Jo-Wilfried Tsonga – Stanislas Wawrinka (Roland Garros)

Tsonga e Wawrinka superiorizaram-se ao favoritismo dos respetivos adversários e marcaram encontro para a primeira meia-final da edição de 2015 de Roland Garros. De ponto de vista estritamente tenístico o combate no court será animado. E o ambiente das bancadas vai estar à altura. Espera-se um Philippe Chatrier apinhado e um público hostil ao suíço. Os franceses ainda se lembram da confusão da final da Taça Davis.

O jogo de terça-feira deve ter sido um dos melhores da carreira de Jo-Wilfried Tsonga. Aos trinta anos, e numa temporada que arrancou tarde devido a lesão, o francês atinge pela segunda vez a semifinal de Roland Garros. O seu treinador referiu há dias que Jo talvez pudesse beneficiar de chegar ao Open de França sem a pressão das expetativas. Isso, combinado com a injeção de energia que foi bater Tomas Berdych (6-3, 6-2, 6-7, 6-3), da forma como o fez, nos quartos de final, pode ser o diferencial.

Tal como na etapa anterior o número quinze mundial entrou muito forte em campo e foi o que menos se perturbou com as difíceis condições climatéricas. Kei Nishikori estava à toa, sem saber o que fazer para inverter o sentido do jogo. O vento intenso exigia um plano de jogo mais direto e o japonês precisava de um bom serviço fechar os pontos de forma mais simples. E não o tem. Essa continua a ser a pecha de Kei. E, a partir do momento em que Tsonga ganha embalo e confiança e do outro lado da rede nada parecia funcionar, Nishikori só não desesperou porque a partida foi interrompida. Um dos painéis publicitários caiu sobre a assistência e o encontro esteve parado quase meia hora para assistir os feridos ligeiros e assegurar que nada do género se repetia. Não sei o que Michael Cheng disse a Kei nessa paragem mas ele voltou outro ao court e venceu os dois jogos seguintes. Não evitou que Tsonga fechasse o segundo set a seu favor mas a atitude era outra e foi com ela que o japonês conseguiu impor-se nos dois seguintes, empurrando a decisão para o quinto parcial. Mas a eliminatória com Berdych tinha provado ao francês que ele tinha a resistência física e mental para dar a volta. Foram precisas quase quatro horas de jogo mas, por fim, o homem da casa garantiu a passagem à semifinal. E agora, Tsonga vai tentar tornar-se o primeiro francês a chegar à final de Roland Garros, depois do feito de Henri Leconte há vinte e sete anos.

Stanislas Wawrinka também parece funcionar melhor quando não se conta, propriamente, com ele. O nono tenista mais cotado do ranking está a ter uma temporada pouco consistente e já nos habituou que pode fazer do melhor ou cair, redondamente, à partida. Verdade seja dita que o seu trajeto em Paris não foi particularmente exigente portanto o facto de ter resolvido as eliminatórias em sets diretos também não foi particularmente valorizado. Mas, ontem, Stan foi o suíço em court com o melhor plano de jogo. Ser contundente e arriscar desde o primeiro ponto para não dar oportunidade a Federer (6-4, 6-3, 7-6).

O suíço terá contra si a bancadas, frente a Tsonga. Não só porque defronta o único francês em prova mas porque o desaguisado entre Wawrinka e os jogadores gauleses, na final da Taça Davis, ainda está bem fresco.

Este será o oitavo confronto entre os dois, cinco dos quais em terra batida. Para já, Tsonga ainda segue na frente (4-3) mas a margem é mínima. O último, na final da Taça Davis, foi ganho por Wawrinka, mas nessa altura já o francês estava limitado pela lesão. Os dois embates que tiveram no Roland Garros foram a cinco sets, com uma vitória para cada lado.

2014	Taça Davis	Wawrinka	3		6	3	6	6
		Tsonga	1		1	6	3	2
2013	Masters de Madrid	Wawrinka	2		6	6	6			QF
		Tsonga	1		2	7	4
2013	Monte Carlo	Tsonga	2		2	6	6			QF
		Wawrinka	1		6	3	4
2012	Roland Garros	Tsonga	3		6	7	3	3	6	R16
		Wawrinka	2		4	6	6	6	4
2011	Roland Garros	Wawrinka	3		4	6	7	6	6	3R
		Tsonga	2		6	7	6	2	3

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