“Há que mudar esta situação de m…”. Para um argentino, não há nada pior que uma derrota frente ao rival Brasil. As palavras proferidas por Lionel Messi após o desaire no Mineirão (3-0)  sustentam esta ideia, isto numa altura em que a seleção das “Pampas” está fora da zona de qualificação para o Mundial 2018. O seleccionador Edgardo Bauza está numa posição cada vez mais delicada e o povo argentino clama por Jorge Sampaoli.

Os resultados refletem aquilo que a seleção argentina (não) tem produzido dentro das quatro linhas. Desde que Edgardo Bauza deixou o São Paulo para suceder a Tata Martino no comando da “albiceleste”, só venceu um dos cinco jogos que disputou. Chegados a este ponto, a falta de tempo para trabalhar converte-se num falso argumento, “vencido” pela comparação direta com o rival Brasil: Tite assumiu os destinos da “Canarinha” pouco antes de Bauza se tornar seleccionador argentino e o embate disputado no Mineirão demonstra que as duas equipas estão em pedestais totalmente distintos. Se a goleada sofrida em Belo Horizonte pela seleção brasileira diante da Alemanha no Mundial 2014 serviu para a “Canarinha” virar a página e mudar de paradigma, a verdade é que a Argentina também poderá tirar ilações da partida que disputou recentemente no terreno em causa. “Patón” Bauza, treinador que conquistou a Libertadores ao serviço da LDU Quito e do San Lorenzo, não tem conseguido potenciar toda a qualidade individual que tem ao seu dispor. A Argentina carece de mecanismos coletivos e é um autêntico “deserto de ideias”, entregue à inspiração das individualidades que reúne. O maior mérito de Edgardo Bauza nestes três meses enquanto seleccionador argentino prende-se com o facto de ter convencido Lionel Messi a regressar à seleção – recorde-se que o astro argentino tinha anunciado que ia renunciar à seleção após a final da Copa América.

Na sequência de duas derrotas consecutivas frente a Paraguai (0-1) e Brasil (3-0), a pressão sobre “a geração das três finais perdidas” está nos píncaros. Se vencer a Argentina não vencer a Colômbia na próxima terça-feira,a  “chicotada psicológica” poderá acontecer de imediato.

Sampaoli apontado à sucessão

SampaoliEdgardo Bauza não foi a primeira escolha da AFA (Associação de Futebol da Argentina) para suceder a Tata Martino. Jorge Sampaoli, “namoro antigo”, foi imediatamente contactado pelos responsáveis da seleção das “Pampas” numa altura em que acabava de chegar ao Sánchez Pizjuan para orientar o Sevilha. A direção do clube andaluz nem sequer quis ouvir falar na possibilidade de libertar um dos “treinadores da moda”, argentino que chegou com a promessa de manter o bom futebol no sul de Espanha depois de ter conduzido o Chile à glória na Copa América 2015. A liderança da seleção argentina nunca foi consensual, mas há quem suspire pelos tempos de Alejandro Sabella, altura em que Leo Messi melhor jogou com a camisola da seleção, alcançando a final do campeonato do mundo do Brasil em que perdeu já no prolongamento frente à Alemanha.

Boas apostas!