A queda de um histórico. A última jornada do Brasileirão 2016 não foi mais que a confirmação de um cenário que já se previa. O Internacional de Porto Alegre, “campeão de tudo”, foi “rebaixado” pela primeira vez nos seus 107 anos de história, juntamente com América Mineiro, Santa Cruz e Figueirense. A eleição de Marcelo Medeiros no último sábado representa o início de uma nova Era para o clube.

Valdivia foi um dos rostos da desilusão

Valdivia foi um dos rostos da desilusão

A 38ª jornada do Brasileirão 2016 fica eternizada nos compêndios do futebol brasileiro. Marcada em primeira instância pela homenagem às vítimas do trágico acidente aéreo que vitimou a Chapecoense, a ronda também merece destaque na história em função da descida de divisão do Internacional de Porto Alegre, um “grande” que  voltou a demonstrar o quão profícuo em surpresas é o futebol sul-americano. O “Colorado”, conjunto que conheceu quatro lideranças distintas ao longo do Brasileirão 2016, até iniciou a prova de forma auspiciosa e chegou a liderar de forma isolada, ainda sob a orientação de Argel. Nunca se assumiu como candidato ao título nem demonstrou argumentos suficientes para tal mesmo quando atravessou o seu melhor momento de forma, mas ninguém poderia prever um desfecho tão dramático para o único emblema que outrora se sagrou campeão brasileiro invicto. Após a saída de Argel, Celso Roth, Falcão e Lisca, técnicos com perfis idênticos, não foram capazes de recuperar o Internacional de Porto Alegre da espiral negativa que o envolveu. Imediatamente após a confirmação desportiva relativa à descida de divisão, o presidente Vitorio Piffero surgiu na sala de imprensa do estádio Giullite Coutinho, palco em que o Inter defrontou o Fluminense, para assumir os erros de gestão ao longo da temporada e pedir desculpa aos “torcedores”. Dirigente rodeado de uma aura vitoriosa e de discurso habitualmente inflamado, a descida à Série B provocou uma alteração de postura ao dirigente que entretanto abandonou o clube após cumprir o seu terceiro mandato, derrotado de forma histórico por Marcelo Medeiros (94, 7 por cento dos votos). É sob a liderança de um novo presidente que o Internacional de Porto Alegre se prepara para encarar uma das épocas mais duras da sua história.

Marcelo Feijó de Medeiros, advogado de profissão intimamente vinculado ao clube por questões de ordem familiar (avô, tio e pai lideraram o clube), recebeu a confiança dos adeptos para liderar o emblema daqui em diante. António Carlos Zago, técnico que realizou um bom trabalho ao serviço do Juventude, será o timoneiro do “Colorado” na época que se avizinha. A estratégia, segundo o próprio, passa por construir um plantel à altura da grandeza do clube, procurando construir uma equipa capacitada para concorrer na Série A, um pouco à imagem do que aconteceu com o Vasco da Gama na época que agora terminou. O regresso de D’Alessandro, emprestado ao River Plate, é uma das “promessas” de Marcelo Medeiros, presidente que também quer que o clube honre a sua tradição e continue a formar bons valores que possam integrar a equipa principal. Roberto Melo será o “homem forte” do futebol e Marcelo Medeiros já revelou que não tenciona intrometer-se nas questões do departamento de futebol.

Boas Apostas!