupa muito mais com o aspeto estratégico do desporto do que com a componente física, que o fascinava na juventude.
Em 2015 praticamente não competiu – fez apenas três partidas no final da temporada – e este ano uma mão quase chega para contar os encontros disputados (1V-5D). Mas não nos iludamos, este russo sabe o que fazer em court. Prova disso foi a meia-final que alcançou em Roland Garros, há um mês atrás.
Tursunov alcançou por duas vezes consecutivas os oitavos de final do Major Britânico, em 2005 e 2006. Nas três últimas participações tem caído na primeira ronda.
João Sousa nun
ca passou da primeira partida no quadro principal de Wimbledon. Mas teve uma excelente desculpa, curiosamente a mesma nos dois anos anteriores: Stan Wawrinka. O português esbarrou com o suíço na primeira ronda, tanto em 2014 como em 2015, e cedeu em sets diretos, ainda que o marcador dê sinais claros de evolução. À primeira foi despachado com os parciais de 6-3, 6-4, 6-3 mas no ano passado disputou taco a taco os dois últimos sets, obrigando mesmo Wawrinka a fechar o encontro em tie break (6-2, 7-5, 7-6).
Desta vez não tem desculpa. O melhor tenista português baixou um lugar na atualização dos rankings, esta segunda-feira, para o lugar trinta e um, mas continua a ser cabeça de série no torneio do Grand Slam. E tem obrigação de ultrapassar um adversário que está longe dos seus tempos áureos.
A temporada de terra batida correu de feição ao vimaranense. Foi à segunda ronda em Monte Carlo (Paire, 6-4, 6-3), Roma (Thiem, 6-3, 6-2) e Roland Garros (Gulbis, 6-2, 7-5, 6-3). No Masters de Madrid chegou mesmo aos quartos de final, sendo afastado por Rafa Nadal, não sem antes roubar um set ao espanhol (6-0, 4-6, 6-3). Em Nice foi semifinalista mas caiu vítima do talento crescente de Alexander Zverev (6-4, 4-6, 6-2).
| 2013 | ATP S. Petersburgo | Sousa | 2 | 6 | 6 | QF |
| Tursunov | 0 | 4 | 3 | |||
| 2013 | Masters de Cincinnati | Tursunov | 2 | 6 | 6 | Q-R16 |
| Sousa | 0 | 1 | 4 |
Tursunov e Sousa defrontaram-se por duas vezes, curiosamente ambas em 2013. O russo venceu no qualifying para Cincinnati e o português levou a melhor nos quartos de final de S. Petersburgo.
