Noite memorável em Florença. A Fiorentina de Paulo Sousa recebeu  e derrotou a rival Juventus, pentacampeã em título que perdeu pela quarta vez na atual edição do campeonato italiano e viu a AS Roma aproximar-se. O ambiente frenético nas bancadas do Artemio Franchi galvanizou a equipa da casa numa noite em que foi (quase) irrepreensível do ponto de vista estratégico. Com Massimiliano Allegri a caminhar sobre brasas, o nome de Paulo Sousa ganha cada vez mais força no que toca à possibilidade de regressar a Turim para orientar a “Vecchia Signora”.

Foto: "Maurizio Degl'Innocenti/ANSA via AP"

Foto: “Maurizio Degl’Innocenti/ANSA via AP”

A Juventus manteve a liderança da Série A após a derrota no Artemio Francchi (um ponto de vantagem em relação à AS Roma e menos um jogo disputado), mas a luta pelo título está relançada e mais viva que nunca. A atual pentacampeã, única formação que ainda não empatou na atual edição do campeonato italiano, averbou a quarta derrota na prova, todas fora de portas. Se os dois desaires em Milão frente a Inter (2-1) e AC Milan (1-0) já tinham ferido o orgulho dos juventinos, a derrota no Artemio Franchi piorou a situação e fez com que a contestação à liderança de Massimiliano Allegri subisse de tom. As principais críticas às opções do técnico estão associadas à não utilização do bósnio Miralem Pjanic (permaneceu no banco durante toda a partida) e à entrada de Tomas Rincón para o lugar de Claudio Marchisio aos 77 minutos, numa altura em que a Juve perdia por duas bolas a uma.

Se, por um lado, há muito mérito do lado “Viola” pela abordagem ao jogo adoptada, a verdade é que a Juventus também esteve muito abaixo do nível habitual. Até aos 55 minutos, altura em que Milan Badelj fez o segundo golo da Fiorentina (Nikola Kalinic tinha marcado o primeiro aos 37 minutos), a Fiorentina dominou a partida, teve mais bola, cirou mais ocasiões de golo e só Gianluigi Buffon impediu que o resultado assumisse uma expressão ainda mais dramática para a Juventus. Gonzalo Higuaín lançou o jogo em boa hora (58′), mas a Juve foi incapaz de contrariar a tendência do jogo e demonstrou uma intranquilidade muito pouco habitual. A Juventus tem agora uma margem de erro bem mais reduzida, situação que queria evitar a todo o custo em virtude da aproximação dos compromissos dos “oitavos” da Liga dos Campeões frente ao FC Porto. A Fiorentina conquistou um triunfo que só causa estranheza a quem não assistiu ao desafio e, no final, o jovem Federico Chiesa (filho de Enrico Chiesa), com apenas 19 anos, foi o porta voz do grupo: “Este jogo é sempre um campeonato à parte. Jogamos com mais determinação quando defrontamos a Juventus”.

A vice-líder Roma encurtou a distância em relação à Juventus graças ao triunfo em Udine (0-1), graças a um golo de Radja Nainggolan no primeiro quarto de hora. Depois da vitória em Genoa, o emblema da capital voltou a dar uma interessante prova de força fora de portas.

Inter mantém o bom momento

E vão seis vitórias consecutivas para o Inter de Milão, conjunto que continua a demonstrar evolução desde que Stefano Pioli chegou ao Giusseppe Meazza. Na 20ª ronda da Série A, em tarde de receção ao Chievo, os donos da casa até estiveram em desvantagem graças a um golo apontado pelo experiente Sergio Pellissier na sequência de um canto, mas a contrariedade não fez com que os “nerazzurri” baixassem os braços ou – mais comum na anterior Era (com Frank de Boer) – entrassem em desespero, pautando pela precipitação. Com muito tempo para se jogar, a equipa do Inter continou a fazer o seu jogo, colocou Stefano Sorrentino em diversas ocasiões mas só conseguiu materializar o ascendente ofensivo em golo à passagem do minuto 69, quando Mauro Icardi (quem mais?) desviou para golo um grande cruzamento de Antonio Candreva. Já sem João Mário em campo (saiu aos 70 minutos), a pressão intensificou-se e foi Ivan Perisic que voltou a assumir o papel de goleador. Depois de ter sido decisivo ao apontar um “bis” no Friuli diante da Udinese na jornada passada, o internacional croata voltou a ser decisivo ao apontar o golo que deu vantagem ao Inter pela primeira vez na partida (86′). O brasileiro Éder Martins definiu o resultado final em cima do minuto 90 e aumentou a expressão da vitória “interista” que permitiu assumir o 5º lugar à condição e pressionar o AC Milan.

Lorenzo Tonelli tomou-lhe o gosto

Em Nápoles, a resistência do “lanterna vermelha” Pescara durou 47 minutos, altura em que Lorenzo Tonelli subiu à área contrária e voltou a encontrar o caminho para as redes, depois de ter sido decisivo na vitória do Nápoles frente à Sampdoria. No segundo golo com a camisola napolitana, Lorenzo Tonelli apontou o segundo golo com a camisola da equipa que o contratou no último verão, abrindo caminho para uma vitória consumada com golos de Marek Hamsik e Dries Mertens, antes de Gianluca Caprari reduzir a diferença já para lá dos 90 minutos.

Boas Apostas!