Na primeira época enquanto treinador do Benfica, Rui Vitória conduziu os “encarnados” até aos quartos-de-final da Liga dos Campeões – o clube da Luz não marcava presença entre as oito melhores equipas em prova desde a época 2010/11. Luís Filipe Vieira, presidente do clube da Luz, admite que dar continuidade à reafirmação europeia é um dos objetivos traçados para a nova época. Nápoles, Dínamo de Kiev e Besiktas são os adversários do Benfica na fase de grupos da prova milionária.
A armadilha de Sarri

Foto: “AFP”
Olhando aos emblemas que constavam no pote 2 do sorteio da fase de grupos, o Nápoles não é o mais temível dos adversários, mas a valia do conjunto italiano não deve ser subestimada. Liderado por Maurizio Sarri, o vice-campeão italiano foi o principal concorrente da Juventus na luta pelo Scudetto e demonstrou uma capacidade combativa que há muito não se via no campeonato italiano. Os “partenopei” regressam à fase de grupos da Liga dos Campeões e a expectativa está nos píncaros. Maurizio Sarri trouxe novas ideias e dinâmicas a uma equipa cada vez mais fiel à identidade do clube do San Paolo, assumindo-se como um dos projetos futebolísticos mais entusiasmante da Europa – a Liga dos Campeões é o contexto ideal o emblema napolitano provar todo o seu valor.
Neste início de temporada, a equipa do Nápoles procura alhear-se da saída de Gonzalo Higuaín, avançado argentino que rumou à Juventus – Arkadiusz Milik chegou para suprimir a lacuna na frente de ataque, lutando com Manolo Gabbiadini pela titularidade. A estrutura napolitana mantém-se e o plantel tem soluções suficientes para corresponder às exigência da atual temporada. A saída de Higuaín não provoca o mínimo abalo na estrutura de uma equipa entrosada, identificada com aquilo que Maurizio Sarri pretende para o seu 4x3x3. O Nápoles é uma equipa que rompe com os cânones tradicionais associados ao “Calcio”, exibindo como única remanescência a “matreirice” tradicionalmente italiana.
O bicampeão ucraniano

Foto: “UEFA”
O Dínamo de Kiev, bicampeão ucraniano, também entra no grupo B com legítimas aspirações quanto à passagem, isto depois de uma época em que alcançou os oitavos-de-final da Liga dos Campeões – jogou com o FC Porto na fase de grupos e triunfou (0-2) no estádio do Dragão. O técnico Sergiy Rebrov é o rosto de uma estabilidade pouco comum no clube ao longo dos últimos anos. Contratado em abril de 2014, já saboreou a conquista de dois campeonatos ao leme do Dínamo e pretende continuar a combater a hegemonia instaurada pelo Shakhtar Donestk nos últimos anos, embora só tenha contrato até ao final de junho do próximo ano. O atual técnico da formação da capital ucraniana tem sido um caso excepcional no passado recente do clube, uma vez que a ação do proprietário Ihor Surkis não costuma pautar pela tolerância.
Em relação à época passada, o plantel do Dínamo de Kiev não perdeu competitividade, mas sofreu um ligeiro emagrecimento. A saída de Aleksandar Dragovic para o Bayer Leverkusen foi movimentação mais mediática neste mercado, sendo que o português Miguel Veloso também deixou o clube para regressar aos italianos do Genoa. No que a entradas diz respeito, o Dínamo não se prestou a um grande investimento, optando por recrutar Artemen Gromov (Vorskla Poltava) e Oleksandr Gladky (Shakhtar Donetsk) a custo zero. Destaque para a contratação de Gladky, avançado internacional pela Ucrânia que quer discutir o lugar no centro do ataque com Junior Moraes. O Dínamo de Kiev é um conjunto experiente e rotinado que reúne vários internacionais pela Ucrânia. Numa equipa em que o português Antunes é um dos pilares à esquerda, o internacional croata Domagoj Vida e o brasileiro Danilo Silva dão segurança no eixo, surgindo à frente do experiente guarda-redes (41 anos) Shovkovsky. No meio-campo, Denys Garmash é o elemento mais mediático, com Yarmolenko a assumir o papel de figura da equipa na frente de ataque. A participação na última edição da Liga dos Campeões permitiu ao Dínamo de Kiev recuperar algum
Nas margens do Bósforo

Foto: “Besiktas.com”
O campeão turco está de regresso à fase de grupos da Liga dos Campeões e surge apostado em garantir o acesso aos oitavos-de-final da competição. A direção do clube foi ao mercado para suprimir as vagas de pelo menos três jogadores importantes na última campanha, proporcionando as melhores condições para um regresso em beleza à prova milionária. Gokhan Tore, Jose Sosa e Mario Gomez deixaram o clube de Istambul, mas as “águias negras” mexeram-se convenientemente no mercado. Em Portugal, encontraram dois substitutos para os lugares de Sosa e Gomez, uma vez que recrutaram Anderson Talisca ao SL Benfica (empréstimo) e Vincent Aboubakar ao FC Porto. Além dos dois jogadores “pescados” no mercado português, o Besiktas conseguiu convencer Gokhan Gonul e Caner Erkin a alistarem-se nas suas fileiras, jogadores com passado associado ao Fenerbahçe numa movimentação que promete acicatar os ânimos entre os dois rivais da capital turca. Araz Ozbiliz, Adriano, Andres Beck e Tosic são outros reforços importantes para a equipa onde também milita Ricardo Quaresma, internacional português que regressa à Turquia depois de ter assumido um papel importante na conquista do Euro 2016 ao serviço da seleção portuguesa.
Por muito talento que o Besiktas reúna, é no banco de suplentes que tem um dos seus principais trunfos. Senol Gunes, “raposa velha” do futebol turco, é um dos grandes responsáveis pelo sucesso desta equipa. O treinador de 64 anos privilegia um estilo ofensivo, um jogo combinativo no último terço, mas não limita a liberdade para criar aos fantasistas que tem à disposição. A fórmula tem dado certo, pelo menos a julgar pela média superior a dois golos que o Besiktas apresentou na última edição do campeonato ruco – 75 golos em 34 jogos. A aposta na continuidade faz com que o Besiktas seja um forte candidato a revalidar o título na Turquia, procurando notabilizar-se na Liga dos Campeões. Depois de um verão quente em Istambul politicamente falando, os termómetros da Vodafone Arena vão subir no regresso das grandes noites europeias ao terreno do Besiktas – durante muito tempo, os adeptos do Besiktas foram detentores do record de decibéis num estádio desportivo. Istambul volta a estar na rota milionária do emblema tricampeão nacional, que na época passada também visitou a Turquia para medir forças com o Galatasaray.