Estados Unidos – Panamá (Gold Cup)

Os Estados Unidos atingem, com alguma naturalidade, a final da Gold Cup, uma competição onde, desde o primeiro momento, pareceram estar a um nível mais elevado do que os restantes competidores. No jogo decisivo encontram o Panamá, que repete a presença na final depois de em 2005 ter encontrado este mesmo adversário e perdido na marcação de grandes penalidades.

Os Estados Unidos bateram as Honduras por 3-1 nas meias-finais, num encontro onde a surpresa foi a inclusão de Eddie Johnson no onze inicial. O possante avançado norte-americano não tinha estado presente nas escolhas iniciais de Jurgen Klinsmann, mas depois de ter sido incluído para disputar quartos e meias-finais, um golo em cada partida justificam a sua presença, ainda que se possa reconhecer alguma injustiça para com Chris Wondolowski, que tão boa conta deu do ataque da equipa na primeira fase. O sucesso dos ponta-de-lanças deve-se, em grande parte, ao trabalho criativo de Landon Donovan e José Torres, que na partidas das meias-finais tiveram ainda a ajuda de Stuart Holden, outro elemento que muito ajuda esta seleção dos Estados Unidos a atingir algum brilhantismo e a dominar os seus adversários. Mais recuado, Kyle Beckerman é um garante de estabilidade, pela sua forma de correr a largura do campo e resolver problemas, deixando as linhas defensivas bastante descansadas. Ainda assim, a presença de Goodson e Parkhurst vem dando bastante estabilidade a uma equipa que conta com DaMarcus Beasley como um lateral muito ofensivo, o que obriga os adversários a optarem por estratégias de recuo perante a força atacante norte-americana.

O Panamá chega a esta final depois de ter batido, por duas vezes, o México, habitual rival dos Estados Unidos na luta pelo título da Gold Cup. A equipa panamiana tem no banco o seu elemento mais carismático, Júlio Dely Valdés, e não sendo um conjunto que fique no olho pela qualidade técnica ou pela beleza de movimentações, tem dado a certeza de ser bastante regular e de beneficiar da sua capacidade de entrega para fazer a diferença em várias partidas. Gabriel Torres está no topo da lista de marcadores devido às cinco vezes que festejou o golo, mas Blas Pérez é também um elemento de qualidade, ao apontar, frente ao México, um golo que se viria a revelar decisivo. Como já foi reforçado em partidas anteriores, a intensidade competitiva do meio-campo com Gabriel Gómez e Marcos Sánchez é outro dos elementos que se destaca na equipa do Panamá, enquanto a dedicação defensiva e o guardião Jaime Penedo vão fazendo desta equipa a menos batida da competição. Se conseguirem manter este dado até ao final do encontro com os Estados Unidos, poderão acabar por festejar um feito único para o seu país.

Apenas por uma vez, na sua história, o Panamá conseguiu vencer a equipa dos Estados Unidos. Aconteceu na fase de grupos da Gold Cup 2011. No entanto, nessa mesma competição, as duas seleções voltaram a encontrar-se nas meias-finais e os norte-americanos vingaram o resultado.

Estados Unidos	2-0	Panamá	WC2014 CONCACAF
Panamá	0-1	Estados Unidos	Amigáveis 2012
Estados Unidos	1-0	Panamá	Gold Cup ´11
Estados Unidos	1-2	Panamá	Gold Cup ´11
Estados Unidos	2-1 (a.p.)	Panamá	Gold Cup ´09
Estados Unidos	2-1	Panamá	Gold Cup ´07
Estados Unidos	2-0	Panamá	WC2006 CONCACAF
Estados Unidos	0-0 (3-1)g.p.	Panamá	Gold Cup ´05
Panamá	0-3	Estados Unidos	WC2006 CONCACAF
Estados Unidos	6-0	Panamá	WC2006 CONCACAF
Panamá	1-1	Estados Unidos	WC2006 CONCACAF
Estados Unidos	2-1	Panamá	Gold Cup ´93

A equipa dos Estados Unidos é a grande favorita a alcançar a vitória na Gold Cup e, repetindo aquilo que vem demonstrando ao longo da competição, não parece difícil acreditar nessa conquista. No entanto, o Panamá tem sido um adversário traiçoeiro, pelo que todo o cuidado será pouco para evitar a surpresa. Marcar cedo e manter a pressão alta sobre a defensiva panamiana poderá ser a chave do sucesso da equipa de Jurgen Klinsmann.

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