Pontapé de saída na época oficial com um encontro que constituiu uma ótima promoção à modalidade. Em Oliveira de Azeméis, no Pavilhão Dr. Salvador Machado, as bancadas encheram para assistir à Supertaça que opôs Sport Lisboa e Benfica e Associação Desportiva do Fundão. O troféu viajou para Lisboa, mas o campeão nacional e atual detentor da Taça de Portugal teve que suar – e de que maneira! – para confirmar a conquista deste título, resultado de uma vitória por 6-3.

O palco já era bem conhecido por ambos os emblemas, visto que ali se disputou a final da Taça de Portugal em 2014. Curiosamente, a partida teve várias semelhanças com esse mesmo duelo. Vantagem fundanense, empate benfiquista à beira do fim e… Decisão no prolongamento. A partir daí, a história alterou-se e desta vez foi o Benfica que fez a festa junto dos seus adeptos que marcaram forte presença no recinto. Para a enérgica falange de apoio à Desportiva do Fundão, um autêntico balde de água fria, dado que viram aquele que seria o segundo título nacional na história do clube fugir por entre os dedos.

Desportiva do Fundão esteve a vencer por 0-3.

Desportiva do Fundão esteve a vencer por 0-3.

Durante a primeira parte, a principal diferença entre as duas equipas residiu precisamente na eficácia a atacar a baliza contrária. O Benfica encontrou em Iago Sánchez Barro – um dos reforços fundanenses para a nova época – uma muralha intransponível. Fica na retina uma brilhante defesa a dois tempos. Quando não estava Iago, os ferros da baliza encarregavam-se de negar o golo aos “encarnados”, que atiraram sete bolas aos ferros durante todo o encontro. Alessandro Patías, o homem-golo da Luz, também não demonstrava particular felicidade na hora de finalizar. Já o Fundão, em contraste com a exibição “encarnada”, revelava maior discernimento na tentativa de bater Juanjo. A pressão exercida pelos pupilos de Bruno Travassos surtia o devido efeito, dado que as melhores ocasiões de perigo surgiram na sequência de recuperações de bola e rápidas transições para o ataque. Anilton, na sequência de uma jogada na qual demonstrou todo o seu potencial tanto físico como técnico, inaugurou o marcador à passagem do minuto oito. O jogador ex-Benfica tem apetência para o golo e é indiscutivelmente um dos jogadores mais interessantes na realidade portuguesa. Márcio Moreira, internacional português pela seleção B e reforço do Fundão para a nova época, fez o 0-2 e estabeleceu o resultado que se registaria ao intervalo. Vantagem ditada pela maior eficácia beirã.

A etapa complementar começou bem para a Desportiva, que ampliou para 0-3 aos 26 minutos. O jogo estava longe de conhecer sentença. O passado recente indicava também nesse sentido, visto que no penúltimo jogo entre Desportiva e Benfica, nas meias-finais do “play-off” da Liga SportZone do último ano, os fundanenses também chegaram à reta final do encontro em vantagem mas foi a equipa da capital que acabou por vencer. A 6 minutos do apito final, havia ainda muita história por escrever. Resposta cabal dos “encarnados”. À campeão. Após reduzir para 1-3 por intermédio de Bruno Coelho, Joel Rocha apostou no 5×4, situação de jogo que o jovem técnico costuma trabalhar bastante. Já assim era no Fundão e, desde que chegou à Luz, o desempenho benfiquista em 5×4 melhorou substancialmente, tanto em momento defensivo como ofensivo. O reforço Fernando Wilhelm fez o 2-3 e o pivot espanhol Alan Brandi empatou o encontro ao bater o compatriota Iago Barro a apenas 18 segundos do fim. Em Oliveira de Azeméis, a decisão ia novamente para prolongamento. Final de tempo regulamentar dramático.

No prolongamento, o Benfica foi melhor. A experiência pesou, o Fundão acusou o cansaço e registou-se uma quebra psicológica – complicado sofrer o empate a 18 segundos do fim – que contrastou com a alma renovada benfiquista. No prolongamento, os reforços Fábio Cecílio e Fernando Wilhelm marcaram e praticamente sentenciaram a partida. Juanjo estabeleceu o resultado final de 6-3.

Supertaça viajou para a Luz. A 7ª na história do clube.

Supertaça viajou para a Luz. A 7ª na história do clube.

Joel Rocha venceu a segunda final diante do emblema que lhe permitiu estrear-se no principal escalão. Soma a Supertaça à conquista dos outros dois títulos nacionais na anterior temporada. Na nova época, além da participação na UEFA Futsal Cup, terá também a Taça da Liga – competição que ainda não foi formalmente apresentada – para disputar. O “pleno” interno pertence, para já, ao Benfica.

Com várias alterações no seio do plantel, apesar da derrota, fica uma boa imagem da equipa da Desportiva.  Bruno Travassos tem um maior número de opções válidas às suas ordens para enfrentar a nova época. O emblema beirão surge indiscutivelmente como um das formações mais fortes na Liga SportZone.

O Benfica, que mantém a base e garantiu alguns reforços cirúrgicos, – Mário Freitas ainda não jogou-  deixou uma grande prova de força tanto do ponto de vista físico como psicológico neste encontro. Sem que tenha rubricado uma exibição particularmente feliz tanto no aspecto ofensivo como defensivo, parte provavelmente como favorito à conquista do título. Pela frente terá um Sporting também muito forte e que se reforçou extremamente bem.