Ainda não vai ser desta que a seleção brasileira conquistará o tão ambicionado “hexa”. A “Canarinha” caiu nos quartos-de-final do campeonato do mundo da Rússia às mãos da Bélgica, seleção que está a um pequeno passo de alcançar a sua melhor prestação de sempre.

Foto: "FIFA"

Foto: “FIFA”

Apercebendo-se dos erros cometidos frente ao Japão, o seleccionador Roberto Martínez alterou a estratégia para este embate com o Brasil. Colocou Fellaini no meio-campo, para apoiar Axel Witsel em ação defensiva, e aquilo que se viu foi uma Bélgica muito mais equilibrada em transição e com outro poder de recuperação de bola. Foi essa reatividade que se assumiu como fator determinante para o triunfo da seleção europeia nesta partida, capaz de apanhar o Brasil constantemente em “contra pé” em saídas rápidas para o ataque, aproveitando a dificuldade contrária na recuperação.

O primeiro golo do encontro surgiu logo aos 13 minutos, numa altura em que o desafio ainda não revelava nenhuma tendência. Na sequência de um pontapé de canto, um desvio infeliz de Fernandinho fez com que a bola terminasse no fundo da rede defendida por Alisson. Em desvantagem, o Brasil, liderado por Neymar, precisava de reagir. No entanto, canalizava demasiado jogo pelo lado esquerdo e Neymar, muito marcado, era incapaz de penetrar o bloco belga. O “Escrete” circulava devagar em ataque organizado e, mais que isso, carecia da capacidade de desequilibrar pela direita, muito por culpa do facto de Fagner não se intrometer na manobra ofensiva, situação que “afunilava” demasiado o jogo do lado contrário. Com as linhas de demasiado subidas sempre que atacava, o Brasil sofreu uma e outra vez até que o segundo golo belga surgiu, desta feita graças a um pontapé de Kevin De Bruyne à entrada da área. Romelu Lukaku, fulcral na transição, assistiu o “Tin Tin” do Manchester City e deixava a equipa brasileira em maus lençóis ao intervalo.

Para o segundo tempo, Tite sacrificou Willian e lançou Firmino. O jogo mudou em função da necessidade brasileira de assumir as despesas e “partir para cima” do adversário, com a congénere belga a continuar a centrar a sua aposta nas saídas rápidas em contra ataque. Neymar não conseguia desequilibrar uma defesa belga muito mais organizada que no duelo com o Japão e a redução de distâncias só aconteceria a cerca de um quarto de hora do final, altura em que Tite já tinha esgotado as substituições ao lançar Diego Costa para o lugar de Gabriel Jesus e Renato Augusto para o posto ocupado por Paulinho. O golo do 1-2 surgiria mesmo da cabeça de Augusto, após assistência de Coutinho, numa das poucas ocasiões em que o Brasil conseguiu contrariar a organização defensiva contrária e encontrar espaço para alvejar a balia de Courtois. Minutos mais tarde, Renato Augusto viria a dispor de outra oportunidade e Firmino também atirou com perigo, mas a Bélgica soube “congelar” o jogo nos últimos minutos e assegurou o acesso à meia-final do campeonato do mundo.

A seleção belga disputará pelo menos mais dois jogos neste campeonato do mundo – mesmo que perca na meia-final, disputará o encontro de atribuição do 3º e 4º lugares. O melhor desempenho da história dos “diabos vermelhos” corresponde ao terceiro lugar alcançado no Mundial do México, em 1986, registo que poderá ser igualado ou superado pelos eleitos de Roberto Martínez.

Boas Apostas!