Já se apercebeu de que, na Europa, nem todas as ligas são disputadas ao mesmo tempo?

Podemos assumir que não, desde logo porque as competições mais mediáticas são habitualmente disputadas em simultâneo.

Se pensarmos nos casos da Premier League, da Ligue 1, da Série A ou da Bundesliga, está claro que estamos a falar de competições que são invariavelmente disputadas entre os meses de julho/agosto e maio.

No entanto, isso não se verifica em todas as ligas europeias.

Por vezes, as oportunidades surgem onde menos se espera, nomeadamente nas competições que não costumam ter tanto destaque.

Existem competições que contrariam a tendência de disputa entre os meses de julho/agosto e maio dado que se regem pelo calendário solar. Essas competições são habitualmente denominadas como campeonatos do calendário solar.

Afinal, que implicância tem essa calendarização nas apostas desportivas? É isso que vamos explicar.

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Campeonatos do Calendário Solar

Se tem por hábito acompanhar a ação na Bundesliga, temos a certeza de que já se terá apercebido que é a única liga das designadas “Big 5” que sofre uma paragem a meio da temporada. A rigidez do inverno em solo alemão dita uma interrupção na disputa da prova que, por norma, tem a duração de um mês.

A Alemanha ocupa uma posição relativamente central da geografia europeia, mas mesmo assim, o inverno faz com que a Bundesliga sofra uma interrupção. Os constantes nevões, por exemplo, inviabilizam a prática, daí que a paragem seja habitualmente decretada.

Quanto mais a norte, mais rigoroso é o inverno, daí que algumas federações tenham avançado para uma solução distinta: alterar o calendário competitivo das ligas dos seus países.

Vejamos o exemplo das nações que compõem a península da Escandinávia:

  • Noruega
  • Suécia
  • Finlândia

Afinal, como funcionam os campeonatos nestes países?

Os invernos rigorosos fazem com que se torne impossível jogar durante essa estação do ano e a situação implicou uma adaptação à realidade climatérica.

A Eliteserien, principal divisão norueguesa, disputa-se entre o meio do mês de abril e o início de dezembro.

A Allsvenskan, liga sueca, é habitualmente discutida entre o início de abril e o meio do mês de novembro.

A Veikkausliga finlandesa costuma arrancar no início de abril e prolonga-se até ao fim de outubro.

Porém, estas três competições não são casos únicos. Um pouco mais acima, olhando para a Besta deild (principal divisão islandesa), a prova tem início em abril e o final acontece em outubro.

Como pode ver, estas competições estão totalmente desfasadas em relação às principais ligas europeias em termos de calendarização.

Em abril, momento em que têm início, os principais campeonatos europeus entram nas suas fases decisivas. Por outro lado, no momento em que os campeonatos que se regem pelo calendário solar estão terminar, nas melhor das hipóteses, as principais ligas ainda têm 2/3 por disputar.

Entendido que está este desfasamento, por esta altura, o leitor estará a questionar-se em relação às implicações que esta situação tem em termos práticos no contexto das apostas desportivas.

Calendário Solar e Apostas Desportivas

Ainda que seja algo invulgar ver representantes destes países na fase de grupos da Liga dos Campeões, as equipas norueguesas, suecas e finlandesas não deixam de se apurar para as competições europeias, ainda mais com a introdução da Liga Conferência que veio aumentar as hipóteses de equipas menos cotadas no plano europeu.

Os primeiros lugares dos campeonatos norueguês, sueco e finlandês permitem marcar presença nas fases preliminares das competições europeias e claro que esse é um fator para o qual devemos olhar.

O calendário das competições europeias (Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência) está “alinhado” com o das principais ligas europeias. As fases preliminares arrancam em julho, as fases de grupos em setembro e as finais jogam-se invariavelmente nos meses de maio e/ou junho.

Posto isto, podemos analisar a questão a partir de dois pontos de vista: numa fase inicial, as equipas nórdicas podem claramente tirar uma vantagem, mas em etapas mais avançadas, poderão estar em clara desvantagem. E porquê? Tudo por uma questão de ritmo competitivo.

O ritmo competitivo é, naturalmente, um dos fatores que influenciam uma aposta de futebol.

Analisemos exemplos concretos.

Equipas nórdicas em competições europeias

Vamos atentar no caso do BK Hacken, emblema que em 2022 se sagrou campeão e, graças a isso, assegurou uma vaga na primeira pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões 2023/24.

A temporada 2023 da Allsvenskan começou no dia 1 de abril de 2023. O Hacken, campeão do ano anterior (2022), disputou o seu primeiro jogo oficial a 3 de abril de 2023, frente ao Elfsborg (0-2). A temporada foi decorrendo e, a 12 de julho de 2023, chegou a altura de disputar a pré-eliminatória da Liga dos Campeões frente ao The New Saints, do País de Gales.

Antes do primeiro jogo com o The New Saints, o Hacken já tinha disputado 14 (!) jornadas da Allsvenskan, tal como pode conferir abaixo.

O The New Saints, que disputa um campeonato cujo calendário está de acordo com as principais ligas europeias, só viria a realizar o seu primeiro encontro oficial da temporada a 5 de agosto.

Ou seja, para o The New Saints, o encontro com o Hacken correspondeu ao primeiro jogo oficial da temporada.

Neste contexto, precisamos de assumir que o ritmo competitivo dava uma clara vantagem ao Hacken, já que estava em plena época e media forças com um adversário que tinha finalizado o seu ciclo de pré-época.

Nestas fases preliminares, não há dúvidas de que as equipas que se regem pelo calendário solar podem tirar vantagem em virtude do facto de estarem em competição e já bem mais ritmadas.

No entanto, nem tudo é assim tão bom.

Passamos a colocar as coisas noutra perspetiva.

A Allsvenskan 2023 chegou ao fim no dia 12 de novembro. Nessa data, o Hacken perdeu no terreno do Brommapojkarna.

No entanto, a temporada oficial do Hacken não chegou oficialmente ao fim, já que ainda tem por disputar o resto da fase de grupos da Liga Europa.

Apesar de ter visto o seu percurso nas provas domésticas chegar ao fim a 12 de novembro, o Hacken ainda tinha jogos agendados para os dias 30 de novembro e… 14 de dezembro.

Resumidamente, o Hacken é obrigado a voltar a entrar campo um mês e dois dias após o fim do campeonato e, nesse período, não esteve envolvido em qualquer jogo oficial, acabando por perder ritmo competitivo, situação que contrasta com a de um adversário em atividade.

Vamos mais longe: imaginemos que o Hacken se apurava para a fase a eliminar da Liga Europa.

Os primeiros dois jogos do “mata-mata” seriam disputados, neste caso, a 7 e 14 de março de 2024… com a época oficial da Allsvenskan a arrancar apenas em abril.

Dadas as circunstâncias, o Hacken acabaria por disputar uma eliminatória importante em plena pré-época e muito provavelmente diante de um adversário em plena competição.

Conclusão

Olhar para estas questões associadas aos campeonatos do calendário solar e às equipas que estão envolvidas nas provas europeias ganha particular relevância em função da questão do ritmo competitivo.

Se, por um lado, é verdade que estas equipas podem tirar uma vantagem por terem mais ritmo competitivo numa etapa precoce da “temporada europeia”, já que se encontram mais ritmadas que a generalidade dos adversários, o mesmo não se pode dizer nas fases mais avançadas, desde logo nos últimos encontros da fase de grupos ou na etapa a eliminar.

Assim, estes são fatores que o apostador precisará de considerar obrigatoriamente antes de avançar para as apostas em jogos que envolvam equipas de países cujos campeonatos vão de acordo com o calendário solar.

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