Na fase final de um campeonato do mundo marcado pelos regressos precoces dos principais favoritos à conquista da prova, a seleção francesa foi a exceção à regra. De “mansinho”, sem dar muito nas vistas durante a fase de grupos, a vice-campeã da Europa foi ultrapassando obstáculos e alcançou a segunda fase final consecutiva de uma grande competição. 20 anos depois, o “jogo de uma vida” para a atual geração francesa foi vencido e os “Bleus” voltaram a erguer o troféu volvidos 20 anos.

Foto: “Matthias Hangst / Getty Images”
Durante dois anos, a seleção francesa carregou uma “cruz” da qual sabia que dificilmente se desfaria tão cedo: a de ter perdido a final do campeonato da Europa na própria casa, frente a Portugal, após um percurso brilhante. Na Rússia, com mais dois anos de maturidade, a experiência de uma primeira final e algumas adições de categoria – com Mbappé à cabeça -, a seleção francesa tocou o Olimpo futebolístico. Mérito para uma equipa que teve um percurso periclitante na fase a eliminar atendendo à exigência dos adversários, mérito ainda maior para os responsáveis do futebol gaulês que confiaram em Didier Deschamps a missão de orientar a equipa mesmo depois da derrota na final do Euro 2016. A jovem armada liderada por Kylian Mbappé, de apenas 19 anos, tem condições para se assumir como principal força do futebol mundial nos próximos anos, um pouco à imagem daquilo que fizeram Espanha e Alemanha nos últimos anos. Face à decadência da seleção germânica que se tem vindo a registar, haverá lugar a uma nova ordem? A França quererá responder em 2020, no primeiro campeonato da Europa que será disputado em vários pontos do continente.
20 anos depois, o triunfo de uma equipa
Kylian Mbappé nasceu em dezembro de 1998, alguns meses depois da França de Zinedine Zidane ter conquistado o mundo. Essa França era literalmente de Zinedine Zidane, uma fase final em que a dependência da equipa gaulesa dos artifícios do seu maestro foi uma evidência, que o diga Didier Deschamps, outros dos elementos dessa mesma equipa. Nesta equipa francesa, também há talento individual para “dar e vender”, desde o supracitado Mbappé passando por Griezmann, Pogba, Varane e companhia limitada, mas é pelo coletivo que esta equipa vale e é aí que reside o mérito de Dider Deschamps. A França é uma equipa que se destaca primeiramente pela consistência, pouco permissiva em termos defensivos – os primeiros 60 minutos da final foram uma excepção à regra – e, sobretudo, muito competente e eficaz sempre que chega ao último terço, dotada de uma elevada capacidade nas saídas para o ataque.
As bases para uma era de domínio estão lançadas, isto depois de termos assistido a uma vitória mais que legítima da melhor equipa – não necessariamente a que apresentou melhor futebol.
Boas Apostas!