Taça de Portugal – Golpe de teatro na temporada do Benfica quando, a pouco mais de dez minutos do jogo no Jamor, o Vitória de Guimarães aproveitou dois deslizes defensivos dos encarnados para conquistar a competição. Tudo o que se seguiu foi um sinal claro do momento mental deste Benfica, desistindo perante a possibilidade de ganhar ainda alguma coisa este ano.
A espada do Rei Artur
O cenário estava montado para um grande jogo no Jamor, com o Estádio cheio e todos os adeptos bem crentes de fechar com chave de ouro épocas complicadas. Do lado encarnado, a vontade de, à terceira, conquistar, finalmente, uma competição esta temporada. Do lado branco, a esperança de ganhar a Taça de Portugal na sexta presença na final. No entanto, no relvado, a qualidade de jogo deixava muito a desejar. O Benfica dominava a seu bel-prazer, mas não colocava velocidade no jogo, enquanto o Vitória parecia preferir esperar para ver, denotando muitas dificuldades para criar perigo no meio-campo adversário. O golo acabou por surgir à meia-hora, depois de insistência encarnada, com Gaitán a ver a bola ressaltar nas suas pernas, depois de um mau alívio da defensiva vimaranense. Douglas, surpreendido, nada podia fazer. Com o Benfica a ir em vantagem para o intervalo, esperava-se que o Vitória pudesse tentar mudar o sentido da partida, mas, na prática, a equipa não conseguia sair nunca com qualidade para o ataque.
A face do jogo começou a mudar com a primeira substituição operado por Rui Vitória, que não teve medo de arriscar colocando Marco Matias no extremo direito, retirando Kanu e recuando Ricardo para a posição de lateral. A meia-hora de jogo final ia ter naquele corredor o seu grande foco, já que com os dois jovens velozes, o Benfica começava a sentir dificuldades para fechar a faixa onde André Almeida aparecia muitas vezes sozinho. Para tentar equilibrar, Jorge Jesus chamou Urreta para o lugar de Cardozo, mas a dinâmica dos encarnados não se alterava, mantendo ao mesmo tempo a confiança de que o trabalho estava feito. Foi então que entrou na história Artur. O guarda-redes brasileiro aliviou mal e permitiu o empate aos vimaranenses no seguimento desse erro. Soudani foi o autor do golo. Dois minutos depois, Ricardo sobe pela enésima vez no flanco, encontra espaço pelo meio e remata, com a bola a embater em Luisão, desfeiteando Artur. O Vitória ganhava por 2-1.
Logo após o golo, os adeptos encarnados começaram a abandonar as bancadas. A sensação de perda era intensa, para quem tinha acreditado numa temporada em pleno. No banco, Jorge Jesus procurava ainda uma derradeira oportunidade de mudar o destino, mas nem Rodrigo nem Aimar estavam em condições para fazer qualquer diferença. Os vimaranenses seguraram a vantagem e festejaram, merecidamente, a conquista. Não por serem uma equipa melhor durante os 90 minutos, mas porque, no aproveitamento dos erros do adversário, foram mais eficazes.
Espetáculo alemão em Wembley
Liga dos Campeões – Duas grandes equipas no relvado de Wembley, ambas fiéis aos seus modelos de jogo, com o Borussia Dortmund a entrar dominador e a procurar, bem cedo, alcançar o golo. Para isso, Jurgen Klopp pediu aos seus jogadores para pressionar bem alto, dificultando a saída de bola do Bayern. No entanto, as tentativas de chegar ao golo por parte da equipa amarela encontraram sempre Manuel Neuer, um dos grandes heróis do jogo, mantendo a salvo a sua baliza. Quando os bávaros chegavam à baliza do Borussia, acontecia o mesmo, com Weidenfeller a estar também muito bem.
Só no segundo tempo chegaram os golos. O primeiro, por Mandzukic, a finalizar uma jogada do lado esquerdo, por Ribéry e Robben, que tiraram defesas e guarda-redes do caminho, terminando com o holandês a oferecer o golo ao croata, a quem bastou empurrar. O empate aconteceu numa grande penalidade, a castigar entrada abusiva de Dante sobre Reus. Gundogan marcou sem problemas. Esperava-se já o prolongamento, num jogo que se mantinha equilibrado e com ambas as equipas atentas à possibilidade de marcar. Mas, nesta fase, o Bayers estava muito melhor na partida, controlando a bola por mais tempo e não deixando que o Dortmund pudesse aproveitar a capacidade física de Lewandowski para distribuir a bola na frente de ataque. Quando todos pensavam no prolongamento, Ribéry isola Robben com um toque de calcanhar e o holandês fez as pazes com a história, conseguindo finalmente ser figura decisiva numa final. Desviando a bola com mestria do guarda-redes Weidenfeller, deu a Liga ao Bayern.
Um jogo épico, para ver e rever, muitas vezes.
Boas apostas!