A FIBA Europe estreia, este ano, uma nova competição cujo objetivo será o de reunir equipas de todos os países europeus, voltando a dar alguma universalidade às provas organizadas por si. Sendo que já no próximo ano o objetivo passará por unificar esta FIBA Europe Cup e a Eurocup, o teste será entender se nos países com menor tradição de participação a prova conseguirá atrair os adeptos. O Benfica já demonstrou, no ano passado, que existe apetência para ver basquetebol europeu. A sua participação na extinta Eurochallenge levou ao Pavilhão da Luz mais gente do que é habitual, com o atrativo de vermos conjuntos de nível bastante alto. Com o regresso do FC Porto à Liga, a sua participação nesta prova acaba por ser natural. Até onde é que cada uma das equipas conseguirá chegar, é a resposta que procuramos com os jogos que se começam agora a disputar.

Benfica encontra um histórico

DaequanCook

Daequan Cook é uma das figuras dos encarnados.

Inserido no Grupo B desta prova, o Benfica aproveitará, seguramente, a experiência conquistada no ano passado, quando participou na fase inicial do Eurochallenge. Mesmo tendo apenas vencido os encontros frente ao adversário finlandês, o Kataja, a boa réplica apresentada em casa frente às equipas do JSF Nanterre e do Belfius Mons-Hainaut deixaram excelente impressão. Este ano, o plantel do Benfica poderá estar até ligeiramente mais forte, com mais juventude imposta pela chegada de Nuno Oliveira e Marko Loncovic, e a qualidade da dupla Jeremiah Wilson e Daequan Cook. Olhando para os adversários, o quadro poderá parecer algo semelhante ao do ano passado, com duas equipas que partem como favoritas, mas com os encarnados a merecerem confiança numa melhor participação.

O Cibona será o primeiro adversário e é também aquele que tem uma maior história europeia, tendo mesmo ganho a Taça dos Campeões Europeus em 1985 e 1986. Com Aleksander Petrovic, irmão de Drazen, a assumir a Presidência do clube, o objetivo passa por devolvê-lo ao convívio dos mais fortes. A figura da equipa é o jovem gigante croata Ante Zizic, de apenas 18 anos, mas visto como uma das grandes promessas do basquetebol europeu. Também será oportunidade de ver em campo alguns antigos internacionais, como Marin Rozic, Andrija Zizic (Croácia) e Jasmin Hukic (Bósnia Herzegovina), todos com experiência de Euroleague.

Também com larga experiência europeia, os Antwerp Giants deverão discutir com o Benfica o apuramento para a fase seguinte. Depois de seis épocas consecutivas no Eurochallenge, o conjunto belga aspira a manter o bom rendimento. Num plantel com seis americanos, será de esperar uma equipa de enorme intensidade. Melsahn Basabe, Kwame Vaughn e Carleton Scott vêm sendo os melhores jogadores da equipa na liga local, merecendo destaque o facto do Benfica reencontrar Mike Smith, um fantástico atirado que no ano passado jogava na equipa do Mons-Hainaut.

Finalmente, os húngaros do Sopron KC fazem a sua estreia europeia e poderão ser uma equipa mais acessível ao nível do Benfica. O experiente croata Damir Rancic tem apresentado um nível alto, conjuntamente com o gigante bósnio Edin Bavcic, um verdadeiro desafio para a proteção do cesto encarnado. Na condução do jogo, é o canadiano Hernst Laroche quem assume as rédeas de uma equipa que tem dois membros da seleção nacional da Hungria, o base Andras Rujak e o extremo-poste Gergely Toth.

FC Porto testa-se a alto nível

Nick Washburn

Nick Washburn a voar com a camisola azul e branca

Já passaram mais de dez anos desde que o FC Porto jogou, pela última vez, numa prova europeia, à época, também com vários jovens que começavam a despontar no basquetebol luso e que, alguns deles, ainda se mantém em competição, como Paulo Cunha ou Nuno Marçal. Com um programa de desenvolvimento alinhado ao longo dos últimos anos, sob orientação de Moncho Lopez, o FC Porto terá agora oportunidade de demonstrar ambição de jogar a um nível bem alto, sendo que o grupo que lhe calhou em sorte tem uma equipa da Final Four do Eurochallenge do ano passado, que joga também no fortíssimo campeonato alemão, um histórico esloveno e um conjunto holandês que poderá ser mais acessível ao atual nível dos portugueses. Brad Tinsley e Nick Washburn serão as referências dos Dragões, que contam ainda com a experiência de José Silva e Alberto Fontet para deixar marcar na Europa. Para os mais jovens, esta será uma grande oportunidade de começar a construir carreira ao nível internacional.

Os Fraport Skyliners de Frankfurt foram uma das revelações na Eurochallenge do ano passado, não espantando perante o contínuo crescimento das equipas alemãs a nível internacional, nas várias provas que se disputam na Europa. Não sendo um conjunto de referência a nível local e tendo uma participação esparsa a nível europeu, a equipa de Frankfurt conseguiu manter as suas principais referências e reforçou-se em busca de nova carreira de sucesso. Johannes Voigtmann, que esteve no Eurobasket com a seleção alemã, é a principal referência da equipa, embora esteja lesionado. Aaron Doornekamp é um dos membros importantes no jogo interior da equipa, com os reforços Jordan Theodore e John Little a impor agressividade na condução de jogo.

O Krka Novo Mesto é um clube histórico na Eslovénia, apesar de ter uma existência feita de altos e baixos. A sua primeira revelação na Europa deu-se em 2002, quando foi finalista da Eurocup, tendo voltado a decair para, em 2011, sagrar-se campeão da Euroleague. No ano passado, os eslovenos estiveram ausentes das competições europeias, mas isso não significará que deixam de ser um conjunto fortíssimo e capaz de criar muitas dificuldades ao Porto. A equipa perdeu um jogador importante, Nebojsa Joksimovic, que saiu para o Cibona, e tem este ano como referência o poste Jure Lalic, que também sabe o que é jogar nas provas europeias.

O ZZ Leiden, da Holanda, tem tido algumas participações no Eurochallenge, mas sem grandes resultados. O ano passado também estiveram de fora das competições e, com um orçamento mais baixo do que o FC Porto, será um adversário acessível aos homens de Moncho Lopez. O plantel conta apenas com dois norte-americanos, sendo um deles, Eric Stutz, aquele que tem tido maior aproveitamento na equipa. O jogador a ter em conta é o internacional holandês Worthy de Jong, que esteve em destaque no último Eurobasket.