A pandemia paralisou o mundo, assolou diversos sectores e levou ao inevitável adiamento de grandes certames desportivos, entre os quais os Jogos Olímpicos de Tóquio e o Euro 2020. O planeta vai regressando a uma (ainda estranha) certa normalidade e as competições que não se realizaram no verão de 2020 estão aí “à porta”. As inusitadas circunstâncias fizeram com que Portugal fosse a primeira nação a ostentar o título de campeã da Europa por cinco anos, título que defenderá numa edição com jogos em diversos pontos do continente. As Casas de Apostas já lançaram as primeiras odds para apostas de longo prazo e hoje atentaremos nos mercados para vencedor da competição.

Odds favorecem velhos rivais

A rivalidade franco-britânica remonta à Idade Média, remetendo-nos para a série de conflitos travados que constituíram a célebre “Guerra dos Cem Anos”. De Agincourt a Orleans, passando por Limoges, são vários os episódios bélicos entre franceses e ingleses. A rivalidade foi transposta para dentro das quatro linhas e falamos de duas nações que acalentam uma interessante dicotomia.

Precisamos de recuar até 2012 para encontrar a última ocasião em que França e Inglaterra se defrontaram a título oficial. O encontro terminou empatado a uma bola e nenhuma das duas seleções teve um percurso particularmente auspicioso, dado que ambas foram eliminadas nos quartos de final: a França perdeu por duas bolas a zero com a campeã Espanha, ao passo que os ingleses saíram derrotados do confronto com a vice-campeã Itália, na decisão através da marcação de grandes penalidades – uma espécie de “sina” para a formação dos “Three Lions”.

Neste Euro 2020, França e Inglaterra não integram o mesmo grupo. A seleção eleita por Didier Deschamps está no grupo F, juntamente com as congéneres de Portugal, Alemanha e Hungria, ao passo que a Inglaterra ocupa o grupo D, juntamente com as seleções de Croácia, Escócia e República Checa.

Assim sendo, por que haveríamos de invocar esta velha rivalidade? É que as odds disponibilizados pela Betano a isso obrigam. A cerca de um mês do início da competição, França e Inglaterra são apontadas como principais candidatas à conquista do título de seleções mais importante do futebol europeu. Por cada unidade investida na conquista do Euro 2020 por parte de França ou Inglaterra, poderá receber 6.00.

Inglaterra no Euro 2020

Detentora de uma invejável tradição futebolística, Inglaterra já ocupou o trono do futebol de seleções quando venceu o Mundial de 1966 em casa – eliminou a seleção portuguesa de Eusébio nas “meias” -, mas nunca conseguiu erguer o troféu mais importante do futebol europeu. Mais surpreendente que isso: a seleção inglesa nunca marcou presença numa final da competição, sendo que os seus melhores desempenhos em campeonatos da Europa aconteceram em 1968 (Itália) e 1996 (Inglaterra). Os “Three Lions” vencera um Mundial a atuar em casa e igualaram a sua melhor prestação em campeonatos da Europa também a jogar em casa. Neste Euro 2020 que se disputará em vários pontos da Europa e que assinalará o regresso dos adeptos às bancadas, os jogos decisivos (meia-final e final) serão disputados no estádio de Wembley, em Londres. Este fator pode ajudar a sustentar este favoritismo que as Casas de Apostas atribuem aos ingleses, mas seria extremamente reduzir a nossa leitura a isso…

Gareth Southgate tem uma seleção extremamente talentosa sob sua alçada, recheada de nomes que dispensam apresentações. Semifinalista do Mundial 2018 e apurada para a “final-four” da Liga das Nações 2018/19, a seleção inglesa chega a este Euro 2020 com uma equipa (ou 11) teoricamente mais forte que em 2018, dado que as suas principais figuras estão longe de se encontrar em decadência – é claro que existem exceções como Dele Alli que não está a viver bons momentos – e jogadores de rotação como Arnold ou Marcus Rashford estão hoje nem fases de maturação bem distintas para melhor. Tão ou mais importante que isso, existem jovens prontos para apresentar todo o seu futebol em fases finais de uma grande competição de seleções, entre os quais Phil Foden (20 anos), Jadon Sancho (21 anos) ou Jude Bellingham (17 anos), tudo jogadores que, apesar da tenra idade, já são opções regulares nos seus clubes e figuras destacadas que acrescentam qualidade a esta seleção inglesa. No que diz respeito ao desempenho neste ano civil de 2021, os britânicos confirmaram o favoritismo que ostentavam à entrada para os três desafios disputados, todos de apuramento para o Mundial 2022, ao vencerem San Marino (5-0), Albânia (0-2) e Polónia (2-1). Antes da estreia no Euro 2020, agendando para 13 de junho, frente à vice-campeã do mundo Croácia, a seleção inglesa disputará dois encontros amigáveis, o primeiro frente à Áustria (2 de junho), e o segundo diante da Roménia (6 de junho). Inserida no grupo D juntamente com Croácia, Escócia e República Checa, a seleção inglesa é naturalmente candidata a avançar na primeira posição, mesmo considerando a presença dos “Vatreni” que, após a derrota na final do Mundial 2018, não mais recuperaram o nível e têm alguns jogadores importantes nessa mesma campanha em natural quebra de rendimento.

França no Euro 2020

O golo mais importante da história do futebol português impediu que a seleção francesa, a a atuar em casa, igualasse as congéneres de Alemanha e Espanha como maiores vencedoras do Campeonato da Europa.  As feridas resultantes da derrota em pleno Stade de France foram saradas dois anos depois, em solo russo, com a conquista do Mundial. É com esse estatuto que a seleção gaulesa se apresenta neste Euro 2020: o de campeã do mundo em título, pretendendo agora subir ao trono continental, algo que não acontece desde 2000. Dado que estamos a falar da atual campeã do mundo, o facto de França se perfilar como favorito à conquista do ceptro é tudo menos surpreendente, já para não falar na qualidade do lote de selecionáveis que Didier Deschamps tem à sua disposição, encabeçados por Kylian Mbappé, apontado como a próxima “big think” do futebol mundial. O astro do PSG tornou-se no jogador mais jovem dos últimos 36 anos a conquistar um edição do Mundial, nomeadamente com 19 anos, sete meses e 25 dias, algo ainda mais surpreendente tendo em conta que foi constantemente titular e até marcou na final diante da Croácia (4-2). Ainda que Mbappé possa ser um fator diferenciador nos momentos chave, o talento e as virtudes da equipa gaulesa estão longe de se esgotar na pessoa de Kylian Mbappé. Qualidade é coisa que não falta a esta seleção francesa que exibe um importante equilíbrio entre experiência e irreverência, legitimando o facto de ser apontada como principal favorita a erguer o troféu mais importante do continente. À semelhança do que acontece com a seleção inglesa, a equipa gaulesa também estreará alguns jogadores em Campeonatos da Europa como Kimpembe, Pavard ou Dembélé, trio que no entanto participou no Mundial da Rússia que culminou com a conquista do título.

Neste ano civil de 2021, a seleção francesa já entrou em campo três vezes, todas no ciclo de qualificação para o Mundial 2022, no Qatar. O primeiro encontro terminou com um empate nada satisfatório diante da Ucrânia (1-1), ao passo que os dois desafios seguintes se saldaram em vitórias diante das congéneres do Cazaquistão (0-2) e Bósnia e Herzegovina (0-1). Antes de iniciar a sua participação no Europeu, a seleção gaulesa enfrentará o País de Gales (2 de junho) e a Bulgária (8 de junho).

Os franceses deverão ter uma tarefa “e tanto” na primeira fase deste Euro 2020, dado que foram sorteados naquele que é apontado como o “grupo da morte”, grupo esse que reúne três campeões europeus… um deles, em título. Portugal, França, Alemanha e a “outsider” Hungria vão lutar pelo acesso à fase a eliminar do Europeu e a disputa promete. Ainda que bem menos cotada que as três restantes seleções, a formação Magiar – tem como melhor registo um terceiro lugar, em 1964 – tem capacidade suficiente para criar dificuldades aos seus adversários. A seleção da Alemanha, a atravessar um período de renovação e em fim de ciclo sob a égide de Joachim Low surge, em teoria, atrás desta França em termos de favoritismo no que toca à vitória no grupo.

Bélgica no Euro 2020

Terceira colocado do Mundial 2018, a seleção da Bélgica fecha o pódio no que ao favoritismo à conquista deste Euro 2020 diz respeito. Por cada unidade apostada numa vitória belga, a Betano paga 7.40. À semelhança do que acontece com a Inglaterra, a seleção da Bélgica é tida como uma das principais candidatas apesar de nunca ter conseguido erguer o título em toda a sua história. O melhor desempenho belga em campeonatos da Europa remonta a 1980, em Itália, edição em que perdeu diante da Alemanha Ocidental na decisão. Honra seja feita aos obreiros dessa digna campanha, no entanto, volvidos 31 anos, estamos em crer que é justo afirmar que estamos perante a geração belga mais capacitada (e sobretudo talentosa) para atacar o troféu mais importante do continente. Estamos perante uma das melhores seleções da história do futebol flamenco, o terceiro lugar na Rússia fala por si só e a realidade é, apesar de já ter sido vice-campeã, a Bélgica nem era presença assídua em fases finais antes da atual geração: de 1988 a 2016 (ficou-se pelos “quartos”), a Bélgica só esteve em fases finais do Europeu por duas vezes, sendo que, em 2000, entrou na condição de organizadora juntamente com a Holanda.

A sorte agrupou a Bélgica juntamente com as congéneres da Dinamarca, da Finlândia e da Rússia. Os pupilos eleitos por Roberto Martinez são uma orquestra superiormente bem orientada por Kevin De Bruyne e qualidade é coisa que não falta nas suas fileiras. Neste ano civil de 2021, a Bélgica disputou três encontros de qualificação para o Mundial 2022 e, depois de vencer o País de Gales (3-1) e de empatar com a República Checa (1-1), encerrou esse ciclo com um triunfo contundente por oito bolas a zero frente à Bielorrússia. É certo que os bielorrussos não são o mais bem cotado dos adversários, mas Roberto Martínez promoveu profundas alterações na equipa e ainda assim conseguiu um resultado bastante volumoso. Alguns dos jogadores que participaram nessa goleada poderão nem integrar a lista final para o Euro 2020, dado que é suficientemente elucidativo quanto às “dores de cabeça” (positivas) que o espanhol terá na hora de definir a convocatória. Antes de integrar o grupo B juntamente com Dinamarca, Finlândia e Rússia – a Bélgica é claramente candidata à conquista do grupo -, a seleção flamenca tem duelos de preparação agendados com as seleções da Grécia (3 de junho) e Croácia (6 de junho).

Favoritos Euro 2020

Para a Betano, Inglaterra (6.00), França (600) e Bélgica (7.40) são os três principais favoritos à conquista do Euro 2020, seguidos por Espanha (8.25), Alemanha (8.25) e, claro está, pela nação campeã em título – Portugal (9.00). Segundo as mesmas cotações, Macedónia (400.00), Finlândia (400.00) e Hungria (400.00) são as nações que menos chanches de sucesso possuem nesta edição da prova. O Euro 2020 vai decorrer entre 11 de junho e 11 de julho de 2021 e poderá acompanhar os nossos prognósticos em apostas para todos os jogos da competição.