Benfica – FC Astana (Liga dos Campeões)
O Benfica inicia a caminhada na Liga dos Campeões de 2015-16 com um jogo que é obrigatório ganhar. O Astana já teve que passar por três eliminatórias para conquistar o privilégio de estar aqui, tornando-se a primeira equipa do Cazaquistão a alguma vez participar na fase de grupos da Liga Milionária. Todos os que subestimaram os campeões cazaques pagaram caro por isso, um aviso para Rui Vitória. Mas os Encarnados, pelos pergaminhos que têm, porque jogam em casa e tendo em conta os restantes concorrentes não podem desperdiçar este embate para amealhar os três pontos.
O Benfica vai querer entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões com um triunfo e tem o desafio ideal para o conseguir. Não estou com isto a dizer que será fácil. Esta é a competição de elite na Europa e quem aqui chega tem que ter muita qualidade e resiliência mas todos sabemos que as montanhas a escalar, leia-se adversários – não têm todas o mesmo grau de dificuldade. Num grupo em que vão ter que lutar com Atlético de Madrid, Galatasaray e Astana, defrontar, na Luz, os cazaques é o melhor que se podia pedir para a estreia. Há uma responsabilidade histórica do Benfica em sair-se bem e a pressão do público. Assim como há a componente pragmática, conquistar os pontos em casa frente ao opositor mais acessível.
Dito isto, vamos às dificuldades. As Águias têm marcado presença regular na fase de grupos mas com Jorge Jesus nunca tiveram grande sucesso nesta prova nas etapas a eliminar. Normalmente acabam por cair na Liga Europa, competição em que têm dado cartas. No ano passado o Benfica ficou aquém das expetativas. Em dezembro o percurso europeu da equipa terminou precocemente, sem sequer o prémio de consolação da segunda liga europeia. A mudança de treinador deixou o clube da Luz algo tremido e Rui Vitória vai levar algum tempo a por a equipa a jogar à sua maneira. No entanto, à medida que as jornadas do campeonato português avançam também a exibição, e sobretudo o marcador, vai ganhando expressão. Na sexta-feira os Encarnados foram golear o Belenenses no Restelo, com seis golos sem resposta. Mitroglou e Jonas entraram em despique, cada um com uma dobradinha antes de irem descansar mais cedo, permitindo então que Gaitán e Talisca fechassem as contas. De repente, parece que o nervosismo e estranhamento inicial da equipa estão ultrapassados. O próximo fim de semana é de Clássico, com a deslocação dos lisboetas ao Dragão, e aí será feito o teste do algodão, que pode sujar tanto Vitória como Lopetegui. Dentro de duas semanas o Benfica visita os Colchoneros, no Vicente Calderón.
A única limitação no plantel encarnado é Toto Sálvio, que ainda recupera da última cirurgia.
Onze Provável: Júlio César – Nélson Semedo, Luisão, Jardel, Eliseu – Samaris – Gonçalo Guedes, Talisca, Gaitán – Mitroglou, Jonas.
Aconteça o que acontecer nesta fase de grupos o FC Astana já desbravou terreno impensável. Fundado há apenas seis anos, o clube “patrocinado” pelo estado do Cazaquistão torna-se o primeiro do país euroasiático a participar na fase regular da Liga dos Campeões. E o percurso até aqui, só por si, já foi heroico e demonstra o perigo em subestimar esta determinação. O campeão cazaque já ultrapassou três rondas de eliminação e três adversários com maiores responsabilidades – Maribor, HJK e APOEL – para fazer história.
Neste momento o Astana está envolvido no play-off que determina o campeão do campeonato doméstico. Acabou de bater o Ordebasy (2-3) na terceira jornada e segue em frente para defrontar o atual líder da classificação, o Kairat, no próximo domingo. Os homens orientados por Stanimir Stoilov até entraram a perder, sofrendo um golo logo aos dez minutos, mas conseguiram dar a volta ao resultado, apesar da expulsão de Eldos Akhmetov ter deixado a equipa a jogar com menos um nos vinte e cinco minutos finais.
Infelizmente, Stoilov não vai poder contar com Patrick Twumasi, que ainda cumpre castigo pelo vermelho que viu no embate com o HJK.
Onze Provável: Eric – Amicic, Postnikov, Akhmetov, Ilic – Kethevoama, Zukhov, Muzhikov, Cañas – Kalouji, Dzolchiev.
As duas equipas nunca se defrontaram antes. O Benfica marcou uma média de 3.25 golos nos últimos quatro encontros do campeonato. Por vezes sentiu dificuldade em marcar o primeiro mas assim que ultrapassa essa barreira inicial tem conseguido resultados volumosos.