Bayern de Munique – Celtic (Liga dos Campeões)

O Celtic iria à Allianz Arena bem mais confiante se Ancelotti ainda fosse dono e senhor por lá. Heynkes deixou a reforma para recolocar o Bayern nos eixos e o resultado fez-se sentir de imediato, com uma goleada sobre o Freiburg. Mas na Liga Milionária as duas equipas estão exatamente nas mesmas circunstâncias, com três pontos e outros tantos atrás do PSG, e a precisar de ganhar andamento.

A Allianz Arena é um dos recintos mais inclementes para quem vem de fora. Nas últimas duas temporadas e o pouco que se conta da atual o Bayern de Munique jogou cinquenta e cinte vezes em casa e só foi desfeiteado três vezes (47V/ 7E/ 3D) – pelo Dortmund, Real Madrid e Mainz.

Jupp Heynkes suspendeu a reforma aos setenta e dois anos para responder ao repto de auxílio do clube onde é uma lenda, com todo o mérito. Nem Guardiola, no meio de toda a excitação com as suas ideias inovadoras, conseguiu igualar o feito do alemão, que venceu com o Bayern tudo o que havia para ganhar. O balneário respondeu da melhor forma. Vários jogadores vocalizaram a bem-vinda voz de comando de Heynkes, que apesar da calma transpira autoridade, para acabar com a sensação de deriva em que a equipa tinha entrado. A primeira ação do velho treinador foi prestar homenagem aos grandes nomes do plantel – Ribéry, Robben, Lewandowski, Hummels e por aí fora – apelando à sua liderança pra dar a volta à situação. Psicologia básica mas que continua a ser eficaz: conquistar os elementos que se destacam. Se o período de “lua-de-mel” se vai manter não interessa agora para nada. No imediato deu resultados. Os Bávaros regressaram às vitórias de forma categórica, aplicando uma mão cheia de golos ao FC Freiburg (5-0), no sábado passado. E com isso voltaram a encostar ao líder Borussia Dortmund, que leva apenas um ponto de vantagem.

Na jornada que abriu a fase de grupos, o campeão germânico venceu em casa o Anderlecht (3-0) com relativa facilidade. A gota de água para Ancelotti foi a derrota em Paris, frente ao PSG (3-0) e não apenas pelo resultado em si. Frank Ribéry, Arjen Robben, Matts Hummels e Kingsley Koman começaram a partida no banco e o Bayern levou um baile de futebol da formação gaulesa. Com o conjunto de Unai Emery isolado na primeira posição do Grupo B, só com vitórias, os Bávaros sabem que precisam de dar à perna e esta receção ao Celtic é o primeiro grande teste.

Ribéry, Neuer e Martínez estão lesionados. Juan Bernat ainda está em dúvida.

Onze Provável: Ulreich – Kimmich, Boateng, Hummels, Alaba – Vidal, Alcántara – Robben, Muller, Coman – Lewandowski.

Brendan Rodgers certamente preferiria ir a Munique quando Ancelotti ainda comandava o Bayern. As hipóteses estariam, então, mais equilibradas, tendo em conta a rebaldaria emocional em que o clube alemão se encontrava. Infelizmente para o Celtic, a visita à Allianz Arena chega quando Heynkes já retomou as rédeas. Não era preciso muito mais do que autoridade para colocar na ordem a equipa alemã, que continua a ter valor e pode retomar rotinas que lhe trouxeram bastante sucesso.

A formação escocesa está com os mesmo três pontos que os alemães. Na jornada de abertura da fase de grupos o Celtic foi goleado em Glasgow por Neymar e companhia (0-5), sem qualquer capacidade de reação. Nada de novo na frente ocidental: a equipa de Rodgers é combativa e bem capaz de ter noites espetaculares se os golos começarem a entrar. Mas também é capaz de cometer erros defensivos que adversários do calibre do PSG não perdoam. E perdido por um, podem perder por muitos, é essa a tendência. Há três semanas foram a Anderlecht (0-3) e saíram de lá com a confiança restabelecida. Leigh Griffiths e Scott Sinclair tiveram uma ajudinha de Mbodji, que meteu a bola na própria baliza.

Anthony Ralston é a única baixa certa. Jozo Simunovic está em dúvida.

Onze Provável: Gordon – Lustig, Simunovic, Boyata, Tierney – Brown, Ntcham – Roberts, Rogic, Sinclair – Griffiths.

Celtic	0-0	Bayern Munique	Liga dos Campeões 2003/04
Bayern Munique	2-1	Celtic	Liga dos Campeões 2003/04

As duas equipas defrontaram duas vezes, na Liga dos Campeões, há catorze anos. O Bayern venceu em casa pela margem mínima.