Ibrahimovic parece ter encontrado o seu lugar, em Paris. O avançado de 32 anos tem, finalmente, uma equipa construída em seu redor e um campeonato que o idolatra como figura maior. Todos conhecemos a sua reputação. É convencido, arrogante, até mal-educado. Mas é também brilhante e sabe disso. Ninguém pode deixar de lhe reconhecer a qualidade, a auto-exigência e capacidade de carregar um grupo às costas. Zlatan é um homem grande, com um ego ainda maior. “Eu sou Zlatan” e “não vale a pena ver um Mundial em que eu não esteja” dizem muito dele, o resto é dito pelos muitos golos memoráveis gravados na nossa memória. Quem pode esquecer o pontapé de bicicleta frente à Inglaterra, a 30 metros e de costas para a baliza? Ou o espetáculo de hat-tricks, golos de calcanhar e remates a atingir os 150 km/hora? Em França, onde o Paris SG é líder incontestado, ele é rei. Será este o momento de anexar, definitivamente, a Europa do futebol aos seus domínios?

Espalhar charme e mau-feitio

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Amigos para sempre?

Ibra correu a Europa antes de assentar em Paris. Ganhou títulos pelo Ajax, Inter, Juventus, Barcelona, Milan e PSG. É um homem de extremos e e excessos, que se ama ou se odeia. Com a mesma facilidade arrebata adeptos e faz inimizades. Incompatibilizou-se com adversários, treinadores e até colegas de equipa. Rafael van der Vaart, companheiro dos tempos do Ajax, acusou-o de o ter lesionado intencionalmente num amigável de seleções. Pep Guardiola deixou de lhe falar vários meses antes de o ter despachado para Milão. Fala-se de um incidente de balneário em que voaram objetos e insultos, e de ameaças à integridade física do Catalão caso não o deixasse seguir para Itália. Lucas Moura, seu colega no PSG, admitiu que Zlatan quer sempre a bola e nem sempre a pede com bons modos. Os insultos a colegas de equipa são frequentes e há até imagens do Sueco a gritar com Leonardo, o Diretor Desportivo do clube que representa. Mas os os admiradores também são muitos, José Mourinho está entre os maiores. Na antevisão ao jogo dos quartos de final da Liga dos Campeões, o treinador português voltou a dizer que não entende quando as pessoas dizem que é difícil trabalhar com Ibrahimovic ou que tem uma personalidade complicada. “Quando se tem alguém que é um vencedor nato e que quer ganhar sempre é muito, muito fácil. Eu só o treinei durante um ano, mas foi um bom ano, uma boa experiência e considero-o um dos melhores jogadores que já treinei”. O treinador do Saint-Etienne, Christophe Galtier, no final de uma derrota por 2-0 no Parque dos Príncipes, falou da infelicidade de ter defrontado um Paris em grande forma, com um “fenómeno” na frente de ataque, “Ibra – o terror dos adversários”.

“Zlatan doesn’t do auditions!”

A auto-confiança está lá desde o início. Arsène Wenger, sempre atento ao despontar de grandes talentos, convidou-o para vir a Londres prestar provas, tinha Ibra 18 anos. Segundo o Daily Telegraph a resposta não se fez esperar e não podia ser outra: “Zlatan doesn’t do auditions!” Nestes quartos de final vai ser interessante ver o gigante Sueco a interagir com a dupla de centrais do Chelsea. O durão e experiente Terry não se vai deixar intimidar facilmente.

Boas Apostas!