República Checa, França, Itália e Suíça são os quatro finalistas da edição 2014 da Taça Davis. Os Checos, bicampeões em título, viajam até ao mítico recinto de Roland Garros para lutar com os Gauleses pela oportunidade de defenderem o troféu. Já os Helvéticos apresentam os seus dois pesos pesados – Roger Federer e Stan Wawrinka – para tentar travar Fognini e companhia, na esperança de garantir a primeira semifinal em onze anos. Em terra batida ou piso interior sintético, grandes expetativas e bom ténis no menu dos próximos três dias.
Checos perseguem a terceira
Não é por acaso que a República Checa se sagrou campeã da Taça Davis nos dois últimos anos. A comitiva – Tomas Berdych, Lukas Rosol, Radek Stepanek e Jiri Vesely – combina a dose certa de experiência, qualidade e juventude. É também um grupo muito aguerrido, que leva a Davis muita a sério e que não tem um ponto fraco. Os três troféus conquistados são prova evidente. São, a par dos Estados Unidos, a outra única seleção que só falhou a fase do worldgroup por uma vez. Na final da edição transata bateram a Sérvia, no ano anterior tinham batido a Espanha.
Vejamos o percurso dos checos até este momento. O adversário da primeira ronda foi a Holanda. Spetanek e Rosol complicaram com derrotas nos seus encontros mas Berdych pôs ordem na situação, vencendo ambos os jogos de singulares e sendo decisivo no de pares. Seguiu-se o Japão, que foi sorrido com cinco derrotas, sem apelo nem agravo. Nishikori não estava e os restantes representantes nipónicos eram oposição modesta, mesmo com Berdych ausente. Assegurar a passagem às meias-finais foi quase uma brincadeira de crianças para os atuais campeões.
Estes gauleses são bons!
A França tem uma longa tradição na Taça Davis, tendo já ganho nove títulos, ainda que o último já tenha sido conquistado em 2001. Mas neste preciso momento ao seu contingente – Jo-Wilfried Tsonga, Gael Monfils, Richard Gasquet e Julien Beneteau – não falta talento. Os dois primeiros, em particular, estão a atravessar um pico de forma e de motivação, decorrente dos recentes resultados na campanha norte-americana. A Austrália, sem argumentos, tornou a primeira ronda muito fácil para os franceses que não se fizeram rogados e carimbaram cinco vitórias. Já na jornada seguinte sentiram mais dificuldades. Com Gasquet de fora foi Michael Llodra a ocupar a vaga, basicamente para fazer a sua especialidade, a partida de pares. Beneteau e Tsonga perderam os seus encontros e a equipa foi obrigada a recuperar o prejuízo. A vitória em pares deu início à remontada, Tsonga e Monfils fecharam a série batendo os respetivos adversários, Kamke e Gojowczyk.
Agora, na terra vermelha de Roland Garros, os homens da casa vão tentar a proeza de suplantar os campeões para chegar a mais uma final.
O título que falta a Fed
Sei que a Suíça investiu a sério nesta edição da Taça Davis. Logo desde o primeiro momento as duas estrelas da companhia foram chamadas e não recusaram o desafio. Tanto Roger Federer como Stanislas Wawrinka têm estado em boas condições físicas na altura de representar as cores helvéticas mas é evidente que os restantes companheiros – Marco Chiudinelli (161º) e Michael Lammer (497º) – têm recursos bem mais limitados. Federer, vencedor de dezassete títulos do Grand Slam e diversos outros recordes, só lhe faltam dois troféus: o olímpico e a Taça Davis. Não estranha portanto que, sentindo-se capaz, e tendo finalmente um parceiro à altura, se tenha empenhado tanto nesta edição, não tendo evitado nenhuma convocatória. Até hoje a melhor classificação dos suíços foi a de finalista vencido, em 92, ano em que os Estados Unidos apresentaram uma comitiva fortíssima: Agassi, Sampras, Courier e McEnroe. A Suíça teve que superar duas etapas para chegar até esta fase e desenvencilhou-se de ambos os adversários pelo mesmo diferencial, 3-2. Primeiro a Sérvia, sem o seu chefe de fila Djokovic; depois o Cazaquistão. Wawrinka tropeçou diante do cazaque Golubev, no encontro de estreia. O antigo número um igualou as contas mas juntos falharam a batalha de pares. Um e outro tiveram que se aplicar nos derradeiros encontros para assegurar que seriam anfitriões da semifinal em piso sintético.
Fognini e mais três
A Itália tem um coletivo que conta com Fabio Fognini, Andreas Seppi, Filippo Volandri e Simone Bolelli. Não estamos a ser injustos se dissermos que os dois primeiros carregaram a equipa à costas para levar de vencido o Reino Unido. Fognini em particular provou que bastava um elemento “in the zone” para o fazer. Neste momento o nº17 do ranking conta com quatro vitórias em singulares, todas as que disputou, e uma vitória e uma derrota em pares. Uma coisa é certa. Em Palexpo não se irão ver livres dele sem muito espernear.